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E vão três dias de maré vermelha na Europa. Petróleo afunda e juros agravam-se

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta sexta-feira.

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16 de Dezembro de 2022 às 17:57
Europa aponta para o verde. Ásia fecha mista

A Europa aponta para um arranque de sessão com ligeiros avanços, um dia após o Banco Central Europeu ter anunciado um novo aumento das taxas de juro da Zona Euro em 50 pontos base.

Os futuros do Euro Stoxx 50 sobem 0,3%. 

Na Ásia, a sessão fechou mista, com o índice MSCI Asia Pacific a caminhar para fechar a sexta semana de perdas.

Pela China, o Xangai cedeu 0,02%, enquanto em Hong Kong, o Hang Seng subiu 0,63%. Pelo Japão, o Topix desceu 1,20% e o Nikkei perdeu 1,87%. Já na Coreia do Sul, o Kospi desvalorizou 0,04%.

Os investidores ficaram mais cautelosos após o discurso mais duro por parte da Reserva Federal norte-americana (Fed), que mais tarde se notou também nas palavras do Banco Central Europeu (BCE), eliminando as esperanças de um alívio na política monetária no próximo ano.

O BCE afirmou que as taxas de juro "ainda terão de aumentar de forma significativa a um ritmo constante", no sentido de serem atingidos níveis que sejam suficientemente restritivos para assegurar um retorno atempado da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo.

Petróleo e gás recuam

O petróleo segue a negociar com perdas, numa semana em que registou fortes ganhos à boleia de sinais de que a oferta de crude disponível está a reduzir e de um aumento da procura por parte da China, maior importador do mundo. Apesar desta queda, o ouro negro caminha para fechar o maior avanço semanal desde início de outubro.

O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – perde 1,21% para 75,19 dólares por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – recua 1,03% para 80,37 dólares por barril.

A pesar na negociação desta sexta-feira estão sinais de que o fornecimento de gás russo para a Ásia está a recuar devido ao limite máximo do preço imposto pelo G7.

No mercado do gás, os preços da matéria-prima seguem a desvalorizar, com altos níveis de armazenamento da matéria-prima a reduzirem a necessidade de compra numa altura em que parte da Europa atravessa uma vaga de frio.

Os contratos do gás a um mês negociados em Amesterdão, o TTF, descem 6,1% para 126,475 euros por megawatt-hora.

Ouro na linha d'água e a caminho de fechar semana com perdas
Ouro na linha d'água e a caminho de fechar semana com perdas

O ouro segue a negociar na linha d'água e caminha para fechar a semana com perdas, após a Fed ter indicado que o aumento das taxas de juros irá continuar nos próximos tempos.

O metal amarelo valoriza 0,01% para 1.777,09 dólares por onça, ao passo que a platina cede 1,36% para 995,33 e o paládio desvaloriza 0,26% para 1.791,58 dólares.

Durante a semana, após a divulgação dos dados da inflação nos EUA, o ouro chegou a passar os 1.800 dólares por onça, impulsionado pela expetativa de que o abrandamento do aumento dos preços levaria a um alívio da política monetária. Contudo, essa esperança caiu por terra após as palavras do presidente da Fed, Jerome Powell, tendo o ouro, que tende a sair prejudicado em tempos de subidas das taxas de juro - uma vez que não remunera juros - voltado a negociar abaixo dessa fasquia.

Euro sobe face ao dólar

O euro segue a valorizar face ao dólar, estando a moeda única europeia a avançar 0,24% para os 1,0654 dólares. 

Já o índice do dólar da Bloomberg - que compara a força da nota verde contra dez divisas rivais - cede 0,15% para os 104.407 pontos. A moeda norte-americana está a perder face a todas as moedas do grupo, numa altura em que os investidores analisam a possibilidade de futuras subidas das taxas de juro, apesar de o presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, ter sinalizado que esse será o caminho. 

Juros agravam-se na Zona Euro

Os juros seguem a agravar-se na Zona Euro, um dia após o Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado um novo aumento - em 50 pontos base - e ter garantido que a subida é para manter. 

