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Europa aplaude conversações entre Pequim e Washington

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta sexta-feira.

bolsas, subida, mercados, Europa
bolsas, subida, mercados, Europa Kai Pfaffenbach/Reuters
02 de Maio de 2025 às 17:37
Ásia respira de alívio após China admitir negociar com EUA. Futuros europeus em alta
Ásia respira de alívio após China admitir negociar com EUA. Futuros europeus em alta

As ações asiáticas subiram para máximos de um mês, numa reação dos mercados ao avanço da China nas negociações com os EUA para pôr fim à guerra das tarifas despoletada por Donald Trump. Esta madrugada, Pequim disse estar a avaliar "dar o primeiro passo", após o Presidente norte-americano ter repetidamente dito que deveria ser o gigante asiático a fazê-lo, dando sinais de que o impasse entre as duas maiores economias do mundo pode estar prestes a mudar. 

Embora abrindo a porta a conversações, o Ministério do Comércio da China enquadrou a declaração como sendo consistentes com a posição anterior de Pequim: "se lutarmos, lutaremos até ao fim. Se falarmos, a porta está aberta", afirmou.

"Trata-se de um grande passo, independentemente da parte que toma a iniciativa", afirmou Steven Leung, da UOB Kay Hian Hong Kong, à Bloomberg. "Espera-se agora uma solução para o atual impasse", acrescentou. Apesar do progresso, há, no entanto, analistas que duvidam que a incerteza tenha acabado.

Entretanto, as negociações com outros países vão já mais avançadas e, no Japão, podem chegar mesmo a um acordo em junho, segundo as autoridades japonesas, depois de viajarem até Washington. 

O índice MSCI Asia Pacific, que agrega as principais praças do continente, sobe 1,5%, enquanto, no Japão, o Topix salta 0,5% e o Nikkei pula mais de 1%. Na China, o Hang Seng, em Hong Kong, pulou 1,6%. Já o Shangai Composite esteve fechado devido a um feriado nacional.

O sentimento positivo também em Wall Street será posto à prova com o relatório do emprego nos EUA, que será publicado esta sexta-feira, a última ronda de dados importantes da semana, após as previsões da Apple e da Amazon não terem impressionado o mercado. 

A criadora do Iphone disse que as vendas da China diminuíram mais do que o previsto no último trimestre, ofuscando resultados sólidos. Entretanto, a Amazon apresentou uma previsão de resultados operacionais que não correspondeu às expectativas.

O otimismo deverá também contagiar o Velho Continente, com o Euro Stoxx 50 a subir 1,3%. Os investidores estarão a reagir aos mais recentes desenvolvimentos sobre as tarifas, ao mesmo tempo que avaliam os dados da inflação na Zona Euro, e, por cá, o PIB em Portugal.

Entre sanções e esperança de recuo nas tarifas, petróleo ganha terreno
Entre sanções e esperança de recuo nas tarifas, petróleo ganha terreno

Os preços do petróleo registam uma leve subida, depois de novidades da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, mas também no Irão.

O barril de Brent, que serve de referência para Portugal, segue ao início desta manhã a negociar nos 62,52 dólares, com uma subida de 0,63%, enquanto o norte-americano West Texas Intermediate (WTI) soma 0,69%, cotando-se nos 59,65 dólares por barril.

Estas subidas contrariam as descidas que foram observadas ao longo da semana. Na quinta-feira, os preços do petróleo reportaram um disparo de quase 2% depois de Donald Trump ameaçar o Irão com sanções secundárias, após nova ronda de negociações entre os dois países ter sido adiada. 

A China abriu portas a uma conversa com os Estados Unidos, com o tema a centrar-se nas tarifas. Pequim pretende acalmar os ânimos relativos a uma guerra comercial entre as duas maiores economias, grandes consumidoras do ouro negro.

"Se Washington for em frente, como prevejo que o faça, isso pode mudar o jogo no que toca o clima pessimista que tem afundado os mercados nas últimas semanas", aponta à Reuters a analista Vandana Hari, deixando claro que o caminho não será "tranquilo".

