Bolsas europeias indecisas à espera do encontro entre Trump e Putin no Alasca
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta sexta-feira.
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Bolsas europeias indecisas à espera do encontro entre Trump e Putin no Alasca
As bolsas europeias terminaram a derradeira sessão da semana sem rumo definido, com os investidores cautelosos à espera da cimeira entre Trump e Putin esta sexta-feira no Alasca. O mercado está amplamente confiante de que haverá progressos que, pelo menos, leverão a um acalmar das tensões entre a Rússia e a Ucrânia, se não mesmo um acordo de cessar-fogo.
O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – perdeu 0,06% para os 553,56 pontos, pressionado pelos setores da tecnologia, da banca e do imobiliário, que perderam cerca de 0,5% cada. Já a saúde e o automóvel impediram o "benchmark" de maiores perdas, com valorizações perto de 1%. Ainda assim, o índice somou a segunda semana consecutiva de ganhos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX perdeu 0,07%, o holandês AEX cedeu 0,29%, o britânico FTSE 100 recuou 0,42%. Do lado dos ganhos, o espanhol IBEX 35 pulou 0,47%, o francês CAC-40 cresceu 0,67%. Já o italiano FTSEMIB terminou praticamente inalterado.
Os fracos resultados trimestrais da norte-americana Applied Materials pesaram sobre as ações da holandesa ASML, que recuou quase 1%, também porque o presidente dos EUA terá ameaçado impor uma tarifa às importações de semicondutores que pode chegar aos 300%.
A Pandora afundou 18% depois de ter revelado receitas trimestrais que desapontaram os analistas. As ações da NKT A/S subiram 8,6% após a fabricante de componentes elétricos ter elevado as previsões para o resto do ano.
A fabricante de chips suíça U-Blox disparou 24,42% com uma potencial compra de capital por parte da Advent. Ainda não se sabe se o negócio será concretizado, mas pode superar mil milhões de francos suíços, pouco mais de mil milhões de euros. A avaliação fica em linha com o valor de mercado da empresa, que depois do salto em bolsa hoje, se situa nos 1.052 milhões de francos suíços.
Juros da dívida soberana disparam com investidores a preferirem ativos de risco
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravaram-se esta sexta-feira, em dia de grande venda das obrigações por parte dos investidores, que se afastam de ativos seguros com esperança de que o encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin resulte num acordo de cessar-fogo na Ucrânia.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, subiram 8 pontos-base, para 3,173%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento avançou 8,6 pontos, para 3,348%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa saltou 9,6 pontos-base para 3,466%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, avançaram 7,7 pontos para 2,786%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguiram a mesma tendência e agravaram-se em 5,7 pontos-base para 4,694%.
Petróleo recua com possível alívio de sanções à Rússia
Os preços do petróleo estão a perder força nos mercados internacionais no dia em que os Presidentes russo e norte-americano se reúnem pela primeira vez em seis anos, no Alasca, para discutir um possível cessar fogo na Ucrânia e ainda um alívio das sanções aplicadas à Rússia, o segundo maior exportador de "ouro negro" no mundo, a seguir à Arábia Saudita.
O mercado estará hoje a avaliar de perto o progresso nas negociações. Quaisquer avanços para tréguas eliminariam uma camada de risco geopolítico do mercado petrolífero, que deverá estar em excesso nos próximos meses. Donald Trump disse acreditar que a Rússia está preparada para acabar com a guerra. Ainda assim, admitiu que há 25% de hipóteses de a reunião não ser bem-sucedida.
Ameaçou ainda impor sanções secundárias aos países que comprarem petróleo a Moscovo se não houver progresso nas negociações de paz.
Esta tarde, o West Texas Intermediate (WTI), referência norte-americana, desvaloriza 1,05% para 63,29 dólares por barril e o Brent, referência a nível europeu, perde 0,94% para 66,21 dólares. No acumulado da semana, o WTI deve cair 0,7%, enquanto o Brent está a caminho de um ganho de 0,4%.
"O mercado está atento para saber se há um cessar-fogo ou não. Essa expectativa traduz-se em mais produção russa", disse Giovanni Staunovo, analista de commodities do UBS, à Reuters. "A questão é: haverá escalada ou 'descalada'?".
