Europa fecha em alta com energéticas a darem gás. DAX ultrapassa 24 mil pontos pela primeira vez
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta terça-feira.
- Ásia volta aos ganhos após quatro sessões em queda. Europa acompanha
- Conflitos geopolíticos pressionam preços do petróleo
- Ouro perde brilho com Ucrânia e Rússia a começarem negociações
- Dólar em queda com foco no défice dos EUA
- Juros aliviam na Zona Euro após sessão de grandes oscilições
- Europa segue em alta com impulso das "utilities" e telecomunicações
- Euribor cai a 3 meses para novo mínimo desde dezembro de 2022 e sobe a 6 e a 12 meses
- Wall Street negoceia em baixa e afasta-se de "bull market"
- Petróleo recua com perspetivas de excesso de oferta para o ano
- Ouro sobe com procura enquanto ativo refúgio e com fortes compras pela China
- Dólar cede antes de votação sobre cortes de impostos nos EUA
- Yields sobem na Zona Euro com investidores a voltarem a ativos mais arriscados
- Europa fecha em alta com energéticas a darem gás. DAX ultrapassa 24 mil pontos pela primeira vez
As bolsas asiáticas conseguiram negociar em território positivo pela primeira vez em quase uma semana, numa altura em que as atenções dos investidores se viram para as negociações entre os EUA e uma série de parceiros comerciais, depois de o corte de rating da Moody's ter lançado choques pelas bolsas mundiais. Pela Europa, a negociação de futuros aponta para uma abertura em alta.
O bom desempenho das praças asiáticas está ainda a ser impulsionado pela decisão das autoridades chinesas de cortar a taxa de juro de referência para mínimo histórico de 3%. O anúncio é o mais recente esforço do país para impulsionar o crescimento económico, minado pelas tensões comerciais com os Estados Unidos e pela crise no setor imobiliário.
Neste contexto, o Shanghai Composite acelerou 0,41%, enquanto o CSI 300 - "benchmark" para a negociação da China Continental - ganhou 0,48%. Por sua vez, o Hang Seng, de Hong Kong, cresceu 1,28%, impulsionado ainda pela entrada da maior fabricante de baterias do mundo em bolsa. A Contemporary Amperex Technology estreou-se na negociação com uma valorização de mais de 11%.
Os ganhos foram acompanhados pelas restantes praças asiáticas, com os japoneses Nikkei 225 e Topix a subirem 0,45% e 0,32%, respetivamente. Já o sul-coreano Kospi ganhou 0,29%, enquanto o australiano S&P/ASX 200 saltou 0,39%.
"Os mercados asiáticos estão a recuperar do atraso dos últimos tempos", afirma Tim Waterer, analista de mercados da KCM Trade, à Bloomberg. "O sentimento a curto prazo parece construtivo, apoiado por fluxos de diversificação - isto salvo qualquer contratempo tarifário", completa Gary Tan, gestor de portefólios na Allspring Global Investments.

O barril de petróleo está a negociar em território negativo, numa altura em que os investidores acompanham de perto os desenvolvimentos nas negociações entre EUA e Irão. Ao mesmo tempo, novos dados económicos na China apontam para uma desaceleração do consumo interno este ano.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA e para entrega em julho – cede a esta hora 0,42% para 61,88 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a desvalorizar 0,44% para os 65,25 dólares por barril.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Majid Takhtravanchi, deixou um recado na segunda-feira para as autoridades norte-americanas: as discussões sobre o programa nuclear do país "não vão levar a lado nenhum" se Washington continuar a insistir para o Teerão reduzir totalmente a sua atividade de enriquecimento de urânio - utilizado para o fabrico de bombas nucleares.
De acordo com analistas da StoneX, citados pela Reuters, um acordo entre EUA e Irão iria levar a entrada de 300 mil a 400 mil barris por dia no mercado petrolífero. "As negociações vão ainda demorar bastante tempo até chegarem a um acordo, é difícil de prever", explica Robert Rennie, diretor de "commodities" no Westpac Banking Corp.
Na Europa, a Ucrânia e a Rússia parecem ter dado mais um passo para pôr fim ao conflito que assola o continente há mais de três anos. O Presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que as duas partes vão "começar negociações imediatamente" para alcançar um cessar-fogo - mas, muito provavelmente, sem a participação das autoridades norte-americanas.

A onça de ouro está a negociar no vermelho, numa altura em que o otimismo em torno das negociações entre Ucrânia e Rússia apaga algum do prémio de risco do metal precioso. Na segunda-feira, o Presidente dos EUA, Donald Trump, revelou que os dois lados vão iniciar "negociações imediatamente" - sem a presença de autoridades norte-americanas.
