Resposta chinesa deixa Europa dividida. Stoxx 600 caiu 2% esta semana
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta sexta-feira.
- Ásia no vermelho, mas China aguenta-se à tona. Futuros da Europa sobem mais de 1%
- Petróleo sobe mas caminha para semana de perdas. Já caíu 15% em abril
- Ouro brilha mais do que nunca. Supera 3.200 dólares por onça
- Dólar continua a afundar após China "carregar" nas tarifas
- Juros da dívida europeia em alta à exceção da Alemanha
- Retaliação chinesa atira Europa para o vermelho. Lisboa é exceção
- Taxas Euribor sobem após mínimos de mais de dois anos
- Bons resultados da banca não salvam Wall Street do vermelho "tarifário"
- Petróleo prepara-se para fechar semana com perdas de 3%
- Ouro bate novo recorde e aproxima-se dos 3.250 dólares
- Dólar abranda descida após atingir mínimos de três anos
- Juros recuam na Zona Euro. "Gilts" britânicas e "Tresuries" americanas voltam a disparar
- Resposta chinesa deixa Europa dividida. Stoxx 600 caiu 2% esta semana
Após uma sessão de forte recuperação provocada por uma reviravolta na guerra comercial, os principais índices asiáticas regressaram esta sexta-feira a terreno negativo, embora com perdas mais ligeiras. Os confrontos através das tarifas estão a gerar ainda maiores receios relativamente ao impacto que poderá ter no crescimento das duas maiores economias mundiais.
Os investidores seguem a avaliar a possibilidade de negociações, e acordos, entre os Estados Unidos e alguns países asiáticos, bem como maior clareza relativamente a como se vão desenvolver as relações com a China. Isto depois de a Casa Branca ter clarificado esta quinta-feira que, afinal, as tarifas à China são de 145%.
Os índices japoneses foram os maiores perdedores, pressionados pelas grandes empresas exportadoras. O Nikkei desceu 3,15% e o Topix recuou 2,84%, enquanto, na Coreia do Sul, o Kospi cedeu 0,59%.
Os principais índices chineses, tanto na China continental, como em Hong Kong, aguentaram-se à tona. O Hang Seng soma 1,4%, impulsionado pela BYD depois de o jornal alemão Handelsblatt ter noticiado que a China e a União Europeia tinham iniciado negociações com vista a abolir tarifas da UE aos veículos elétricos chineses. O continental Shanghai Composite avança 0,44%.
Pela Europa, os futuros do Euro Stoxx 50 apontam para uma valorização superior a 1% na abertura, dando continuidade aos ganhos de ontem em que o índice de referência europeu, Stoxx 600, teve o melhor dia desde março de 2022.
Os preços do petróleo sobem a esta hora, mas o crude encaminha-se para fechar a segunda semana de perdas, pressionado por uma guerra comercial global, que tem os EUA e a China no centro. Ontem, a Casa Branca esclareceu que as tarifas à China já chegam aos 145%. Danos à economia chinesa podem ter reflexo da negociação do crude, já que o país ocupa o primeiro lugar na lista de maiores compradores desta matéria-prima.
O Brent - referência para as importações europeias – sobe 1,15% e negoceia nos 64,06 dólares por barril, depois de ter esta semana chegado a cair abaixo dos 60 dólares por barril. Já o West Texas Intermediate (WTI) – usado no mercado norte-americano – ganha 1,17% para 60,77 dólares.
O petróleo já recuou 15% em abril e junta-se a um "sell-off" que atingiu a maioria das matérias-primas. O crude tem também sido prejudicado pela decisão da OPEP de abrir ainda mais as torneiras.
"Estamos claramente a caminhar para uma guerra comercial, uma guerra em que não há vencedores. O golpe que daí resulta para o crescimento global está agora a pesar tanto na procura como no sentimento em relação ao mercado de petróleo. Apesar de o 'sell-off' brutal do dólar e das Treasuries não ter ainda contagiado os ativos petrolíferos de forma significativa, é algo que os investidores devem acompanhar de perto ", disse à Reuters Charu Chanana, estratega-chefe de investimentos do Saxo Markets
O ouro ultrapassou a marca dos 3.200 dólares por onça pela primeira vez, esta sexta-feira, valorizado por um dólar enfraquecido e pela escalada da guerra comercial que tem levado os investidores a voltarem-se para ativos de refúgio.
