Europa encerra décima sessão consecutiva em alta. É a maior série de ganhos desde 2021
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta segunda-feira.
- Bolsas asiáticas fechadas para feriado. Europa prepara-se para ligeiras quedas
- Moeda de Taiwan com maior valorização face ao dólar desde os anos 80
- Petróleo afunda com receio de aumento de produção da OPEP+ inundar mercado
- Ouro recupera após perda semanal de 2,4%
- Juros da dívida europeia aliviam. "Gilts" em pausa para feriado
- Europa dividida à espera de negociações entre EUA-China e Fed. Volvo cai 1,3%
- Euribor sobe a três e a seis meses para valor idêntico e desce a 12 meses
- Tarifas atiram Wall Street para o vermelho após recuperação histórica. Berkshire perde mais de 6%
- Petróleo cai quase 3% com OPEP+ a abrir ainda mais as torneiras
- Ouro acelera mais de 2% com guerra comercial em foco
- Divisas asiáticas ganham força. Dólar taiwanês em máximos de três anos
- Juros aliviam na Zona Euro com novas ameaças na frente comercial
- Europa encerra décima sessão consecutiva em alta. É a maior série de ganhos desde 2021
A semana arranca sem negociação das ações asiáticas, uma vez que os mercados do Japão, de Hong Kong e da China estiveram encerrados devido a feriado.
Pela Europa, os futuros do Euro Stoxx 50 apontam para perdas ligeiras, em reação ao facto de o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter dito que não tinha planos de iniciar as conversações com Xi Jinping esta semana. Em Taiwan, o TAEIX perdeu 1,23%.
O anúncio do arranque das conversações entre as duas maiores economias do mundo tem dado algum alento aos mercados financeiros desde a semana passada, que estão em queda generalizada desde o "Dia da Libertação", quando Trump anunciou tarifas recíprocas para todos os parceiros comerciais.
"O otimismo dos acordos comerciais está a dar lugar à realidade de negociações complexas e lentas", disse Charu Chanana, estrategada Saxo Markets, à Bloomberg.
A moeda de Taiwan registou esta segunda-feira a maior valorização intradiária face à divisa norte-americana desde a década de 1980. O dólar de Taiwan chegou a ganhar 5%, até aos 0,0339 dólares, máximo de cerca de três anos.
Os fortes ganhos da divisa asiática foram impulsionados por uma corrida ao dólar local com a expectativa dos exportadores de que as autoridades monetárias de Taiwan permitam uma valorização da moeda para facilitar um acordo comercial com os EUA.
A moeda única europeia, por seu turno, avança 0,28% para 1,1329 dólares, enquanto a libra esterlina valoriza 0,08%, negociando nos 1,3282 dólares.
A divisa norte-americana cede ainda 0,46% perante a rival nipónica, para os 144,29 ienes.
O petróleo estava a cair a pique, esta manhã, aproximando-se do mínimo de quatro anos atingido em abril.
Segundo a Bloomberg, a queda está a ser precipitada por receios de um excesso de crude no mercado, depois de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) ter concordado com outro aumento significativo da produção, aumentando a oferta, numa altura em que a procura encontra na guerra comercial um desafio.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os Estados Unidos - para entrega em junho estava a cader a esta hora 2,90% para 56,60 dólares por barril, enquanto o Brent – de referência para a Europa – para entrega em julho estava a desvalorizar 2,68% para os 59,65 dólares por barril.
A OPEP+, aliança liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia, decidiu, este sábado, elevar a oferta de petróleo em mais de 400 mil barris por dia a partir do próximo mês, à semelhança do que anunciou para maio.
O ouro está a ganhar terreno neste arranque de semana, depois de ter registado a primeira perda semanal de 2025, com uma desvalorização de 2,4%. Os investidores continuam receosos quanto à guerra comercial, já que o Presidente dos EUA impôs novas tarifas e reiterou que não vai avançar com as negociações com a China esta semana.
Ainda assim, ontem Donald Trump disse que está disposto a descer as tarifas impostas a Pequim, que estão "tão altas" que o comércio entre as duas maiores economias do mundo está praticamente parado.
O metal amarelo soma para 3.267,47 dólares por onça, impulsionado também pela queda do dólar norte-americano, que torna o ouro mais barato para compradores estrangeiros.