A esta hora, o ouro recua 0,42% para 3.216,14 dólares por onça, continuando a sobrevoar máximos históricos atingidos de 3.500 dólares atingidos no mês passado. Desde o início do ano, o metal precioso já valorizou mais de 22%, tendo atingido uma série de recordes consecutivas, apoiado por um adensar de conflitos geopolíticos e grande incerteza económica.
"Acho que estamos próximos de uma correção de maior magnitude [nos preços do ouro], especialmente se as tensões geopolíticas continuarem a recuar e os juros das 'Tresuries' norte-americanas crescerem ainda mais com as políticas da administração Trump", explica Kyle Rodda, analista de mercados da Capital.com.
Os investidores aguardam agora por maior clareza económica, num dia marcado por uma série de intervenções por parte de membros da Reserva Federal (Fed) norte-americana. O banco central tem apostado numa postura bastante cautelosa face à toda a incerteza introduzida nos mercados e na economia com as tarifas de Donald Trump - e deve continuar assim até ao final do ano.
Até ao fim de 2025, a Fed deve proceder com apenas dois cortes nas taxas de juro de referência, com os mercados a apontarem para o primeiro em outubro.

O dólar continua a negociar em trajetória descendente, depois de o corte de rating da dívida norte-americana por parte da Moody's ter atirado a divisa para mínimos de mais de uma semana face ao euro. A atenção dos investidores vira-se agora para o Congresso norte-americano, onde vai ser votado, esta terça-feira, um projeto-lei para reduzir drasticamente os impostos nos EUA.
Caso seja aprovado, este corte pode vir a ter consequências severas no défice norte-americano, agravando as contas negativas norte-americanas em 3 mil milhões de dólares. "O mercado está bastante preocupado com a falta de austeridade em termos orçamentais nos EUA", começa por explicar Rodrigo Catril, estratega de FX do National Australia Bank, à Reuters. "Este fator pode levar a uma fraqueza do dólar nos próximos trimestres, uma vez que o mercado deverá começar a exigir um prémio mais elevado para emprestar dinheiro ao país", completa.
Neste contexto, o euro avança 0,31% para 1,1275 dólares, enquanto a libra salta 0,25% para 1,3394 dólares. Por sua vez, a "nota verde" continua a negociar em trajetória descendente face à divisa nipónica, com o dólar a cair 0,50% para 144,13 ienes.
Em contraciclo, o dólar norte-americano consegue ganhar terreno face ao dólar australiano, depois de o banco central do país oceânico ter cortado as taxas de juro de referência em 25 pontos base para 3,85% - o segundo corte realizado este ano. Assim, o dólar australiano recua 0,54% para 0,6422 dólares norte-americanos, apesar de a autoridade monetária ter alertado para o elevado nível de incerteza económica que se vive a nível mundial.
Após o choque do corte de rating dos EUA ter agitado o mercado obrigacionista europeu, levando os juros das dívidas soberanas da Zona Euro a registarem grandes oscilações na sessão anterior, as "yields" das obrigações do bloco estão a aliviar em toda a linha esta terça-feira.
Os investidores estão convencidos que uma inflação em desaceleração vai ser o suficiente para levar o Banco Central Europeu (BCE) a reduzir as taxas de juro de referência, pelo menos, mais duas vezes este ano. As intervenções públicas de dois membros da autoridade monetária, Pierre Wunsch e Klaas Knot, devem dar maior clareza sobre o futuro da política monetária da Zona Euro.
Neste contexto, os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, aliviam 3,5 pontos-base, para 3,050%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento recua 3,1 pontos nos 3,177%. Por sua vez, os juros das obrigações francesas decrescem 3 pontos-base para 3,226%, enquanto a "yield" das "bunds" alemãs, de referência para a região, aliviam 2,8 pontos para 2,558%. Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguem a mesma tendência e aliviam em 5 pontos base para 4,611%. Já nos EUA, e após o disparo de segunda-feira, a "yield" das "Tresuries" norte-americanas recua 1,4 pontos para 4,434%.
Por sua vez, os juros das obrigações francesas decrescem 3 pontos-base para 3,226%, enquanto a "yield" das "bunds" alemãs, de referência para a região, aliviam 2,8 pontos para 2,558%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguem a mesma tendência e aliviam em 5 pontos base para 4,611%. Já nos EUA, e após o disparo de segunda-feira, a "yield" das "Tresuries" norte-americanas recua 1,4 pontos para 4,434%.