Ouro volta a valorizar após tocar em mínimos de duas semanas
Ouro volta a valorizar após tocar em mínimos de duas semanas

O ouro está a voltar a ganhar terreno esta sexta-feira, depois do seu valor ter caído para mínimos de duas semanas. Os investidores estão a voltar às compras do metal amarelo, sem novidades de novas conversas entre os EUA e a China, embora tudo aponte para uma tentativa de paz. 

O ouro ganha 0,43% para 3.253,23 dólares por onça.

O alívio das tarifas levou a que o metal, que é visto como um ativo seguro pelos investidores, perdesse quase 2% nas negociações desta semana, reportando a sua maior quebra desde fevereiro

Pequim estará a "avaliar" uma oferta de Washington sobre as tarifas, que neste momento estão em 145%, mas a China já avisou que não se vai envolver em "extorsões".

"Verificou-se uma flexibilização da postura e a situação melhorou ligeiramente, mas ainda há muita incerteza", explicou a analista Soni Kumari da ANZ à Reuters.

Apesar da quebra sentida ao dia de ontem, "o ouro continuará a ser a preferência dos investidores" e esta correção poderá ser vista como uma oportunidade para comprar. "Se os preços continuarem a cair e a aproximar-se dos três mil dólares, pode atrair muita procura por investimento", adiantou a analista.

Dólar perde terreno com "trégua" entre EUA e China mais perto. Dólar australiano salta
Dólar perde terreno com 'trégua' entre EUA e China mais perto. Dólar australiano salta

O dólar australiano lidera os ganhos em relação ao dólar norte-americano esta sexta-feira, depois de um possível "degelo" entre os EUA e a China nas negociações comerciais.

O Ministério do Comércio da China afirmou que a Administração dos EUA tem vindo a manifestar repetidamente a vontade em discutir as tarifas, acrescentando que a China está atualmente a "avaliar esta questão".

O euro ganha terreno e o yuan chinês valoriza para máximos de quase um mês face à nota verde. Os dólares australiano, muito exposto à economia chinesa, subiu com a recuperação das ações asiáticas em Wall Street.

O euro sobe 0,4% para 1,1336 dólares norte-americanos e ganha 0,17% para 164,46 ienes. Já o dólar dos EUA perde 0,23% para 145,05 ienes, depois de o Banco do Japão ter mantido as taxas de juro inalteradas e ter reduzido as previsões de crescimento do país devido às tarifas dos EUA. O dólar australiano ganha 0,6% para 0,642 dólares norte-americanos. 

Já o índice da Bloomberg do dólar, que mede a força da nota verde face aos pares, perde 0,35% para 99,894 pontos.

O dólar norte-americano ainda estava a caminho da terceira semana consecutiva de ganhos, numa onda de recuperação depois das fortes quedas do mês passado, devido às políticas tarifárias de Donald Trump, que geraram receios de uma recessão e atingiram a confiança dos consumidores. Os analistas consultados pela Reuters falam de uma "normalização do mercado". 

Neste final de semana os investidores vão ainda olhar para o relatório do emprego do lado de lá do Atlântico, à procura de pistas sobre quando irá a Reserva Federal retomar os cortes de juros. "Achamos que o Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) precisa de tempo e mais dados para avaliar o impacto das tarifas na inflação", disseram analistas do ANZ, citado pela Reuters, acrescentando que "enquanto o mercado de trabalho se mantiver estável, o FOMC vai-se concentrar na inflação".

Juros agravam-se na Zona Euro antes da inflação. "Gilts" aliviam

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a agravar-se esta sexta-feira, antes de serem conhecidos os dados da inflação da região após os investidores regressarem do feriado nacional. 

A "yield" das "Bunds" alemãs a dez anos, que serve de referência para a Zona Euro, avança 2,5 pontos base para 2,466%, enquanto os juros das obrigações francesas com a mesma maturidade sobem 1,9 pontos para 3,183%.

Nos países do sul da Europa, a "yield" da dívida portuguesa cresce 1,7 pontos para 3,015% e a da espanhola agrava 1,8 pontos para 3,129%, enquanto os juros das obrigações italianas saltam 1,6 pontos para 3,579%.

