Banca e tecnologia empurram Europa para o verde. Shell derrapa 2%
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta segunda-feira.
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Banca e tecnologia empurram Europa para o verde. Shell derrapa 2%
As principais bolsas europeias terminaram a primeira sessão da semana com ganhos, à exceção das praças portuguesa e britânica, num dia em que as subidas registadas nos setores da banca e da tecnologia ofuscaram as preocupações dos investidores quanto a um acordo comercial com os EUA, que teima em chegar, a dois dias do fim do prazo estabelecido por Donald Trump de 9 de julho. Caso não haja acordo entre os dois blocos, os Estados-membros preparam-se para receber uma taxa adicional.
A União Europeia ainda espera ir a tempo de chegar a um acordo comercial antes de 9 de julho. A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, e Trump tiveram uma "boa conversa", disse um porta-voz da Comissão esta manhã, animando ligeiramente o sentimento do mercado.
Neste contexto, o índice pan-europeu Stoxx 600 registou uma subida de 0,44% para 543,50 pontos, impulsionado pelas subidas de 1,4% da banca e das "tech".
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX somou 1,2%, o espanhol IBEX 35 valorizou 0,73%, o italiano FTSEMIB ganhou 0,74%, o francês CAC-40 avançou 0,35% e o holandês AEX, que registou ganhos de 0,61%. A destoar deste cenário esteve o britânico FTSE 100, que perdeu 0,19%.
Nos movimentos empresariais, a Société Générale subiu quase 3% para máximos de 2017 após ter recebido revisão em alta por parte do Barclays e do Bank of America antes de apresentar resultados do último trimestre. Na tecnologia, a alemã SAP e os fabricantes holandeses de semicondutores ASML avançaram cerca de 2% cada.
As ações ligadas ao setor energético foram arrastadas devido à atualização comercial da Shell que fez com que os seus títulos derrapassem 2,3% esta segunda-feira. A empresa anunciou que espera que os lucros trimestrais sejam afetados por vendas mais fracas no segmento de gás e perdas nas operações de produtos químicos.
Juros da dívida da Zona Euro agravam-se à espera de acordo comercial
Os juros das dívidas soberanas da Zona Europa agravaram-se esta segunda-feira, refletindo uma menor confiança dos investidores nas obrigações, num momento em que o mercado faz a contagem decrescente para a imposição de mais tarifas por parte dos EUA ao bloco. Ainda assim, ainda há esperança por um acordo comercial.
As Obrigações do Tesouro portuguesas avançaram 4,1 pontos base para uma "yield" de 3,079%. Em França, a subida dos juros da dívida foi de 4,3 pontos base para 3,319% de rendibilidade, enquanto em Itália chegaram mesmo a subir 4,8 pontos base para os 3,489%. Espanha não escapa à tendência, com os juros da dívida a 10 anos a agravarem-se 4 pontos base, para 3,257%.
Já os juros das obrigações alemãs, referência na Zona Euro, subiram 3,6 pontos base para uma rendibilidade de 2,641%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas cresceram 3,2 pontos para 4,584%.
Ouro recua para mínimos de uma semana após recuperação do dólar
O preço do ouro recua esta segunda-feira para o valor mais baixo em uma semana, pressionado pela valorização do dólar e pela revisão do calendário das tarifas norte-americanas. O metal precioso desce 0,56% para 3.318,35 dólares por onça, depois de ter atingido os 3.296,09 dólares, o nível mais baixo desde 30 de junho.
A pressão sobre o ouro surge após o presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, ter adiado a entrada em vigor das tarifas de 9 de julho para 1 de agosto, garantindo ao mesmo tempo que os EUA estão “perto de concluir vários acordos comerciais”. Esta nova calendarização levou o dólar a valorizar 0,2% face a um cabaz de moedas rivais, o que torna o ouro, cotado em dólares, mais caro para investidores estrangeiros.
Segundo Daniel Ghali, estratega da TD Securities, o volume de negociação permanece baixo, e os preços “ainda refletem os últimos dados económicos, mas começam também a antecipar a possibilidade de anúncios de acordos comerciais”.
Também os dados robustos do mercado laboral norte-americano reforçaram a perspetiva de que a Fed poderá adiar novos cortes nas taxas de juro, o que reduz o apelo de ativos não remunerados como o ouro.