A "yield" das Bunds alemãs - referência para a região - sobe 10,1 pontos base para 2,173%, enquanto os juros da dívida italiana aumentam 19,7 pontos base para 4,336%. 

Já os juros da dívida pública francesa avançam 11,6 pontos base para 2,696%, enquanto a "yield" da dívida espanhola sobe 13,9 pontos base para 3,277%. Por cá, os juros da dívida portuguesa aumentam 12,8 pontos base para 3,186%.

Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica sobem 6,1 pontos base para 3,295%.

Europa abre no vermelho após novo aumento dos juros

As bolsas europeias abriram no vermelho, um dia após o Banco Central Europeu ter reiterado que a política monetária mais "hawkish", ou seja, mais dura, vai manter-se, o que levou a um menor apetite pelo risco.

O Stoxx 600, que ontem registou a maior queda desde meados de novembro, cede 0,89% para os 426,07 pontos, com o setor do imobiliário, tecnologia e telecomunicações a registarem a maior perda (-2,39%, -1,66% e -1,44%, respetivamente).

Nas praças europeias, o alemão Dax recua 0,76%, o francês CAC40 cai 0,88%, o espanhol Ibex perde 0,89% e o italiano FTSE Mib desliza 0,54%. Já o Aex, em Amesterdão, desvaloriza 0,78% e o britânico FTSE 100 desce 0,49%.

O discurso do BCE sobre a continuidade da subida das taxas de juro aumentou as preocupações quanto às perspetivas económicas na região. Ainda assim, Michael Field, analista na Morningstar, disse, em declarações à Bloomberg, que a redução contínua da inflação poderá beneficiar o mercado acionista, mesmo com a atual política monetária.

"O desempenho [das ações] melhorou neste trimestre. Dependendo da trajetória do cenário macro nos próximos meses poderemos ver outra subida", afirmou.

Taxas Euribor sobem a seis e 12 meses para novos máximos de quase 14 anos

As taxas Euribor desceram hoje a três meses e subiram a seis e a 12 meses para novos máximos desde janeiro de 2009.

A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 06 de junho, avançou hoje, para 2,569%, mais 0,076 pontos e um novo máximo desde janeiro de 2009.

A média da Euribor a seis meses subiu de 1,997% em outubro para 2,321% em novembro.

A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 03 de junho de 2022).

No prazo de 12 meses, a Euribor também subiu hoje, ao ser fixada em 2,993%, mais 0,126 pontos do que na quinta-feira e um novo máximo desde janeiro de 2009.

Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril.

A média da Euribor a 12 meses avançou de 2,629% em outubro para 2,828% em novembro.

Em sentido contrário, a Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, recuou hoje, ao ser fixada em 2,047%, menos 0,015 pontos e contra um novo máximo desde fevereiro de 2009, de 2,081%, verificado em 14 de dezembro.

A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses).

A média da Euribor a três meses subiu de 1,428% em outubro para 1,825% em novembro.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro. Em 27 de outubro, com o objetivo de travar a inflação, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o terceiro aumento consecutivo deste ano, depois de em 21 de julho ter subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, e em 08 de setembro em 75 pontos base.

A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras do BCE.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Lusa

Wall Street abre no vermelho, com receio de Powell e Lagarde

Wall Street arrancou a sessão no vermelho, numa altura em que o mercado teme que os sinais dados pelos bancos centrais indiquem que tanto a Reserva Federal norte-americana (Fed) como Banco Central Europeu (BCE) vão continuar a aumentar as taxas de juro, independentemente de um cenário de recessão.

A sessão segue ainda a ser pressionada pelas declarações do presidente da Fed de Nova Iorque, John Williams, que explicou à Bloomberg Television que o desequilíbrio entre oferta e procura no mercado de trabalho pode manter a inflação elevada, o que justifica a continuação do aumento das taxas de juro.

Durante o dia, os investidores vão ainda preparar-se para o vencimento de três contratos trimestrais sobre derivados de ações, o que pode agitar a negociação.