Na quinta-feira, Trump advertiu que poderia impor "consequências muito severas" se Putin não concordasse com um cessar-fogo no encontro de hoje, esperando ainda usar a cimeira para marcar uma "segunda reunião rápida" com Volodymyr Zelenskiy, após ser pressionado pelos aliados.
"Consideramos improvável que a reunião desta noite produza resultados significativos", disse Arne Lohmann Rasmussen, analista da A/S Global Risk Management, em declarações à Bloomberg. "Se for acordada uma reunião de acompanhamento, Trump poderá procurar atribuir a responsabilidades a Putin e a Zelenskiy. A curto prazo, é improvável que haja novas sanções dos EUA. Não se pode descartar um abrandamento, a menos que a reunião fracasse", explicou ainda.
Os analistas dizem ainda que as expectativas de um excesso de petróleo nos mercados em 2026 podem dar a Trump alguma margem para pressionar Putin.
Inflação e sentimento dos consumidores pesam sobre o dólar
O sentimento dos consumidores norte-americanos caiu inesperadamente pela primeira vez desde abril e as expectativas de inflação aumentaram devido à ansiedade persistente sobre o impacto das tarifas.
O índice preliminar de sentimento de agosto recuou para 58,6 pontos, face aos 61,7 registados no mês anterior, de acordo com dados da Universidade de Michigan divulgados na sexta-feira. “Os consumidores continuam à espera que tanto a inflação quanto o desemprego se deteriorem no futuro”, explicou Joanne Hsu, diretora da análise, citada pela Bloomberg.
Os consumidores esperam que os preços subam a uma taxa anual de 4,9% no próximo ano, anulando a melhoria do mês anterior. Nos próximos cinco a dez anos, preveem um aumento dos custos a uma taxa anual de 3,9%.
Tanto o índice de confiança quanto os indicadores de inflação ficaram abaixo do previsto pelos economistas consultados pela Bloomberg. A deterioração dos dados está a levar a um reajustamento das expectativas em relação a um corte de juros da Reserva Federal dos Estados Unidos em setembro.
Nesse sentido – e com o mercado a aguardar os resultados do encontro entre Trump e Putin no Alasca –, o dólar segue a recuar. O índice da Bloomberg que mede o desempenho da divisa contra um cabaz dos principais pares cede 0,5%. Comparando com a moeda única, o euro aprecia-se 0,55% para 1,1713 dólares.
Dow Jones arranca em recordes em dia de cimeira. Nasdaq recua com tarifas sobre chips
As bolsas norte-americanas arrancaram a última sessão da semana sem rumo definido, numa altura em que as atenções dos investidores estão no encontro dos Presidentes norte-americano e russo, esta sexta-feira, no Alasca, para discutir um acordo de paz na Ucrânia. O mercado está ainda a digerir os dados das vendas no retalho em julho, divulgados pelo Departamento do Comércio dos EUA.
No mês passado, as vendas aumentaram 0,5%, depois de uma revisão em alta de 0,9% no mês anterior, com impulso das vendas de automóveis e grandes promoções online, um sinal de que os consumidores norte-americanos gastaram mais nesse mês. Excluindo os automóveis, as vendas subiram 0,3%. Mas, um aumento nos preços de importação levantou preocupações de que as tarifas dos EUA podem acelerar a inflação nos próximos meses.
"O foco estará nos dados económicos e, para que as ações subam até ao final da semana, precisamos de ver relatórios sólidos e evitar quaisquer relatórios fracos que aumentem a ansiedade em relação à estagflação", disse Tom Essaye, da The Sevens Report, em declarações à Bloomberg.
O índice industrial Dow Jones subia 0,65% na abertura para os 45.203,52 pontos, um novo máximo histórico. Já o S&P 500 avança modestos 0,02% para 6.470,05 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite recua 0,12% para 21.685,65 pontos.
As bolsas norte-americanas estão a caminho da segunda semana de valorizações, impulsionadas pelas expectativas de que a Reserva Federal possa reiniciar o ciclo de corte de juros com uma descida de 25 pontos-base na taxa de juros, na reunião de setembro.
As ações de empresas ligadas aos semicondutores estão a cair, depois de o Presidente dos EUA ter admitido que vai anunciar a tarifa sobre os chips nas próximas duas semanas e, aliás, que a taxa pode chegar aos 300% - um aumento significativo face à taxa de 100% anunciada a semana passada, num evento com o CEO da Apple, Tim Cook. A Nvidia cai 0,6% e a AMD recua 2%, apesar de as duas estarem aparentemente isentas das taxas, num acordo fixado com a Casa Branca no início desta semana.