Esta madrugada o ouro chegou aos 3.216 dólares por onça, batendo o máximo de sempre de 3.219 dólares alcançado na sessão anterior, acumulando esta semana ganhos superiores a 5%. A esta hora, o metal amarelo sobe 0,98% e negoceia nos 3.207,22 dólares por onça.
"A rápida desvalorização do dólar norte-americano parece ser, este momento, o principal impulsionador da recuperação do ouro. Tal parece refletir-se no êxodo contínuo dos ativos em dólares, com o 'sell-off' de ações e obrigações num contexto de incerteza sobre a política tarifária", afirmou à Reuters Ilya Spivak, analista da Tastylive.
O dólar continua a afundar depois de ter sofrido o maior tombo em três anos como resultado do aumento de tarifas por parte da China sobre todos os produtos norte-americanos, como retaliação às impostas por Trump.
Esta sexta-feira, Pequim "subiu a parada" elevando as tarifas aos EUA para 125%.
Por esta hora, o índice do dólar da Bloomberg, que mede a força da nota verde face aos principais concorrentes, caía 1,19% para 99,67 pontos.
O euro, por exemplo, valorizava 1,7% para 1,138 dólares, um nível que já não se via desde fevereiro de 2022.
O dólar escorregava para o nível mais baixo em dez anos face ao franco suíço e para mínimos de seis meses contra o iene japonês.
Nota ainda para a divisa chinesa que estava a recuperar do "tombo", depois de na terça-feira o yuan "offshore" ter recuado até aos 0,1355 dólares, o seu valor mais baixo de sempre face à moeda norte-americana. Por esta hora, cedia ligeiramente, estando a negociar na faixa dos 0,1365 dólares.
Segundo Allan von Mehren, chefe analista do Danske Bank, a China vai provavelmente desafiar previsões em Wall Street de grandes desvalorizações do yuan contra o dólar. O especialista do banco dinamarquês antecipa um risco de declínio da divisa chinesa de até 5% nos próximos seis meses com o agravamento da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos.
As autoridades chinesas estão a priorizar ambições no sentido de serem "uma âncora do mundo no meio de todo o caos e instabilidade", em vez de utilizarem a moeda para rapidamente darem a volta às tarifas, observou à Bloomberg.
A agência financeira assinala que a visão de Allan von Mehren tem um traço mais conservador do que a daqueles que apontaram que Pequim poderia enfraquecer, de forma deliberada, sua moeda até 30% para compensar o impacto das tarifas que ameaçam colocar em risco o crescimento da segunda economia mundial.
"A probabilidade de uma desvalorização real é bastante pequena", diz von Mehren, qualificando de "exageradas" as previsões que apontam para quedas abruptas.
A maioria dos juros da dívida europeia, com maturidade a dez anos, prosseguiam a tendência de agravamento, esta sexta-feira, com subidas que oscilam entre 0,5 e 3,7 pontos base, numa altura em que, por um lado, vigora uma pausa de 90 dias nas tarifas dos EUA e contratarifas da União Europeia e, por outro, se assiste a um escalar da guerra comercial entre os EUA e a China.
A Alemanha figurava, no entanto, entre as grandes exceções à regra, estando a ceder ligeiramente. Os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a região, estavam a descer 0,5 pontos base para 2,570%.
Pleas 10h10, os juros da dívida de Portugal a 10 anos avançavam 1,3 pontos base para 3,204%, os de Espanha 1,4 para 3,324%, enquanto os de França subiam 1,5 pontos base para 3,364%. Já os de Itália escalavam 3,1 pontos para 3,851%.
As "yiels" do Reino Unido subiam 2,1 pontos base para 4,666%.
No mapa da Europa a maior subida dos juros da dívida a 10 anos estava a ser registada na Grécia (+3,7 para 3,530%), enquanto Suíça e Suécia apresentam os maiores alívios (de 3,4 e de 3,6 pontos base, respetivamente).
As bolsas europeias seguem em perda esta sexta-feira, pressionadas pela retaliação de Pequim ao agravamento das tarifas por parte dos EUA. A exceção é a praça portuguesa.