O industrial Dow Jones perde 0,67% para 32.984,84 pontos, enquanto o S&P 500 desce 0,70% para 3.868,10 pontos. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq Composite desvaloriza 0,26% para 10.783,12 pontos.

Tanto BCE como Fed deram sinais de que a subida das taxas de juro é para continuar. No caso do banco central norte-americano o pico da taxa dos fundos federais, que deve ser alcançada no próximo ano, foi revisto em alta de 4,6% para 5,1%. Os economistas citados pela Bloomberg apontam agora para uma probabilidade de 60% de recessão nos EUA e de 80% na Europa.

Paralelamente, as estimativas de ganhos no mercado acionistas para ambas as regiões por parte dos analistas caiu para mínimos de março no caso dos EUA e de julho, no que toca à Europa.

Entre os principais movimentos de mercado, a Meta cresce 4,95%, depois de o JPMorgan ter revisto em alta a recomendação das ações para o grupo de "neutro" para "sobreponderada". Já a Adobe ganha 5,84% depois de reportar resultados trimestrais que ficaram acima das expectativas dos analistas.

Ouro sobe, mas segue a caminho de maior queda desde novembro

O ouro está a valorizar, mas ainda assim a caminho de um saldo semanal negativo, podendo vir a registar a maior queda desde novembro.

O metal precioso foi penalizado por uma semana marcada por uma política monetária restritiva, com subidas em 50 pontos base, tanto por parte da Reserva Federal norte-americana como pelo Banco Central Europeu.

O ouro soma 0,79% para 1.790,87 dólares por onça, depois de ter descido abaixo da fasquia dos 1.800 dólares esta quinta-feira.

Já o paládio perde 2,9% para 1.744,23 dólares por onça, depois de ter tombado mais de 8% na sessão anterior e está assim a caminho da maior queda semanal em dois meses.

Por seu lado, a platina desce 1,13% para 997,66 dólares por onça.

O Commerzbank, numa nota vista pela CNBC, vê o ouro cair até aos 1.750 dólares por onça até ser claro que o ciclo de subida das taxas de referência por parte da Fed esteja terminado. O banco privado alemão estima ainda que os preços do metal precioso subam até aos 1.850 dólares até ao final de 2023.

Por seu lado, a platina desce 1,13% para 997,66 dólares por onça.

Petróleo perde mais de 2% pressionado pelos bancos centrais
Petróleo perde mais de 2% pressionado pelos bancos centrais

O petróleo segue a perder mais de 2%, numa altura em que o mercado teme que os sinais dados pelos bancos centrais indiquem que tanto a Reserva Federal norte-americana (Fed) como o Banco Central Europeu (BCE) vão continuar a aumentar as taxas de juro, independentemente de um cenário de recessão.

 

O West Texas Intermediate (WTI) – referência para os EUA – cai 2,76% para 74,01 dólares por barril. Por sua vez, o Brent do Mar do Norte – negociado em Londres e "benchmark" para o mercado europeu – desvaloriza 2,83% para 78,91 dólares por barril.

 

"A perspetiva de mais endurecimento [da política monetária] diminui o apetite pelos ativos de risco", explicou Stephen Brenncok, analista da PVM Oil Associates, citado pela Bloomberg.

"Os alertas sobre mais aumentos das taxas de juro reacenderam o medo em torno do crescimento económico, o que está a pressionar as perspetivas sobre a procura no mercado do petróleo", acrescentou.

Dólar vai embalado pela Fed e continua a valorizar

O dólar segue e soma na negociação face ao euro, com a divisa norte-americana ainda a beneficiar da subida dos juros pela Fed esta semana, bem como do discurso do presidente Jerome Powell - que reiterou a necessidade de manter o ciclo de incremento dos juros de referência.

O dólar ganha 0,20% para 0,9418 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg - que compara a força da nota verde contra dez divisas rivais - avança 0,03% para 104,591 pontos.

"Com a maior parte dos grandes eventos de 2022 fora da mesa, os 'traders' estão a reavaliar os portefólios para fazerem face aos riscos esperados referentes à mudança da trajetória da política monetária no próximo ano", explicou Karl Schamotta, estratega da Corpay, à Reuters.