Fora da Zona Euro e em contraciclo, os juros das "Gilts" britânicas aliviam 4,9 pontos para 4,430%.

Europa aplaude negociações entre EUA e China. Shell sobe mais de 3%
Europa aplaude negociações entre EUA e China. Shell sobe mais de 3%

Os principais índices do Velho Continente negoceiam em alta esta manhã, num momento em que o otimismo toma conta do mercado, já que a China abriu a porta a negociações com os Estados Unidos

O Ministério do Comércio da China disse que Pequim estava "a avaliar" a oferta de Washington para dar início a negociações sobre as tarifas de 145% dos EUA e que a porta de Pequim estava aberta para conversações. No entanto, avisam que a Casa Branca deve mostrar "sinceridade" nas negociações e preparar-se para pôr fim às tarifas recíprocas.

"A notícia dá mais um sinal de que as tarifas entre EUA e China provavelmente atingiram o pico. Portanto, o mercado está basicamente a dizer que este é mais um sinal de que poderemos ver taxas mais baixas no futuro", disse Georgios Leontaris, do HSBC Global Private Banking and Wealth, à Reuters. Não deixa, ainda assim, de assumir que a incerteza e volatilidade não devem deixar os mercados tão cedo. 

Pela 9.ª sessão consecutiva em alta, o índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – ganha 1,02% para  533 pontos, depois de ontem as praças europeias terem estado encerradas devido ao feriado de 1 de maio, com apenas os setores de media e "utilities" a negociarem em terreno negativo. Já os recursos básicos, construção e tecnológicas sobem quase 2% e dão força ao "benchmark" europeu, com o último setor a subir à boleia das "big tech" norte-americanas, como Apple, Amazon, Meta e Microsoft, que apresentaram resultados trimestrais acima das previsões.

Este ano, o Stoxx já subiu quase 5% e está perto de anular as perdas sofridas desde o anúncio das tarifas. Entre os principais índices da Europa Ocidental, o francês CAC-40 valoriza 1,41%, o holandês AEX sobe 1,47%, o alemão DAX salta 1,62%, o britânico FTSE 100 avança 0,86% e o italiano FTSEMIB soma 1,3%. O espanhol IBEX 35 sobe 0,8%.

O mercado avalia ainda a inflação na Zona Euro, que subiu para 2,2% em abril, e pesam os resultados trimestrais das empresas. 

A britânica Shell sobe mais 3,2% mesmo tendo divulgado uma queda de 28% no lucro do primeiro trimestre. Ainda assim, os valores superaram as expetativas dos analistas.

O Banco Danske soma também mais de 3%. O maior credor da Dinamarca manteve a previsão de lucro para 2025 inalterada, e anunciou lucros do primeiro trimestre acima das previsões dos analistas. Já o holandês ING salta mais de 5% após ter anunciado uma nova recompra de ações de 2 mil milhões de euros e ter apresentado lucros melhor do que o esperado nos primeiros três meses do ano.

Já a Airbus ganha mais de 4% depois de ter superado as estimativas trimestrais em todos os segmentos e ter reafirmado a sua perspetiva anual. 

Euribor cai a três meses para novo mínimo, desce a 12 meses e sobe a seis meses
Euribor cai a três meses para novo mínimo, desce a 12 meses e sobe a seis meses

A Euribor desceu hoje a três e 12 meses, no prazo mais curto para um novo mínimo desde dezembro de 2022, e subiu a seis meses.

Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que baixou para 2,142%, ficou abaixo da taxa a seis meses (2,143%) e acima da taxa a 12 meses (2,045%).

A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou hoje, ao ser fixada em 2,143%, mais 0,014 pontos.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a fevereiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,52% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.

Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,50% e 25,72%, respetivamente.

Em sentido contrário, no prazo de 12 meses, a taxa Euribor baixou, ao ser fixada em 2,045%, menos 0,004 pontos do que na quarta-feira.

A Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março, também recuou hoje, para 2,142%, menos 0,014 pontos e um novo mínimo desde 30 de dezembro de 2022.