A Intel está a subir perto de 4%, depois de o Governo dos EUA admitir entrar no capital da empresa, ajudando-a a reforçar a produção em solo americano.
A UnitedHealth escala mais de 10% após o conglomerado de Warren Buffett, a Berkshire Hathaway, ter comprado ações da seguradora no segundo trimestre deste ano. A "holding" ganha 0,5%.
Taxa Euribor desce em todos os prazos
A taxa Euribor desceu hoje a seis, três e 12 meses face a quinta-feira. Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 2,026%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,111%) e a 12 meses (2,092%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, registou uma ligeira descida face aos 2,112% de quinta-feira. No prazo de 12 meses, a taxa Euribor baixou, ao ser fixada em 2,092%, abaixo dos 2,116% da sessão anterior. A Euribor a três meses baixou para 2,026%, abaixo dos 2,034% de quarta-feira e acima de 2% pela sétima sessão consecutiva.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a junho indicam que a Euribor a seis meses representava 37,74% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,28% e 25,58%, respetivamente.
Na última reunião de política monetária, em 24 de julho, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas diretoras, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
Enquanto alguns analistas antecipam a manutenção das taxas diretoras pelo menos até ao final deste ano, outros preveem um novo corte, de 25 pontos base, em setembro. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 10 e 11 de setembro em Frankfurt.
Juros das dívidas soberanas agravam-se
Os números da inflação nos Estados Unidos surpreenderam o mercado ao retomarem a tendência ascendente. Os dados conhecidos esta quinta-feira abalaram os mercados, com as "yields" das Treasuries dos EUA a 10 anos a subirem e o índice do dólar norte-americano a avançar.
Apesar da inversão na moeda dos EUA - que segue a aliviar - e do apetite por ativos de risco, os juros das obrigações seguem esta sexta-feira a agravar ligeiramente.
A referência para a Europa, a "yield" das Bunds alemãs a 10 anos, sobe 3 pontos-base para 2,736%, enquanto o juro francês ganha 4,1 pontos para 3,407%. Entre os países do Sul, a "yield" da dívida pública portuguesa avança 3,9 pontos para 3,136%. Em Espanha, a subida é de 4,3 pontos-base para 3,301%.
Gás e petróleo desvalorizam face a possível alívio nas sanções energéticas à Rússia
Os preços do gás natural na Europa estão a cair para o nível mais baixo desde maio, em antecipação da cimeira histórica entre Donald Trump e Vladimir Putin, que procurará pôr fim a uma guerra que colapsou o fluxo de combustível daquele que era outrora o maior fornecedor do continente.
Antes do encontro, os futuros negociados na Holanda (referência para a Europa) perdem 1,4%, para 31,70 euros. Não haverá notícias das negociações, que começam às 20:00 (hora de Lisboa), antes do encerramento do mercado de Amesterdão pelo que as potenciais reações dos preços só ocorrerão quando as bolsas reabrirem na segunda-feira de manhã.
Embora poucos “traders” prevejam um retorno iminente do gás russo à Europa — mesmo que seja acordado um cessar-fogo na Ucrânia —, qualquer endurecimento ou flexibilização das sanções à energia russa poderá ter implicações significativas para o abastecimento global.
“A extensão de qualquer alívio nas sanções energéticas dependerá da escala de um cessar-fogo por Putin, um fim efetivo da guerra na Ucrânia e compromissos credíveis com a reconstrução do território ucraniano não ocupado”, disse Claudio Steuer, analista sénior do Instituto de Estudos Energéticos de Oxford, à Bloomberg.
Os preços do gás europeu ainda estão acima dos níveis em que eram normalmente negociados antes da crise energética que começou há mais de três anos, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. Atualmente, a região obtém a maior parte do seu abastecimento de países distantes, incluindo os EUA e o Catar — com menos de um quinto proveniente da Rússia no ano passado —, mas compete por esses carregamentos com outros grandes compradores na Ásia.
Também o mercado petrolífero está a ser influenciado pela cimeira. O West Texas Intermediate (WTI), referência norte-americana, desvaloriza 0,94% para 63,36 dólares por barril e o Brent, referência a nível europeu, valoriza 0,81% para 66,30 dólares.