"O Banco do Japão e o Banco Central Europeu - e até o Banco de Inglaterra - ainda vão fazer ajustes modestos nos próximos meses", acrescentou.

"Com a maior parte dos grandes eventos de 2022 fora da mesa, os 'traders' estão a reavaliar os portefólios para fazerem face aos riscos esperados referentes à mudança da trajetória da política monetária no próximo ano", explicou Karl Schamotta, estratega da Corpay, à Reuters.

Juros da Zona Euro agravam com a subida das taxas de juro

Os juros na Zona Euro continuam a agravar-se, um dia após o Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado um novo aumento - em 50 pontos base - e ter garantido que a subida se vai manter no próximo ano, até que a inflação esteja controlada.

Os juros da dívida portuguesa avançaram 9,8 pontos base para 3,156%.

A "yield" das Bunds alemãs - referência para a região - subiu 7,1 pontos base para 2,143%, enquanto os juros da dívida italiana dispararam 14 pontos base para 4,279%. 

Já os juros da dívida pública francesa aumentaram 8,9 pontos base para 2,669%, enquanto a "yield" da dívida espanhola subiu 9,4 pontos base para 3,233%.

O aumento das taxas de juro em 50 pontos base, tanto por parte da Reserva Federal como do Banco de Inglaterra, teve efeitos no comportamento das dívidas soberanas de ambos os países. 

Enquanto os juros da dívida dos EUA seguem a subir 4,5 pontos base para 3,491%, os juros das obrigações britânicas avançaram 8,5 pontos base para 3,319%.

E vão três dias de maré vermelha na Europa. Índice de referência desce a mínimos de um mês

A semana intensa que se viveu no âmbito das decisões de política monetária agitou as bolsas, colocando o índice de referência europeu no valor mais baixo de mais de um mês e as praças europeias a pintarem-se de vermelho pelo terceiro dia consecutivo.

O Banco Central Europeu voltou a subir os juros de referência, desta vez em 50 pontos base, com a presidente Christine Lagarde a avisar que não se vai ficar por aqui, dada a elevada taxa de inflação.

O "benchmark" do Velho Continente, Stoxx 600, após ter ontem perdido perto de 3%, a maior queda diária desde maio, recuou esta sexta-feira 1,2% para 424,74 pontos. O saldo semanal do índice foi de -3,3% - a maior queda desde setembro.

Num dia em que foram registadas altas de vários meses, o setor do imobiliário mergulhou quase 5%, com as telecomunicações e os serviços financeiros a perderem acima de 2%. Já os setores industrial, tecnológico, petróleo e gás, retalho, media, químicos, mineiro, "utilities" (água, luz, gás) e viagens perderam acima de 1%.

Do lado oposto, a banca resistiu e subiu 0,8% - o único de 20 setores a valorizar.

O Stoxx 600, depois de ter subido 18% desde os mínimos registados em setembro, num "rally" motivado pela possibilidade de o pico da inflação já ter passado, está agora a ver esse ganhos chegarem ao fim. Esta quebra está a ser influenciada por dados económicos melhores que o esperado nos Estados Unidos, bem como a manutenção de uma política monetária agressiva pelos bancos centrais um pouco por todo o mundo.

Apesar dos ventos contra, o analista da Morningstar Michael Field revela à Bloomberg, que uma melhoria da inflação vai beneficiar as praças europeias. "As avaliações aumentaram na Europa este trimestre, mas ainda há alguma revisão em baixa", explica.

"Dependendo da trajetória macro, podemos ver outro 'rally'", completa.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o espanhol IBEX 35 caiu 1,29%, o francês CAC-40 desvalorizou 1,08%, em Amesterdão o AEX registou um decréscimo de 1,07%, o alemão Dax cedeu 0,67% e o italiano FTSEMIB recuou 0,16%.

O britânico FTSE 100 perdeu 1,27%, após terem sido divulgados dados do setor dos serviços e da manufatura que diminuíram no quatro trimestre, gerando a primeira queda na taxa de emprego em quase dois anos.

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