Os principais índices europeus estão a negociar maioritariamente em alta, com o alemão DAX a ser o único a destoar deste cenário de otimismo. Os investidores continuam atentos a possíveis desenvolvimentos na política comercial dos EUA com os seus parceiros, numa altura em que se aproxima a data de implementação das tarifas recíprocas de Donald Trump - que foram adiadas por 90 dias em inícios de abril.
A esta hora, o Stoxx 600, "benchmark" para a negociação europeia, avança 0,21%, impulsionado pelas ações do setor das "utilities" (água, luz e gás) e das telecomunicações. Por sua vez, o DAX ultrapassou pela primeira vez a barreira psicológica dos 24 mil pontos, antes de inverter o sentido de negociação.
O setor das "utilties" está a ser impulsionado pelos bons desempenhos do grupo português EDP - com a Renováveis a disparar quase 5% após uma revisão em alta da recomendação por parte do Deutsche Bank -, da Oersted e da Vestas Wind. Estas duas empresas crescem 14,27% e 5,84%, depois de a administração Trump ter levantado uma proibição aplicada a um projeto de energia eólica "offshore" - um recuo numa política lesiva à indústria.
Os mercados globais encontram-se a estabilizar, depois de uma sessão marcada por reações ao corte de rating da dívida norte-americana por parte da Moody's. O apetite pelo risco está de volta, apoiado ainda nas negociações entre a Rússia e a Ucrânia para pôr fim a um conflito que tem assolado a Europa há três anos.
Entre as principais movimentações de mercado, a Salmar afunda quase 6% para 479 coroas norueguesas, depois de a empresa dedicada à criação de salmão ter apresentado lucros abaixo do esperado pelo mercado.
Entre as restantes principais praças da Europa Ocidental, Madrid avança 1,27%, Paris cresce 0,11%, Londres salta 0,39%, Amesterdão valoriza 0,22%, enquanto Milão sobe 0,04% e Lisboa pula 1,68%.

A Euribor desceu hoje a três meses para um novo minimo desde dezembro de 2022 e subiu a seis e a 12 meses em relação a segunda-feira.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que baixou para 2,060%, ficou abaixo da taxa a seis (2,121%) e a 12 meses (2,095%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou hoje, ao ser fixada em 2,121%, mais 0,001 pontos.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a março indicam que a Euribor a seis meses representava 37,65% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,39% e 25,67%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também subiu, ao ser fixada em 2,095%, mais 0,001 pontos do que na segunda-feira.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março passado, voltou a recuar hoje, para 2,060%, menos 0,015 pontos e um novo mínimo desde 16 de dezembro de 2022.
Em abril, as médias mensais da Euribor caíram fortemente nos três prazos, mais intensamente do que nos meses anteriores e no prazo mais longo (12 meses).
A média da Euribor a três, a seis e a 12 meses em abril desceu 0,193 pontos para 2,249% a três meses, 0,183 pontos para 2,202% a seis meses e 0,255 pontos para 2,143% a 12 meses.
Em 17 de abril, na última reunião de política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) desceu a taxa diretora em um quarto de ponto para 2,25%.
A descida, antecipada pelos mercados, foi a sétima desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 05 e 06 de junho em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Os principais índices norte-americanos negoceiam em terreno negativo, depois de uma série de seis dias de ganhos consecutivos ter levado o S&P 500 para perto de "bull market". Ainda assim, analistas consideram que o recente avanço dos índices bolsistas norte-americanos poderá agora estagnar e que as ações dos EUA poderão ficar atrás das do resto do mundo.
O S&P 500 desliza 0,31% para os 5.945,31 pontos, enquanto o Nasdaq Composite perde 0,41% para 19.137,39 pontos. Já o Dow Jones mantém-se inalterado nos 42.794,04 pontos.
Alguns analistas citados pela Bloomberg apostam que os índices europeus terão o seu melhor desempenho em relação aos EUA em pelo menos duas décadas, à medida que as perspetivas económicas da região melhoram. Do lado de lá do Atlântico, dois responsáveis da Reserva Federal (Fed) norte-americana avisaram que iriam adotar uma abordagem de "esperar para ver" antes de apostar numa flexibilização das taxas de juro.
"Continuamos a recomendar a diversificação para o mercado europeu - somos neutros em relação aos EUA - mas penso que isso vem com a perspetiva de que será uma viagem acidentada", disse à Bloomberg Elise Badoy, diretora de "research" de ações do Citigroup. Com os índices americanos a caírem na abertura, espera-se que os investidores continuem a tirar partido dos recuos, explicou ainda François Rimeu, da La Française Asset Management.