Ainda assim, a procura física mantém-se forte. O Banco Popular da China (PBOC) voltou a aumentar as suas reservas em ouro pelo oitavo mês consecutivo em junho, sinal de uma estratégia de diversificação num contexto de incerteza global.
Dólar ganha fôlego com aproximação da nova vaga de tarifas de Trump
O dólar está a reforçar-se esta segunda-feira, com os investidores atentos à data limite imposta por Donald Trump para o arranque das tarifas recíprocas, inicialmente prevista para 9 de julho, mas já adiada para 1 de agosto. A falta de clareza nas declarações da administração norte-americana, somada à ameaça de tarifas adicionais sobre países alinhados com políticas dos BRICS, contribui para manter a pressão nos mercados cambiais.
“Ainda parece que este governo está a tentar encontrar maneiras de evitar ir a fundo com novas posições tarifárias. Temos pessoas a falar (muito) sobre isso, mas falar e fazer são duas coisas completamente diferentes”, comentou Chris Beauchamp, analista-chefe de mercado da IG.
O índice do dólar, que mede a força da “nota verde” face a outras divisas, avança 0,15% para os 97,324 pontos, renovando máximos de uma semana.
Face ao iene japonês, o dólar valoriza 0,88% para 145,74 ienes, e sobe também 0,42% face ao franco suíço, para 0,7973 francos. Em relação à divisa norte-americana, o euro desce 0,37% para 1.1735 dólares e a libra desvaloriza 0,11% para 1.3635 dólares.
Apesar do fortalecimento do dólar, o índice mantém-se próximo dos mínimos de três anos e meio, acumulando uma queda de 10% desde o início do ano. A expectativa de que os EUA deixem de ser vistos como refúgio seguro num cenário de abrandamento económico global continua a pesar na trajetória da moeda. A incerteza política nos Estados Unidos da América “pode não ser tão forte quanto no início de abril”, afiançou Paul Mackel, diretor global de pesquisa cambial do HSBC, no entanto, continua a pesar sobre o dólar.
Crude deixa OPEP de lado e volta aos ganhos
Os preços do petróleo estão a contrariar a tendência registada esta manhã e estão agora a registar ganhos, mesmo depois de a Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) ter decidido aumentar a produção de crude acima das expectativas do mercado.
Esperava-se que o cartel procedesse a um aumento de 411 mil barris por dia, assim como fez nos meses anteriores mas, por grande supresa do mercado, os produtores decidiram implementar mais 548 mil barris por dia a partir de agosto. O aumento espelha a estratégia do grupo que, após anos de contenção da produção, querem agora recuperar a quota de mercado.
O grupo parece estar confiante de que o mercado consegue absorver os barris extra. Agora, crescem as apostas de que haverá um novo aumento em setembro: o Goldman Sachs aponta para os 550 mil barris por dia.
O WTI, referência norte-americana, sobe 1,20% para 67,30 dólares por barril enquanto o Brent, referência europeia, ganha 0,98% para 68,97 dólares.
“A decisão de aumentar os preços durante a época alta da procura no verão indica que os mercados físicos continuam apertados, o que sugere que os barris extra podem ser absorvidos - por enquanto”, disse Ole Hansen, do Saxo Bank, à Bloomberg. “A curto prazo, os riscos de queda para o petróleo parecem estar contidos”, acrescentou.
A OPEP+ está “claramente a tirar partido de um período de aperto nos mercados energéticos”, afirmou Robert Rennie, do Westpac Banking. No entanto, existem “riscos de queda” para os preços do petróleo à medida que a procura sazonal diminui depois do verão, acrescentou.
Fora a decisão do cartel, as preocupações com as tarifas impostas pelos EUA continuam a ser o tema central no segundo semestre de 2025, disse Priyanka Sachdeva, analista da Phillip Nova à Reuters. Os 90 dias de suspensão da imposição das taxas está a dois dias do fim e vários consumidores estão preocupados de que a falta de acordos comerciais entre os EUA e os vários parceiros comerciais possa desencadear uma nova crise e, consequentemente, uma menor procura pelo "ouro negro".
O dólar norte-americano mais fraco continua a ser o único apoio para a subida dos preços do petróleo.