Em abril, as médias mensais da Euribor caíram fortemente nos três prazos, mas mais intensamente que nos meses anteriores e no prazo mais longo (12 meses).

A média da Euribor a três, seis e a 12 meses em abril desceu 0,193 pontos para 2,249% a três meses, 0,183 pontos para 2,202% a seis meses e 0,255 pontos para 2,143% a 12 meses.

Em 17 de abril, na última reunião de política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) desceu a taxa diretora em um quarto de ponto para 2,25%.

A descida, antecipada pelos mercados, foi a sétima desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 05 e 06 de junho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Negociações comerciais e dados do emprego dão alento a Wall Street. Apple perde quase 5%
Negociações comerciais e dados do emprego dão alento a Wall Street. Apple perde quase 5%

Os principais índices norte-americanos negoceiam a esta hora em terreno positivo, à medida que os investidores analisam o último relatório sobre o estado do mercado laboral nos Estados Unidos (EUA) e reagem à apresentação de resultados de algumas das empresas de maior capitalização bolsista do mundo, como é o caso da Apple e da Amazon. Além disso, um aligeirar das tensões comerciais entre Washington e Pequim parece estar a dar alento aos mercados.

O S&P 500 sobe 1,11% para os 5.666,37 pontos, enquanto o Nasdaq Composite avança 0,91% para 17.871,30 pontos. Já o Dow Jones ganha 1,18% para 41.234,69 pontos.

A maior economia mundial criou 177 mil postos de trabalho em abril, de acordo com a Trading Economics, que cita dados do Gabinete de Estatísticas do Trabalho dos EUA. O valor marca um abrandamento face aos 185 mil revistos em baixa em março, mas ultrapassa, ainda assim, as expectativas do mercado que apontavam para a criação de 130 mil empregos no mês passado, apesar da crescente incerteza em torno dos impactos da política comercial protecionista assumida pelo Presidente Donald Trump.

Do lado de lá do Atlântico, o crescimento do emprego foi observado principalmente em setores como saúde (+51.000), transporte e armazenamento (+29.000), atividades financeiras (+14.000) e assistência social (+8.000), enquanto o emprego na Administração Pública sofreu um declínio (-9.000).

A taxa de desemprego situou-se inalterada nos 4,2% em abril, em termos correntes, e em linha com as expectativas do mercado.

"À primeira vista, estes dados são tranquilizadores na medida em que mostram que uma recessão talvez não esteja ao virar da esquina", disse à Bloomberg Karen Georges, gestora de fundos de ações da Ecofi. "Estes bons números não deverão alimentar a inflação, mas não são um fator de mudança para a Fed e Powell", acrescenta o especialista.

No plano comercial, os investidores estão a saudar os desenvolvimentos que indicam que as tensões entre as duas maiores economias mundiais estarão a diminuir, depois de a China ter dito que que está a avaliar uma proposta apresentada por Washington para iniciar negociações sobre as tarifas.

"Parece que atingimos o pico da incerteza política", explicou à Bloomberg Kevin Thozet, membro do comité de investimento da Carmignac. "Há conversações em curso e Trump parece ter atenuado algumas das suas políticas. Se acrescentarmos que a época de ganhos tem sido bastante positiva, o cenário geral não é assim tão mau", diz.

Entre os movimentos de mercado, e apesar de ter crescido acima das previsões no primeiro trimestre, o declínio das vendas da Apple na China está a pressionar a empresa da maçã a esta hora, que desvaloriza quase 5%. Já a Amazon, que apresentou igualmente resultados trimestrais ontem, desliza 1,03%.

Quanto às restantes "big tech", a Nvidia pula 2,79%, a Microsoft ganha 1,25%, a Meta valoriza 1,54% e a Alphabet soma 1,18%.

Petróleo reduz perdas de olho nas negociações entre a China e os EUA
Petróleo reduz perdas de olho nas negociações entre a China e os EUA

O petróleo negoceia em baixa esta tarde, ainda que com perdas mais contidas, com os investidores a aguardarem pelas conclusões da próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) - adiantada para este sábado, dia 3 de maio -, à medida que os "traders" se mostram cautelosos quanto à possibilidade de um abrandamento do conflito comercial entre a China e os Estados Unidos (EUA).