A Reserva Federal (Fed) reúne-se esta terça e quarta-feira para mais uma decisão de política monetária. Os investidores esperam que o banco central mantenha as taxas de juro inalteradas - apesar da pressão feita por Donald Trump, que disse que os números mais fortes no relatório de emprego não davam razões a Jerome Powell para não cortar os juros.
"Vamos ver o ouro a continuar a negociar entre os 3.200 dólares e 3.350 dólares antes da reunião da Fed. No entanto, quaisquer novos desenvolvimentos sobre o acordo comercial podem fazer com que a volatilidade aumente novamente", garantiu à Reuters Tim Waterer, analista da KCM Trade.
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a aliviar esta segunda-feira, em dia de feriado do Early May Bank Holiday no Reino Unido.
A "yield" das "Bunds" alemãs a dez anos, que serve de referência para a Zona Euro, descem 1,3 pontos base para 2,518%, enquanto os juros das obrigações francesas com a mesma maturidade recuam 1,2 pontos para 3,235%.
Nos países do sul da Europa, a "yield" da dívida portuguesa desce 1,4 pontos para 3,058% e a da espanhola cede 1,3 pontos para 3,174%, enquanto os juros das obrigações italianas perdem 1,4 pontos para 3,621%.
Os principais índices do Velho Continente negoceiam sem rumo definido esta segunda-feira, enquanto os investidores aguardam mais pormenores sobre as negociações comerciais entre os EUA e a China, mais resultados empresariais trimestrais e a reunião de política da Reserva Federal (Fed) durante esta semana.
Neste fim de semana, Trump garantiu que não haverá novos desenvolvimentos nas negociações com Pequim, ao mesmo tempo que admitiu baixar as tarifas ao gigante asiático para que o comércio entre as duas maiores economias do mundo volte ao ativo. Apesar disso, a Casa Branca e Taiwan fecharam a primeira ronda de negociações.
O Presidente dos EUA tem ainda pressionado a Reserva Federal a cortar juros o mais rápido possível, e este domingo voltou a fazê-lo, afirmando que o relatório de emprego norte-americano não dá razões para que não se cortem juros. A Fed reúne esta terça e quarta-feira e espera-se que mantenha os juros inalterados.
"As ligeiras esperanças de uma mudança na política de tarifas acalmaram os mercados financeiros por enquanto, mas alguns indicadores continuam a apontar para uma possível recessão económica que poderá durar mais de 100 dias", disse Guillermo Hernandez Sampere, diretor de negociação da gestora de ativos MPPM, à Bloomberg.
O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – ganha 0,04% para 536,65 pontos e sobe há uma dezena de sessões consecutivas. Entre os 20 setores que compõem o "benchmark", o setor do petróleo e gás é quem mais pressiona, ao ceder 1,16% após o anúncio da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) de que vai aumentar a produção em junho. A travar as perdas estão os setores da saúde e telecomunicações.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, do lado das perdas, o francês CAC-40 desvaloriza 0,41%, o holandês AEX perde 0,25% e o italiano FTSEMIB recua 0,14%. Já do lado dos ganhos, o espanhol Ibex 35 soma 0,31% e o alemão Dax ganha 0,34%. O britânico FTSE 100 está encerrado devido a um feriado nacional.
Entre os principais movimentos empresariais, a Rheinmetall sobe mais de 2%, numa altura em que os gastos dos estados-membros em defesa focam atenções.
Na banca, o austríaco Erste Bank salta 6,5% após ter chegado a acordo com o espanhol Santander para comprar metade da unidade polaca por 6.800 milhões de euros. Esta é das maiores transações entre bancos na Europa dos últimos anos. O Santander ganha 0,3%.
A época de apresentação de resultados do primeiro trimestre está em pleno andamento e, até agora, as empresas europeias estão a apresentar resultados significativamente superiores às expectativas. Hoje é a vez da alemã Audi apresentar contas. As ações do grupo Volkswagen perdem 0,5%.
A Volvo perde 1,3% depois de ter dado conta de uma queda de 11% das vendas em abril, afirmando num comunicado que as vendas de automóveis totalmente elétricos diminuíram 32%, passando a representar 20% do volume total de vendas.
Já a petrolífera Shell sobe mais de 2% após a notícia de que a britânica está a estudar a compra da rival BP, que ganha 0,2%.