Entre os movimentos do mercado, as vendas da gigante do retalho Home Depot ficaram aquém das expectativas durante o último trimestre, um sinal de que o enfraquecimento do sentimento do consumidor e a turbulência económica estão a reduzir os gastos. Ainda assim, ao contrário da concorrente Walmart, a Home Depot referiu que não irá aumentar preços para fazer face aos custos das tarifas. A empresa ganha a esta hora 1,36%.
Noutra nota, as remessas chinesas de iPhones da Apple e de outros dispositivos móveis para os EUA caíram em abril para os níveis mais baixos desde 2011, mostram dados citados pela Bloomberg.
Quanto às "big tech", a Nvidia cede 1,12%, a Microsoft perde 0,44%, a Meta desliza 0,27%, a Alphabet desvaloriza 0,41%, a Amazon cai 0,47% e a Apple recua 0,90%.

Os preços do petróleo seguem em queda esta terça-feira, apesar de o líder do Irão, Ayatollah Ali Khameinei, ter expressado algum ceticismo em torno das conversações com Washington, o que está a arrefecer as expectativas de que os dois países poderão chegar a um entendimento quanto ao programa nuclear de Teerão.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – cede a esta hora 0,67% para os 62,27 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a desvalorizar 0,79% para os 65,02 dólares por barril.
Khameinei disse não acreditar que as conversações com os EUA sejam bem-sucedidas e instou a administração Trump a parar de "dizer disparates", citou a Bloomberg.
Os preços do petróleo têm experienciado volatilidade desde a semana passada devido a uma série de notícias acerca do desfecho das conversações entre Washington e Teerão. Um acordo entre os países poderia abrir caminho para a entrada de mais barris no mercado, numa altura que se perspetiva que exista um excesso de oferta no final do ano.
Ainda assim, declarações de Trump de que as negociações entre a Rússia e a Ucrânia para pôr fim à guerra deverão começar "imediatamente" poderão estar a pressionar os preços do "ouro negro". Caso se chegue a algum entendimento entre Kiev e Moscovo, isto poderá significar um alívio das sanções contra a Rússia e um aumento da entrada de petróleo russo no mercado.
O crude recuperou este mês, depois de ter caído quase 16% em abril, na sequência de um abrandamento da guerra comercial entre os EUA e a China. No entanto, qualquer indicação de uma redução das sanções contra a Rússia, ou contra o Irão, também produtor do cartel da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+), poderia potencialmente acrescentar mais barris a um mercado global que já enfrenta um excesso este ano, em parte devido ao aumento da oferta planeado pelo cartel.

Os preços do ouro sobem esta tarde, impulsionados pelo aumento da procura pelo metal amarelo enquanto ativo refúgio, numa altura em que as atenções se viram da descida da notação dos EUA pela Moody's para a trajetória das taxas diretoras nos EUA e para o abrandamento das tensões comerciais.
O ouro ganha a esta hora 1,58%, para os 3.280,700 dólares por onça.
O metal precioso registou fortes ganhos no início do ano, à medida que a política comercial agressiva do Presidente dos EUA, Donald Trump, agitava os mercados globais. Ainda assim, os ganhos inverteram-se parcialmente este mês, após decretada uma pausa ou recuo em muitas das tarifas previamente anunciadas pela Administração norte-americana, em particular as que dizem respeito à China.
No entanto, o ouro continua a registar ganhos, também devido à procura pelo metal amarelo por parte de investidores chineses. No mês passado, a China importou o maior volume de ouro em quase um ano, depois de o aumento da procura do metal precioso ter levado o banco central do país a reduzir as restrições à entrada de ouro.
O total das importações de ouro para o país asiático atingiu as 127,5 toneladas métricas, o que representou um salto de 73% em relação ao mês anterior.
No plano de política monetária, dois reponsáveis da Reserva Federal (Fed) norte-americana, incluindo o chefe da Fed de Nova Iorque, John Williams, sugeriram que os decisores de política monetária poderão não estar preparados para baixar as taxas de juro antes de setembro, à medida que enfrentam perspetivas económicas pouco claras. Ainda hoje, os "traders" estarão atentos a discursos do presidente da Fed de Atlanta, Raphael Bostic, e do presidente da Fed de St. Louis, Alberto Musalem.

O dólar segue a perder terreno, influenciado pela cautela demonstrada pela Reserva Federal (Fed) norte-americana em relação à saúde da economia dos EUA, enquanto os "traders" avaliam as notícias de que as conversações entre os EUA e o Japão poderão incluir discussões sobre o câmbio dólar/iene.