Wall Street volta de fim de semana prolongado em baixa com tarifas em contagem decrescente. Tesla afunda 7%
As principais bolsas norte-americanas arrancaram a primeira sessão da semana em terreno negativo após um fim de semana prolongado, isto porque o prazo de 9 de julho aproxima-se e os EUA parecem ainda não terem chegado a mais acordos comerciais com grandes parceiros comerciais, como a União Europeia. A pressionar o sentimento do mercado está ainda a Tesla, que perde mais de 7,6% para 291 dólares depois de Elon Musk ter criado um novo partido político, dando continuação ao conflito com o atual presidente dos EUA.
Após terem tocado recordes na última sessão, o S&P 500 perde 0,4% para 6.253,48 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite recua 0,64% para 20.469,40 pontos. Já o industrial Dow Jones cede 0,22% para 44.727,85 pontos.
A Casa Branca está a finalizar vários acordos comerciais nos próximos dias e vai notificar outros sobre mais tarifas até esta quarta-feira, disse o presidente dos EUA este domingo. A nova onda de taxas estão previstas para entrar em vigor a 1 de agosto. E Trump não ficou por aqui. O republicano ameaçou com mais tarifas (10%) os países que estivessem de acordo com "as políticas anti-EUA do BRICS", formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
"Há cada vez mais apostas de que 1 de agosto pode ser o novo 9 de julho", disseram analistas do Deutsche Bank. O prazo “criará incerteza a curto prazo”, disse Mohit Kumar, estratega da Jefferies International à Bloomberg. "Mas as cartas [de Trump] pretendem ser um incentivo para que os outros países cheguem rapidamente a um acordo", acrescentou.
Noutros movimentos de mercado, a Nvidia, que caminha para o lugar de empresa mais valiosa do mundo de sempre, com uma capitalização de mercado a rondar os 4 biliões de dólares. No entanto, as ações cedem 0,5%.
Já a WNS salta 14% após a empresa francesa de serviços de tecnologias de informação Capgemini ter concordado em comprar a empresa por 3,3 mil milhões de dólares.
Euribor desce em todos os prazos e a seis meses para novo mínimo desde outubro de 2022
A Euribor desceu hoje em todos os prazos em relação a sexta-feira, e a seis meses recuou para um novo mínimo desde 13 de outubro de 2022.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que desceu para 1,944%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,016%) e a 12 meses (2,044%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, desceu hoje, ao ser fixada em 2,016%, menos 0,010 pontos do que na sexta-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a abril indicam que a Euribor a seis meses representava 37,61% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,46% e 25,60%, respetivamente.
No prazo de três meses, a taxa Euribor, que está abaixo de 2% desde 24 de junho, desceu hoje para 1,944%, menos 0,035 pontos do que na sexta-feira.
No mesmo sentido, a Euribor a 12 meses desceu para 2,044%, menos 0,022 pontos do que na sexta-feira.
Na última reunião de política monetária em 04 e 05 de junho, em Frankfurt, o Banco Central Europeu (BCE) desceu as taxas de juro em 0,25 pontos base, tendo a principal taxa diretora caído para 2%.
Esta descida foi a oitava desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024 e, segundo os analistas, deverá ser a última deste ano.
A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 23 e 24 de julho em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Sessão cautelosa nas bolsas europeias com foco nas tarifas dos EUA
As principais bolsas europeias iniciam a sessão desta segunda-feira com oscilações ligeiras, numa semana marcada pela aproximação do prazo limite imposto por Donald Trump para a entrada em vigor de novas tarifas. O índice pan-europeu Stoxx 600 regista uma subida marginal de 0,03% para 541,29 pontos, refletindo a cautela dos investidores perante a indefinição em torno das negociações comerciais entre os Estados Unidos e os seus parceiros.
Em Lisboa, o PSI recua 0,22% para 7.760,52 pontos, penalizado pelas quedas no setor automóvel e energético. Já o IBEX de Madrid desvaloriza 0,07% para 13.963,60 pontos.
Na Alemanha, o DAX lidera os ganhos entre as principais praças, com uma valorização de 0,38% para 23.878,79 pontos. Paris perde 0,04% para 7.693,32 pontos e Londres recua 0,09% para 8.814,90 pontos.
Em Amesterdão, o AEX acompanha a tendência europeia com uma ligeira queda de 0,08% para 907,74 pontos, à espera de maior clareza quanto às intenções comerciais da administração norte-americana, que admite aplicar tarifas de até 70% a partir de agosto.