O Stoxx 600, índice pan-europeu, cai 1,42%, até aos 480,37 pontos e encaminha-se para a terceira semana consecutiva com saldo negativo.
Entre as principais praças europeias, o alemão DAX-30 é o mais castigado, com uma queda de 1,76%. Seguem-se o italiano FTSEMib, que perde 1,72%, e o parisiense CAC-40, que recua 1,57%. Também o espanhol IBEX-35 cai 1,01%. O londrino FTSE é quem menos perde, cedendo 0,54%.
Neste cenário, a bolsa de Lisboa é a exceção ao avançar 0,67%.
Os setores defensivos, como as "utilities" e a saúde eram os poucos que registavam ganhos, enquanto o setor industrial era o mais castigado, com uma queda de mais de 2%.
Após o alívio durante 90 dias nas tarifas dos EUA sobre os países que não retaliem as tarifas impostas por Washington, o foco dos investidores está na escalada da guerra comercial entre a China e os EUA. A Casa Branca aplica atualmente tarifas de 145% aos bens importados da China, enquanto Pequim anunciou esta madrugada que os bens vindos dos EUA sofrerão uma taxa alfandegária de 125%.
Entre os principais movimentos do mercado, a Logitech cai 2,8% após a empresa de produtos tecnológicos ter indicado que as suas previsões para 2026 já não são válidas num contexto de "incertezas contínuas" devido às tarifas.
A taxa Euribor subiu hoje a três, a seis e a 12 meses depois de na quinta-feira ter atingido mínimos desde janeiro de 2023 e novembro e setembro de 2022.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 2,279%, ficou acima da taxa a seis meses (2,244%) e da taxa a 12 meses (2,167%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje, ao ser fixada em 2,244%, mais 0,054 pontos.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a fevereiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,52% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,50% e 25,72%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também subiu, para 2,167%, mais 0,068 pontos.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março, avançou hoje, ao ser fixada em 2,279%, mais 0,014 pontos.
Em termos mensais, a média da Euribor em março voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas menos intensamente que nos meses anteriores.
A média da Euribor a três, a seis e a 12 meses em março desceu 0,083 pontos para 2,442% a três meses, 0,075 pontos para 2,385% a seis meses e 0,009 pontos para 2,398% a 12 meses.
Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu em março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
MC // JNM
Lusa/Fim

Com as tensões comerciais entre os EUA e China a ocuparem o palco principal das preocupações dos investidores, os principais índices norte-americanos voltaram a abrir em território negativo. Nem os bons resultados da banca, que ficaram acima das expectativas de mercado, estão a conseguir dar alento a Wall Street, numa altura em que Pequim voltou a retaliar as tarifas de Washington.
Depois de ter afundado mais de 3% na sessão de quinta-feira, o S&P 500 está novamente a registar perdas, caíndo 0,41% para 5.246,68 pontos. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq Composite cede 0,13% para 16.365,94 pontos, enquanto o industrial Dow Jones desvaloriza 0,31% para 39.471,32 pontos.
Apesar de ter voltado a aumentar as taxas alfandegárias sobre produtos norte-americanos, que já estão nos 125%, a China parece ter posto um ponto final na retaliação aos EUA. Em comunicado citado pela Bloomberg, o Ministério das Finanças chinês explica que "já não existe qualquer possibilidade de aceitação pelo mercado dos produtos americanos exportados para a China". Daí, ser inútil continuar a retaliar.
As tensões entre as duas maiores potências económicas do mundo está a ofuscar os bons resultados do setor financeiro. Uma enchente de bancos arrancaram a época de resultados do primeiro trimestre do ano com nota positiva, com o JPMorgan, o Morgan Stanley e o Wells Fargo a registarem todos um aumento nos lucros acima das expectativas dos analistas.
Apesar dos bons resultados, o Morgan Stanley e o Wells Fargo arrancaram a sessão em baixa, a cederem 1,04% e 3,06%, respetivamente. Já o JPMorgan escapa a esta maré vermelha e consegue valorizar 1,66%, depois de ter registado lucros por ação de 5,07 dólares – bastante acima das projeções de 4,55 dólares. Os analistas esperavam mesmo que o banco norte-americano registasse uma quebra no crescimento.