O índice do dólar – que mede a força da divisa norte-americana face às principais rivais - cai a esta hora 0,26% para os 100,162 pontos.
O dólar sofreu fortes desvalorizações na segunda-feira, na sequência da descida da classificação da dívida soberana dos EUA pela Moody's, devido a preocupações com o crescente défice da maior economia mundial. Agora, as atenções viram-se para uma votação crítica em Washington sobre os cortes de impostos do presidente dos EUA, Donald Trump.
Trump deverá juntar-se ao debate no Congresso sobre o seu projeto-lei fiscal esta terça-feira.
No plano internacional, o ministro das Finanças japonês, Katsunobu Kato, disse na terça-feira que espera que qualquer reunião bilateral com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, sobre as taxas de câmbio, seja baseada na sua visão comum de que a volatilidade excessiva da moeda é indesejável, avançou a Reuters.
O iene japonês segue a ganhar terreno face ao dólar, numa altura em que a "nota verde" perde 0,15% para os 144,640 ienes.
Por cá, o euro sobe 0,20% para 1,126 dólares, enquanto a libra se mantém inalterada nos 1,336 dólares.
As yields das obrigações europeias aumentaram em toda a linha esta terça-feira, numa sessão em que os investidores preferiram apostar em ativos mais arriscados, como as ações, com o regresso do otimismo acerca de uma solução diplomática para o confito na Ucrânia.
Na Zona Euro, a maior subida verificou-se na yield das Bunds alemãs a 10 anos, de referência para a região, que subiu 1,8 pontos base para 2,603%.
Nas congéneres de Itália e Espanha, os ganhos foram de 0,4 pontos base para 3,600% e de 0,7 pontos base para 3,215 euros, respetivamente, enquanto em França a subida foi ainda menos expressiva: 0,3 pontos para 3,259%.
Fora da Zona Euro, a yield das Gilts a 10 anos aceleraram mais do que as congéneres do bloco monetário, com um avanço de 3,9 pontos base para 4,700%.
Nos EUA, as yields das Treasuries aumentam 4 pontos base para 4,487%, depois de terem superado os 4,5% na sessão. Na sexta-feira, a Moody’s retirou o rating máximo de Aaa à dívida norte-americana, à semelhança do que já tinham feito as duas restantes agências principais dos EUA, levando a yield das Treasuries a 30 anos a quebrar a barreira dos 5%.
Os principais índices europeus registaram ganhos pelo quarto dia consecutivo, impulsionados pela valorização do setor energético no continente, depois de o Presidente dos Estados Unidos (EUA) ter levantado uma ordem que suspendia a construção de um projeto de 5 mil milhões de dólares da Equinor ao largo da costa de Nova Iorque.
O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – avançou 0,73%, para os 5554,02 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX subiu 0,42% - e ultrapassou os 24 mil pontos pela primeira vez -, enquanto o britânico FTSE 100 ganhou 0,94%, o espanhol IBEX 35 valorizou 1,59%, o italiano FTSEMIB avançou 0,89%, o holandês AEX somou 0,16% e o francês CAC-40 registou ganhos de 0,75%,
Graças a resultados melhores do que o esperado e ao abrandamento das tensões comerciais, as cotadas europeias já vão na quinta semana consecutiva de ganhos e alguns analistas citados pela Bloomberg já apostam que terão o seu melhor desempenho este ano em relação aos EUA em pelo menos duas décadas
"Os investidores ainda estão subinvestidos e há dinheiro à margem", explicou à Bloomberg Mohit Kumar, estratega-chefe da Jefferies International, acrescentando que os participantes do mercado serão forçados a perseguir quaisquer movimentos de alta em ativos de risco.
Entre os setores, as "utilities" (água, luz, gás) registaram a maior subida (+1,82%), seguido das telecomunicações (+1,69%). Por outro lado, o tecnológico foi o único setor a recuar (-17%).
A energética Orsted esteve entre os maiores ganhos do dia, ao subir quase 15%, após a reviravolta de Trump no projeto da Equinor. Também a fabricante de turbinas Vestas Wind Systems (+4,8%) e a Equinor (+2,50%) beneficiaram da decisão do Presidente norte-americano.
Entre restantes movimentos do mercado, a francesa Orange subiu quase 4% depois de notícias de que a Altice France, detida pelo dono da portuguesa Meo, Patrick Drahi, está a considerar a venda de uma participação maioritária na operadora de telecomunicações SFR.
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