A Euribor subiu hoje a três e seis meses para um valor idêntico e desceu a 12 meses em relação a sexta-feira.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 2,151%, ficou igual à taxa a seis meses (também 2,151%) e acima da taxa a 12 meses (2,039%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou hoje, ao ser fixada em 2,151%, mais 0,008 pontos.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a fevereiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,52% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,50% e 25,72%, respetivamente.
Em sentido contrário, no prazo de 12 meses, a taxa Euribor baixou, ao ser fixada em 2,039%, menos 0,006 pontos do que na sexta-feira.
A Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março passado, avançou hoje, para 2,151%, mais 0,009 pontos.
Em abril, as médias mensais da Euribor caíram fortemente nos três prazos, mas mais intensamente do que nos meses anteriores e no prazo mais longo (12 meses).
A média da Euribor a três, seis e a 12 meses em abril desceu 0,193 pontos para 2,249% a três meses, 0,183 pontos para 2,202% a seis meses e 0,255 pontos para 2,143% a 12 meses.
Em 17 de abril, na última reunião de política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) desceu a taxa diretora em um quarto de ponto para 2,25%.
A descida, antecipada pelos mercados, foi a sétima desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 05 e 06 de junho em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
* Lusa
Os principais índices norte-americanos arrancaram a sessão com perdas, numa altura em que a guerra comercial volta a estar no foco dos investidores, depois de Donald Trump ter ameaçado introduzir tarifas de 100% a todos os filmes produzidos fora dos EUA. O anúncio castigou as empresas ligadas à indústria, apesar de o Presidente norte-americano não ter dado detalhes sobre como pretendia impor estas taxas.
O S&P 500 cai 0,77% para 5.642,79 pontos, enquanto o industrial Dow Jones recua 0,44% para 41.135,17 pontos e o tecnológico Nasdaq cede 0,80% para 17.834,56 pontos. Estes movimentos acontecem após, na sexta-feira, o S&P 500 ter alcançado a nona sessão consecutiva de ganhos – um feito não registado desde 2004.
"O S&P 500 conseguiu apagar o impacto negativo das tarifas com um dos maiores impulsos dos últimos 20 anos, mas ainda é cedo para saber se este bom desempenho vai-se traduzir num novo 'bull market'", explica Chris Larkin da E*Trade, pertencente ao Morgan Stanley, à Bloomberg.
Entre as principais empresas ligadas à indústria cinematográfica, a Walt Disney e a Netflix perdem 1,26% e 2,36%, respetivamente, enquanto a Amazon – que possui uma divisão de "streaming", a Amazon Prime – cai 1,95%. No entanto, a companhia que está a ser mais castigada com esta nova leva de tarifas é a Warner Bros, que recua 2,57%.
Ainda a prender as atenções dos investidores está a saída de Warren Buffet da Berkshire Hathaway. O "Oráculo de Omaha" pendurou o chapéu ao fim de seis décadas à frente dos destinos do conglomerado e nomeou Greg Abel, "vice-chairman" da empresa, para o seu lugar.
Os investidores estão a reagir negativamente a este anúncio e a empresa conhecida por ser um espelho da economia norte-americana, com um enorme leque de negócios e investimentos, cai 6,65% para 503,90 dólares. A Berkshire Hathaway tem uma capitalização bolsista superior a um bilião de dólares e é uma das maiores empresas do mundo.
Com a guerra comercial de novo entre as principiais preocupações do mercado, depois de as tensões entre China e EUA terem aliviado com as duas partes a mostrarem abertura para negociar, os investidores vão estar especialmente atentos à reunião da Reserva Federal (Fed) norte-americana, que se realiza esta semana.
O barril de petróleo chegou a perder mais de 4% esta segunda-feira, em reação a uma nova abertura das "torneiras", anunciada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados – a OPEP+. Entretanto, os preços do crude conseguiram reduzir as perdas para cerca de metade, mas a perspetiva de um excedente de oferta no mercado continua a penalizar a matéria-prima no mercado internacional.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os Estados Unidos - para entrega em junho cai 2,66% para 56,74 dólares por barril, enquanto o Brent – de referência para a Europa – para entrega em julho desvaloriza 2,37% para os 59,84 dólares. Os dois benchmarks estão a negociar perto de mínimos de quatro anos, atingidos em abril, após as tarifas de Donald Trump terem derrubado os preços do petróleo.