O barril de petróleo prepara-se para fechar a segunda semana consecutiva no vermelho, numa altura em que a escalada da guerra comercial entre os EUA e a China tem pressionado bastante os preços da matéria-prima. Esta semana, o Brent – crude de referência para o mercado europeu – chegou a negociar abaixo dos 60 dólares por barril, um terreno que já não conhecia há quatro anos.
Esta sexta-feira, Pequim respondeu, mais uma vez, a Washington com uma nova subida das tarifas. As taxas alfandegárias a produtos norte-americanos já estão nos 125%, mas a nação liderada por Xi Jinping parece ter posto um ponto final na escalada da guerra comercial, ao afirmar que não vai voltar a retaliar.
Neste contexto, o Brent negoceia com ganhos de 0,27% para 63,50 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) – de referência para o mercado norte-americano – acelera 0,37% para 60,29 dólares. Os dois crudes de referência encaminham-se para fechar a semana com perdas de cerca de 3%, após cinco sessões de grande volatilidade e turbulência nos mercados financeiros.
A Energy Information Administration (EIA), gabinete da Administração norte-americana de estatísticas de energia, reviu em baixa as suas estimativas de procura de petróleo no mercado norte-americano em quase 500 mil barris por dia. Uma possível recessão nos EUA, que terá impacto no consumo desta matéria-prima, é uma das principais razões apontadas.
Desde o início do mês, o barril de petróleo já perdeu cerca de 15% do seu valor. A decisão da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) de abrir ainda mais as torneiras já em maio não ajudou o cenário antagónico global aos preços do crude, numa altura em que Donald Trump também tem apontado para um aumento da produção da matéria-prima em solo norte-americano.
"Este grande nível de incerteza económica é um grande desafio para ativos sensíveis ao cenário macroeconómico como o petróleo. Esperamos que os preços continuem sob pressão", lê-se numa nota da BMI, uma unidade da Fitch Solutions, acedida pela Bloomberg.

A onça de ouro continua a bater novos máximos consecutivos. O metal precioso está a beneficiar da sua posição como um ativo refúgio, numa altura em que a turbulência hesita em deixar os mercados financeiros e a China voltou a responder às tarifas de Donald Trump – embora tenha posto um ponto final, para já, na escalada da guerra comercial entre as duas superpotências.
A esta hora, o ouro avança 1,89% para 3.231,02 dólares por onça, depois de ter chegado a crescer até aos 3.244,15 dólares. Só esta semana, o metal amarelo valorizou mais de 6%, apesar de ter chegado a ver o seu valor fraquejar, à medida que os investidores vendiam as suas posições neste ativo para cobrir as perdas no mercado acionista.
"O ouro está claramente a ser visto como o ativo-refúgio predileto, num mercado abalado pela guerra comercial de Trump. O dólar norte-americano desvalorizou e os juros da dívida estão a ser vendidos em força, com a confiança nos EUA como um parceiro comercial a diminuir", afirma Nitesh Shah, estratega de "commodities" da WisdomTree, à Reuters.
Depois de, em 2024, o ouro ter visto o seu valor escalar 26%, este ano o metal precioso conta já com um saldo positivo de 23%. Entre os catalisadores, conta-se uma combinação de compras de bancos centrais com o aumento das expectativas do número de cortes por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana. A ajudar os preços do ouro estão ainda tensões geopolíticas e um aumento considerável de capital investido em ETF anexados ao metal precioso.
O dólar abrandou ligeiramente as quedas depois de ter atingido mínimos de três anos contra as principais rivais, num momento em que o forte impacto da política de tarifas da Administração Trump continua a pesar nos ativos dos EUA.
O índice do dólar recua 0,84% para 100,02, depois de ter atingido um mínimo de três anos de 99,314. O euro sobe 1,24% para 1,1328 dólares. Contra o iene e o franco suíço, considerados moedas de refúgio, o dólar cai 0,55% para 143,71 e 0,96% para 0,8164, respetivamente.
O dólar continua "altamente vulnerável" a mais vendas, refere o analista de moeda do ING Francesco Pesole numa nota citada pelo WSJ. "O colapso do dólar está a funcionar como um barómetro do ‘vender América’ neste momento."
A contínua escalada de tarifas está a prejudicar a moeda norte-americana, depois de a Casa Branca ter clarificado que as taxas sobre a China estão nos 145% e o país asiático ter aumentado as taxas sobre os EUA esta sexta-feira para 125%.