Juros da dívida sobem na Europa à espera de um acordo com os EUA
Os juros das dívidas soberanas da Zona Europa estão, neste momento, a registar subidas, o que sinaliza uma menor confiança dos mercados. A motivar esta tendência nesta segunda-feira está a expectativa de um acordo comercial entre a União Europeia e os EUA até ao dia 9 de julho.
As Obrigações do Tesouro portuguesas sobem 1,7 pontos base para uma "yield" de 3,054%. Em França, a subida dos juros da dívida é de 1,4 pontos base para 3,291% de rendibilidade, enquanto em Itália chegam mesmo a subir 2 pontos base para os 3,461%. Espanha não escapa à tendência, com os juros da dívida a 10 anos a subirem 1,6 pontos base, para 3,233%.
Já as obrigações alemãs, tidas como a referência na Zona Euro, sobem 1,7 pontos base para uma rendibilidade de 2,621%.
No contexto europeu, destaque para o Reino Unido e para a Suécia, por motivos distintos. O Reino Unido é neste momento o único país em contra-ciclo, com os juros da dívida soberana a baixarem 0,6 pontos base para os 4,546% de rendibilidade. Já a Suécia é o país que regista a maior subida, escalando 5,8 pontos base para uma "yield" de 2,346%, após a inflação ter acelerado mais do que o estimado.
Nos EUA, os juros da dívida seguem inalterados neste momento, mantendo-se a taxa de rendibilidade de 4,346%.
Dólar mantém-se perto de mínimos antes de nova vaga de tarifas de Trump
O dólar continua sob pressão esta segunda-feira, mantendo-se próximo dos níveis mais baixos em vários anos face a moedas como o euro e o franco suíço, num contexto de elevada cautela por parte dos investidores. A aproximação da data limite definida por Donald Trump para a aplicação de tarifas mais elevadas, prevista para 9 de julho, continua a gerar incerteza nos mercados e a limitar o desempenho da moeda norte-americana.
O índice do dólar da Bloomberg, que mede a força da “nota verde” face a outras divisas, avança marginalmente 0,01%, para os 97,191 pontos, permanecendo, no entanto, sob influência dos receios fiscais e da indefinição quanto à conclusão de novos acordos comerciais.
A esta hora, o dólar regista uma valorização de 0,44% face ao iene, negociando nos 145,10 ienes, e sobe 0,21% em relação ao franco suíço, para 0,7956 francos. Já o euro desce 0,23% para 1,175 dólares, enquanto a libra esterlina recua 0,32% para 1,361 dólares.
A incerteza cambial é agravada pela expectativa de novos anúncios no plano tarifário. De acordo com a Reuters, Trump confirmou que os países serão notificados esta segunda-feira quanto aos novos níveis de tarifas, que deverão entrar em vigor a 1 de agosto e podem oscilar entre 10% e 70%. Até ao momento, apenas o Reino Unido, a China e o Vietname fecharam acordos com a Casa Branca.
O dólar continua igualmente pressionado pela recente aprovação do pacote fiscal proposto por Trump, que torna permanentes os cortes de impostos de 2017 e inclui novas medidas de estímulo. Segundo o Gabinete de Orçamento do Congresso, esta legislação deverá acrescentar 3,4 biliões de dólares à dívida pública dos Estados Unidos ao longo da próxima década, agravando os receios quanto à sustentabilidade das contas públicas e à trajetória orçamental do país.
Petróleo em queda após OPEP+ surpreender com aumento superior da produção
Os preços do petróleo recuam esta segunda-feira depois de a OPEP+ ter surpreendido os mercados ao anunciar um aumento de produção superior ao esperado para agosto, alimentando receios de maior competição pela quota de mercado e menor sustentação dos preços. A incerteza em torno das tarifas comerciais norte-americanas também pesa sobre as perspetivas de procura.
A esta hora, o WTI, referência norte-americana, cede 0,88% para 66,41 dólares por barril enquanto o Brent, referência europeia, derrapa 0,26% para 68,12 dólares.