Ouro recupera, mas não deverá escapar a perda semanal
O ouro caminha para uma perda semanal, depois que os “traders” reduzirem as apostas sobre um corte nas taxas pela Reserva Federal dos EUA em setembro devido à subida da inflação.
O metal precioso sobe 0,1% para 3.340 dólares por onça, depois de ter encerrado a última sessão com queda de 0,6%, após o relatório de inflação ter mostrado, em julho, o maior aumento em três anos e levado a uma desvalorização do dólar.
“As apostas na redução das taxas de juro apoiam diretamente os ativos com rendimento zero, como o ouro, enquanto o impasse entre o abrandamento do crescimento e os preços elevados mantém o seu apelo como refúgio seguro. Além disso, a lista cada vez mais extensa de candidatos à presidência da Reserva Federal apresentada por Trump reforça a narrativa da desdolarização global, sustentando ainda mais a procura por ouro”, explica Dilin Wu, estratega de análise da Pepperstone.
O metal precioso subiu mais de um quarto este ano, com a maior parte desses ganhos nos primeiros quatro meses. Tem sido apoiado por tensões geopolíticas e comerciais intensificadas que estimularam a procura por ativos-refúgio, enquanto as compras dos bancos centrais também sustentaram a sua força.
Dólar cede apesar de incerteza em torno da inflação
O dólar segue a desvalorizar, num momento em que há menos certezas sobre o futuro do custo do dinheiro nos Estados Unidos e em que os investidores aguardam o encontro entre os Presidentes dos EUA e da Rússia.
“O encontro de hoje entre Trump e Putin no Alasca pode ser um ponto de viragem para o conflito na Ucrânia. Mas isto pode não ter o mesmo impacto sísmico no dólar que os dados macroeconómicos têm tido ultimamente. Após o pico do PPI de ontem, houve uma revisão agressiva das expectativas da Fed, e o balanço de riscos para o dólar está agora mais equilibrado”, dizem os analistas do ING, numa nota.
O índice de preços no produtor “core”, que exclui os preços dos alimentos e energia por serem mais voláteis, subiu 0,9% em julho, marcando o maior aumento desde março de 2022. Os dados conhecidos esta quinta-feira ficaram acima das estimativas do mercado, que apontavam para 0,2%. Em termos anuais, o índice de preços no produtor aumentou 3,7% em julho, após um crescimento de 2,6% no mês anterior, superando também as previsões de 2,9%.
Os mercados apontam agora para uma probabilidade de 90% de que a Fed venha a flexibilizar os juros diretores em setembro, abaixo da probabilidade de 95% apontada anteriormente. Este reajustamento levou o índice do dólar a valorizar na sessão de ontem, seguindo hoje a ceder 0,23%. Em comparação com a moeda única, o euro ganha 0,24% para 1,16801 dólares.
Números da economia ditam sentimento. Alaska impulsiona ações europeias
As ações europeias negoceiam em alta, em linha com a maioria dos mercados acionistas globais, face a expectativas cautelosas de que a cimeira entre os EUA e a Rússia esta sexta-feira possa ser um primeiro passo para a negociação de um acordo de paz na Ucrânia e o descongelamento das relações.
Embora um acordo para pôr fim à guerra na Ucrânia ainda esteja provavelmente longe, “esperamos alguns progressos na reunião de hoje e um caminho definido para novas discussões”, disse Mohit Kumar, estratega-chefe europeu da Jefferies International, em declarações à Bloomberg. “Se avançarmos para um acordo de paz, isso seria positivo para os mercados europeus”.
O índice de referência Stoxx 600 avança 0,2%, tendo tocado o nível mais alto desde março. O alemão Dax ganha 0,48% e o espanhol Ibex avança 0,68%. O índice de referência britânico FTSE 100 atingiu um novo recorde impulsionado ainda pelos números do PIB.
Na Ásia, as ações em Hong Kong enfraqueceram 1% depois de ter sido conhecido que a economia da China desacelerou em julho, com a atividade industrial e as vendas a retalho a dececionarem, sinalizando que a guerra comercial dos EUA está a começar a pesar sobre a segunda maior economia do mundo. As ações japonesas subiram 1,6% depois de a economia do país ter crescido mais do que o esperado no último trimestre.
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