Os dados desta sexta-feira vieram agravar o pessimismo sobre a economia norte-americana, com o indicador de sentimento do consumidor da Universidade do Michigan a cair para a segunda pior leitura de que há registo e as expectativas de inflação de longo prazo a acelerarem para máximos de cerca de 40 anos.
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro encerrão a sessão desta sexta-feira com alívios, com os investidores a procurarem refúgio nas obrigações europeias e a afastarem-se de ativos norte-americanos.
Estes movimentos acontecem numa altura em que a China voltou a retaliar contra os EUA e aumentou as tarifas sobre produtos oriundos da maior economia do mundo para 125%, embora tenha prometido deixar de responder a qualquer retaliação de Washington.
Os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a Zona Euro, recuaram 1 ponto base para 2,564%, enquanto os das obrigações francesas mantiveram-se praticamente inalterados, cedendo 0,1 pontos para 3,349%.
Entre os países do sul da Europa, a "yield" da dívida soberana portuguesa, também a dez anos, deslizou 1,6 pontos base para 3,175%, enquanto os juros das obrigações espanholas caíram 1,5 pontos para 3,295%. Já em Itália, a "yield" perdeu 1,1 pontos para 3,809%.
Estas movimentações constratam com as dos pares norte-americanos e britânicos. Os juros das "Tresuries" dos EUA disparam 10 pontos base para 4,525% - só esta semana cresceram 50 pontos base -, enquanto a "yield" das "Gilts" britânicas escalou 10,5 pontos para 4,751%.
Os investidores estão a reduzir as suas expectativas em relação ao número de cortes que o Banco de Inglaterra (BoE) e a Reserva Federal (Fed) norte-americana devem adotar até ao final do ano.

Depois de terem registado o maior salto desde 2022, as principais praças europeias encerraram a derradeira sessão da semana divididas ente ganhos e perdas. As valorizações de quinta-feira, quando o Stoxx 600 disparou quase 4%, não foram suficientes para deixar o "benchmark" para a negociação europeia com um saldo semanal positivo, com o índice a fechar a terceira semana consecutiva de perdas.
As principais praças da região até arrancaram a sessão no verde, mas o sentimento rapidamente inverteu-se, depois de a China ter decidido retaliar as tarifas de 145% da administração Trump. Pequim respondeu com um aumento das taxas aduaneiras, para 125%, mas prometeu pôr um ponto final à escalada do conflito comercial entre as duas potências.
O Stoxx 600 encerrou, no entanto, a sessão com uma queda pouco expressiva de 0,10% para 486,80 pontos, apesar de grande volatilidade na sessão, trazendo as suas perdas semanais para 2%. O setor imobiliário e as ações de defesa foram os que mais valorizaram esta sexta-feira, num dia marcado pelas quedas do setor industrial.
O cenário de incerteza em torno da política comercial do Presidente dos EUA continua a assolar os mercados globais. Os próximos passos são imprevisíveis e, mesmo a pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas mais elevadas, pode não trazer o alento esperado. "Temos de nos lembrar que são apenas 90 dias e que há uma lista enorme de países na fila para negociar" com Donald Trump nesses três meses, explica Nick Saunders, CEO da Webull UK, à Reuters.
Entre as principais movimentações de mercado, a Logitech caiu 2% para 56,94 euros, depois de a fabricante de eletrodomésticos ter abandonado as suas previsões de venda até 2026, citando a grande incerteza vivida na economia global no momento.
Com a "earnings season" a dar os primeiros passos nos EUA e prestes a começar na Europa, os investidores vão estar a procura de pistas em relação ao impacto das tarifas na rentabilidade das empresas. É um impacto difícil de avaliar, diz Olivier Baduel, analista da OFI Invest AM, à Bloomberg, mas "é ainda muito cedo para ‘buy the dip’ (comprar as ações com desconto)".
Entre as principais praças europeias, Madrid recuou 0,18%, Frankfurt caiu 0,92%, Paris cedeu 0,30% e Milão deslizou 0,73%. Do lado dos ganhos, Londres avançou 0,64%, Amsterdão valorizou 0,04% e Lisboa acelerou 1,81%.
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