O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os Estados Unidos (EUA) – cede a esta hora 1,25% para os 58,50 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a desvalorizar 1,11% para os 61,44 dólares por barril.

Esta sexta-feira, os preços do petróleo chegaram a reduzir as perdas, após dados do mercado laboral dos EUA terem mostrado uma criação de emprego acima do esperado.

No que toca à guerra comercial em curso, o ministério do Comércio da China disse que Pequim estava a avaliar uma proposta de Washington para manter conversações sobre as tarifas, sinalizando um possível abrandamento das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

"Neste contexto, não surpreende que os preços estejam a recuperar dos mínimos recentes, impulsionados por um crescente otimismo em torno de uma possível resolução do conflito comercial entre os Estados Unidos e a China", explica Ricardo Evangelista, CEO da ActivTrades Europe, em comunicado. "Sendo os dois maiores consumidores de petróleo do mundo, qualquer abrandamento das tensões entre ambos deverá melhorar as perspetivas para a procura global de crude e poderá abrir caminho para novas subidas nos preços", acrescenta o especialista.

"Simultaneamente, há também pressão do lado da oferta, com especulações de que a OPEP+ poderá antecipar os aumentos de produção previamente planeados", diz Ricardo Evangelista.

Nesta linha, preocupações dos investidores de que a guerra comercial possa empurrar a economia global para uma recessão e reduzir a procura por petróleo, no momento em que a OPEP+ se prepara para aumentar a produção, têm pesado sobre os preços do "ouro negro" nas últimas semanas, enquanto o crude caminha para mais uma semana de perdas.

Ouro avança depois de atingir mínimos de duas semanas na sessão anterior
Ouro avança depois de atingir mínimos de duas semanas na sessão anterior

Os preços do ouro registam ligeiros ganhos esta sexta-feira, depois de terem atingido um mínimo de duas semanas na sessão anterior, à medida que o abrandamento das tensões comerciais e um forte relatório do emprego do lado de lá do Atlântico mantêm o metal precioso a caminho de uma segunda semana consecutiva de perdas. Assim, os "traders" parecem estar a aproveitar para reforçar posições no metal amarelo a esta hora.

O ouro valoriza esta tarde 0,75%, para os 3.262,400 dólares por onça.

Um crescente otimismo de que negociações entre Pequim e Washington acerca dos impostos sobre o comércio atenuem a guerra tarifária em curso têm estado a abrandar a procura pelo metal precioso enquanto ativo-refúgio.

"Parece que [o máximo histórico de] 3.500 dólares por onça [poderá manter-se] por algum tempo, especialmente se alguns acordos comerciais começarem a ser fechados e algum risco no apetite começar a romper o tipo de euforia negativa que temos visto desde as conversas sobre tarifas", disse à Reuters Daniel Pavilonis, estratega de mercados da RJO Futures.

No plano económico, os preços do ouro reduziram brevemente os ganhos no início da sessão, após dados mostrarem que a criação de empregos no mês passado superou as expectativas do mercado. No entanto, o relatório do emprego de abril ainda é visto como precoce para espelhar o impacto da política protecionista assumida do Presidente dos EUA, Donald Trump, no mercado laboral do lado de lá do Atlântico.

Dólar regista perdas contidas com aumento do emprego nos EUA
Dólar regista perdas contidas com aumento do emprego nos EUA

O dólar segue a desvalorizar esta sexta-feira, ainda que com perdas contidas, depois de dados terem mostrado que a maior economia do mundo criou mais empregos do que o esperado em abril, refletindo um mercado de trabalho estável.

O relatório do mercado laboral do lado de lá do Atlântico reforçou as expectativas de que a Reserva Federal (Fed) norte-americana mantenha as taxas diretoras inalteradas durante as próximas reuniões e que não as reduza até ao verão.