Este sábado, a OPEP+ decidiu que iria colocar, a partir de junho, mais 411 mil barris de crude por dia no mercado. A decisão foi tomada no sábado pelos oito países que têm estado a repor os 2,2 milhões de barris por dia que foram cortados voluntariamente da oferta em 2023: Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Koweit, Cazaquistão, Argélia e Omã.
Esta mudança de estratégia da organização, que pretende sacrificar preços mais elevados por uma maior quota de mercado, tem vindo a pressionar os preços da matéria-prima. Já no mês passado, a OPEP+ tinha anunciado que iria colocar mais 400 mil barris no mercado a partir de maio – o triplo do que estava inicialmente previsto.
"Este anúncio dos produtores que controlam 30% da produção mundial de crude vai introduzir grande volatilidade no mercado petrolífero a curto prazo", começa por explicar Ed Bell, diretor de "research" da Emirates NBD, numa nota acedida pela Reuters. O analista vê uma menor coesão na organização e vaticina: se assim continuar, a aliança pode conhecer "um fim desordenado".
De acordo com o que algumas fontes disseram à agência de notícias, tem sido a Arábia Saudita a fazer pressão para se acelerar a reposição de crude, como forma de punir membros como o Iraque e o Cazaquistão, pelos fracos níveis de cumprimento no que toca às suas quotas.
Com Donald Trump a voltar a acenar a bandeira da guerra comercial, anunciado tarifas de 100% a todos os filmes produzidos fora dos EUA, o ouro está a ganhar tração. A incerteza em torno dos planos da Administração norte-americana, que já está próxima de assinar acordos comerciais com uma série de países mas ainda não deu passos em frente com a China, está a fazer com que os investidores procurem refúgio em ativos mais seguros, como é o caso do ouro.
O metal amarelo acelera 2,20% para 3.311,88 dólares por onça. Desde o arranque do ano, a matéria-prima já valorizou cerca de 26%, tendo atingido máximos históricos em abril, quando ultrapassou a barreira dos 3.500 dólares. Entre riscos geopolíticos e guerras comerciais, o metal precioso tem sido um dos ativos prediletos dos investidores para fazerem face à incerteza.
As atenções dos investidores viram-se agora para a reunião do Comité de Operações em Mercado Aberto (FOMC) da Reserva Federal (Fed) norte-americana, esta semana. Espera-se que o banco central resista à pressão vinda da Casa Branca e mantenha as taxas de juro inalteradas, apoiado na solidez do mercado laboral do país. A autoridade monetária decidiu manter os juros de referência no intervalo de 4,25%-4,50% na última reunião, apesar de, já aí, ter deixado um aviso em relação à "incerteza em torno do panorama económico".
"Não é expectável que a Fed decida mexer nas taxas de juro, mas vai ser importante analisar para que caminho é que o banco central está a pender", explica Jim Wyckoff, da Kitco Metals, à Reuters. O analista prevê que o ouro continue a negociar acima da marca dos 3 mil dólares, pelo menos, no curto-prazo.
O dólar continua a perder força face às suas principais rivais, principalmente contra as asiáticas, num dia marcado pela valorização histórica da moeda de Taiwan. Os fortes ganhos desta divisa estão a alimentar especulações de que as autoridades monetárias deste país permitam uma valorização da moeda para facilitar um acordo comercial com os EUA.
A esta hora, o dólar taiwanês dispara 5,22% para 0,0343 dólares norte-americanos e atinge máximos de cerca de três anos. Já face à moeda nipónica, a "nota verde" perde 0,82% para 143,77 ienes, enquanto o dólar australiano acelera 0,68% para 0,6478 dólares norte-americanos – o valor mais elevado em cinco meses.
Apesar da especulação entre investidores, o governador do banco central de Taiwan, Yang Chin-long, já veio assegurar que a autoridade monetária não está a intervir na moeda e afirmou, mais uma vez, que as taxas de câmbio não estão entre os pontos que estão a ser negociados com Washington.