No encontro de sábado, a OPEP+ decidiu aumentar a produção em 548 mil barris por dia em agosto, superando os incrementos de 411 mil barris por dia que tinham sido aprovados para os três meses anteriores. “O aumento da produção representa claramente uma concorrência mais agressiva pela participação no mercado e alguma tolerância pela consequente queda nos preços e receitas”, comentou Tim Evans, da Evans Energy, citado pela Reuters.
Ao mesmo tempo, o petróleo está sob pressão devido à falta de clareza sobre a política tarifária dos EUA. Trump indicou que novos acordos comerciais estão prestes a ser finalizados e que os países serão notificados sobre as novas taxas até 9 de julho, com entrada em vigor prevista para 1 de agosto. As taxas podem variar entre 10% e 70%, dependendo do parceiro comercial.
“Os receios em torno das tarifas de Trump continuam a dominar o segundo semestre de 2025. Para já, a fraqueza do dólar é o único suporte ao preço do petróleo”, comentou Priyanka Sachdeva, analista da Phillip Nova.
Extensão do prazo das tarifas faz ouro começar a semana com perdas
A semana arranca com sinais mistos para os investidores. Por um lado, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou os países constituintes dos BRICS com uma tarifa adicional de 10%, depois das críticas apresentadas pelo grupo de nações durante um encontro realizado neste fim de semana. Algo que já se refletiu nas principais praças asiáticas, quase todas a registarem declíneos no fecho das sessões. Por outro lado, o adiamento da aplicação das tarifas para o dia 1 de agosto traz mais alguma margem de negociação, o que alivia um pouco a pressão sobre os mercados.
Estas dinâmicas estão a fazer-se refletir de forma negativa naquele que tem sido um dos principais e favoritos ativos refúgio dos investidores. Nesta altura, o ouro baixa 1% para 3.312,95 dólares por onça.
"Este alívio temporário [por parte dos EUA] está a provocar esta fraqueza intradiária no preço do ouro", disse Kelvin Wong, analista sénior de mercados da empresa de serviços financeiros OANDA, citado pela agência Reuters. O analista estima que o preço do ouro varie no curto prazo entre os 3.320 e os 3.360 dólares.
A contribuir para a queda do valor do ouro está também um dólar "seguro", que mantém os valores conseguidos na semana passada, depois do relatório que colocou o emprego a crescer mais do que esperado pelos analistas.
Para referência, o preço da prata está também a cair 0,99% para os 36,76 dólares por onça.
Donald Trump renova tensões comerciais e deixa Ásia e Europa sem rumo
As principais praças asiáticas encerraram a primeira sessão da semana, maioritariamente, no vermelho, enquanto a Europa aponta para uma abertura sem rumo, depois de, no fim de semana, o secretário do Comércio dos Estados Unidos ter anunciado que as tarifas "recíprocas" às importações vindas de todo o mundo, que tinham sido suspensas até 9 de julho, vão entrar em vigor a 1 de agosto.
Já na sexta-feira, Donald Trump tinha afirmado que o Governo dos EUA iria enviar cartas, "provavelmente a 12" países, com os quais não chegou a um acordo comercial, para notificá-los das tarifas que pretende impor. No domingo, Scott Bessent falou de 100 países, falando numa estratégia de "máxima pressão" - as cartas começam a ser enviadas esta segunda-feira.
Pela China, o Hang Seng, de Hong Kong, e o Shanghai Composite encerraram a sessão em baixa, com o primeiro a desvalorizar 0,27% e o segundo a cair 0,04%, numa altura em que Pequim prepara-se para impor restrições à compra de dispositivos médicos por empresas sediadas na União Europeia, aumentando as tensões comerciais com Bruxelas.
Já no Japão, o Nikkei 225 cedeu 0,59%, enquanto o mais abrangente Topix caiu 0,62%. Na Coreia do Sul, os investidores mostraram-se bastante mais otimistas, com o Kospi a conseguir acelerar 0,19%, enquanto, pela Austrália, o cenário foi idêntico ao da maioria das praças asiáticas, com o S&P/ASX 200 a deslizar 0,11%.
“Há uma certa cautela a definir o mercado, com os investidores à espera de novos desenvolvimentos nos próximos dias”, aponta Nick Twidale, analista-chefe da AT Global Markets, à Bloomberg. “Estou à espera de ver alguma volatilidade numa base individual por país, à medida que acordos específicos são anunciados - ou não", conclui.
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