Os valores do emprego não refletem, contudo, o impacto total das tarifas impostas pelos EUA no chamado "Dia da Libertação", a 2 de abril. Economistas citados pela Reuters esperam que o crescimento do emprego abrande ou que contraia nos próximos meses, tendo em conta as consequências das barreiras ao comércio.

A "nota verde" perde esta tarde 0,70% para 144,370 ienes, depois de o Banco do Japão (BoJ) ter mantido as taxas de juro inalteradas e ter reduzido as previsões de crescimento do país devido às tarifas impostas pelos EUA.

Por cá, a moeda única avança 0,41% para os 1,134 dólares. Já a libra ganha 0,12% para os 1,329 dólares.

Juros da Zona Euro agravam-se em dia positivo para as bolsas

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro registaram agravamentos expressivos em toda a linha esta sexta-feira, num dia em que os principais índices do Velho Continente encerraram em alta, com os investidores a apostar em ativos de maior risco.

Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, agravaram-se em 7,4 pontos-base, para 3,072%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento subiu 7,7 pontos para 3,187%.

Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa cresceu 8,2 pontos-base para 3,247%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, agravaram-se em 9 pontos para 2,531%.

Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguiram a mesma tendência e subiram 2,8 pontos-base para 4,507%.

Europa aplaude conversações entre Pequim e Washington. Holandês ING dispara mais de 7%

Os principais índices do Velho Continente fecharam a semana no verde e avançaram pela nona sessão consecutiva - a melhor série de ganhos em cerca de um ano -, à medida que os mercados bolsistas ao nível global aplaudem o início das conversações comerciais entre as duas maiores economias mundiais, China e Estados Unidos (EUA).

O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – avançou 1,67%, para os 536,43 pontos.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX registou ganhos de 2,62%, o britânico FTSE 100 avançou 1,17%, o francês CAC-40 subiu 2,33%, o holandês AEX ganhou 2,25%, o espanhol IBEX 35 subiu 1,20% e o italiano FTSEMIB valorizou 1,92%.

O índice de referência europeu já recuperou uma boa parte das suas perdas registadas desde o início de abril - estando agora cerca de 5% abaixo do máximo histórico atingido em março -, à medida que os EUA parecem estar a suavizar a sua posição relativamente ao comércio externo. A indicação de Pequim de que está a avaliar a possibilidade de negociações comerciais com os EUA está a alimentar uma recuperação global nos mercados acionistas.

"Parece que podemos ter atingido o pico da incerteza política", disse à Bloomberg Kevin Thozet, membro do comité de investimento da Carmignac. "Se acrescentarmos a isso que a época de resultados tem sido bastante positiva - o cenário geral não é assim tão mau", referiu o especialista.

Para além disso, o aumento do número de pessoas empregadas acima do esperado nos EUA em abril, reforçou o sentimento positivo dos investidores durante o dia de hoje, depois de a economia do país ter registado uma contração no primeiro trimestre.

No plano empresarial, a época de resultados no Velho Continente tem estado a impulsionar os principais índices europeus. Esta sexta-feira, a Siemens (+3,89%), a Ryanair (+3,98%) e a Rheinmetall (+5,14%) foram algumas das 38 ações individuais do Stoxx 600 que atingiram máximos históricos durante a negociação. Outras 34 cotadas subiram para máximos de 52 semanas, de acordo com dados da Bloomberg.

Entre os setores, o da tecnologia liderou os ganhos ao subir mais de 3%, seguido dos bens e serviços que valorizaram 3,03%. Por outro lado, a registar as únicas perdas estiveram o imobiliário (-0,89%) e as telecomunicações (-0,14%).

Quanto aos movimentos do mercado, destaque para o banco holandês ING Groep, que fechou o dia a disparar mais de 7%, depois de os resultados apresentados pela instituição financeira terem superado as expectativas do mercado e do banco ter anunciado uma nova recompra de ações.

Já empresas do setor da defesa como a Leonardo (+5,13%) e a Thales (+3,27%) viram as suas ações valorizarem após o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter pedido ao Congresso um reforço das forças armadas no país num esboço preliminar do seu pedido de orçamento para 2026, que será divulgado na sexta-feira.

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