Já pela Europa, o euro mantém a tendência de negociação das divisas asiáticas, embora com menos força. A moeda comum avança 0,31% para 1,1332 dólares, enquanto a libra cresce 0,23% para 1,3302 dólares. A divisa britânica pode vir a enfrentar alguma turbulência esta semana com os investidores à espera do Banco de Inglaterra (BoE).
A autoridade monetária deverá cortar as taxas de juro em 25 pontos para 4,25%, mas a atenção dos analistas e do mercado vira-se para o futuro da política monetária. Com o contexto de incerteza que se vive a nível global, os investidores querem perceber qual será a estratégia do banco central e se passa por um alívio nas taxas de referência mais acentuado.
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro aliviaram em toda a linha esta segunda-feira, numa altura em que Donald Trump volta a ameaçar o mundo com novas tarifas e os investidores reduzem a sua exposição ao mercado norte-americano. Esta semana vai ser marcada por uma série de decisões de política monetária, com o Reino Unido, a Noruega e a Suécia a decidirem se mantêm ou cortam nas taxas de juro.
Neste contexto, a "yield" das obrigações alemãs a dez anos, que servem de referência para a região, recuou 1,6 pontos base para 2,514%, enquanto os juros da dívida francesa com a mesma maturidade cederam 1,3 pontos para 3,234%.
Entre os países do sul da Europa, a "yield" das obrigações portuguesas a dez anos caiu 2,7 pontos para 3,045%, enquanto a da espanhola deslizou 2,1 pontos para 3,166%. Por sua vez, os juros da dívida italiana foram os que registaram o maior alívio, tendo caído 3,4 pontos para 3,6%.
Fora da Zona Euro, e com os mercados fechados no Reino Unido devido a feriado, os juros dos "Tresuries" norte-americanos avançam 3,7 pontos para 4,345%.
As principais bolsas europeias conseguiram terminar a sessão desta segunda-feira maioritariamente em alta, apesar de novas ameaças de tarifas por parte da administração Trump. Os investidores parecem estar a reduzir a sua exposição a ativos norte-americanos e a apostar mais no mercado europeu, com o "benchmark" para a negociação da região, o Stoxx 600, a registar a sua décima sessão consecutiva em alta - a maior série de ganhos desde agosto de 2021.
O Stoxx 600 encerrou a negociação com ganhos modestos de 0,16%, apesar de a maior praça da Zona Euro - a de Frankfurt - ter acelerado mais de 1%. O setor do petróleo e gás limitou as valorizações do principal índice europeu, numa dia em que o preço do barril de crude chegou a cair cerca de 4%, com a OPEP+ a anunciar que iria colocar ainda mais petróleo no mercado.
O Erste Group Bank liderou os ganhos do principal índice europeu, ao valorizar 8,67% para 63,95 euros, depois de a instituição financeira ter decidido comprar 49% do capital da unidade polaca do Santander por 6,8 mil milhões de euros - a maior transação entre bancos europeus dos últimos anos. Por sua vez, o Santander Bank Polska caiu 6,65% para 550,60 euros por título.
A guerra comercial continua a ser seguida passo a passo pelos investidores. Por um lado, Donald Trump ameaçou a indústria cinematográfica com tarifas de 100% a todos os filmes que não sejam produzidos nos EUA, o que deixou os mercados preocupados com uma nova escalada do conflito. Por outro, a Casa Branca prepara-se para assinar acordos comerciais com uma série de países esta semana - embora a China fique de fora.
"As esperanças de uma mudança na política tarifária dos EUA estão a acalmar os mercados por enquanto, mas alguns indicadores continuam a apontar para uma possível recessão económica, que poderá durar mais de 100 dias", explica Guillermo Hernandez Sampere, da gestora de ativos MPPM, à Bloomberg.
No meio da incerteza, as empresas continuam a apresentar resultados ao mercado. Esta "earnings season" está a ser mais positiva do que o antecipado, com as companhias europeias a crescerem, em média, 3,8%. As estimativas citadas pela Bloomberg, feitas antes do início da época de resultados, esperavam uma quebra de 1,4% nos lucros das empresas do Velho Continente.
Entre as principais praças europeias, Madrid avançou 0,53%, Frankfurt somou 1,12%, enquanto Milão cresceu 0,39%. Por sua vez, Paris cedeu 0,55% e Amesterdão caiu apenas 0,13%. A bolsa londrina esteve encerrada devido a feriado.
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