Stoxx 600 com maior ganho semanal desde dezembro. Petróleo sobe com perspetiva de procura recorde
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta sexta-feira.
- Europa aponta para mais um dia de ganhos. Ásia sobe a máximos de quase dois meses
- Ouro caminha para segunda semana de ganhos consecutiva
- Dólar em mínimos de um ano
- Petróleo valoriza e caminha para quarta semana de ganhos
- Juros agravam-se ligeiramente na Zona Euro antes de inflação em Espanha e França
- Europa abre no verde e caminha para mais longa série de ganhos desde dezembro
- Euribor sobe a seis meses para novo máximo mas cai a três meses
- Wall Street abre em terreno misto. Banca brilha e JPMorgan sobe quase 6%
- Ouro desvaloriza mais de 1% mas mantém-se a caminho de ganhos semanais
- Euro cede perante o dólar
- Petróleo sobe com perspetivas de procura histórica
- Juros agravam-se na Zona Euro
- Europa fecha no verde. Stoxx 600 com maior ganho semanal desde dezembro
Os principais índices europeus estão a caminho de mais um dia de negociação positiva, depois de o índice de referência europeu, Stoxx 600, ter terminado ontem a sessão em máximos desde o início de março.
A influenciar a negociação está a possibilidade de os bancos centrais estarem cada vez mais perto de atingir o fim do ciclo de aperto da política monetária. Isto depois de nos últimos dias terem sido divulgados vários dados nos Estados Unidos que mostram uma redução da inflação e da robustez do mercado laboral.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem 0,2%.
Na Ásia, a negociação foi também feita com ganhos, com os índices da região a subirem ao valor mais elevado em quase dois meses.
As praças japonesas estiveram entre as que mais subiram, com a Fast Retailing a ganhar mais de 8% e a saltar para o valor mais elevado em dois anos, ao fornecer um "guidance" de lucros mais elevado que o esperado para o resto do ano.
A queda do dólar está também a potenciar os índices da Ásia.
O banco central de Singapura surpreendeu o mercado ao manter inalteradas as suas taxas de juro, à semelhança do que já tinha acontecido no Canadá e na Austrália, numa altura em que aumentam os riscos de uma recessão global e a inflação vai abrandando.
Na China, Xangai subiu 0,2% e em Hong Kong, o Hang Seng valorizou 0,33%. No Japão, o Topix somou 0,4% enquanto o Nikkei subiu 1%. Na Coreia do Sul, o Kospi cresceu 0,5%.
O ouro está a valorizar ligeiramente e a caminho da segunda semana de ganhos consecutiva, numa altura em que um dólar mais fraco tem suportado a negociação deste metal.
Ao mesmo tempo, dados económicos mais fracos indicam que o aperto da política monetária pode estar a chegar ao fim, o que também dá força ao ouro, uma vez que não rende juros.
O ouro soma 0,14% para 2.043,02 dólares por onça.
"O apetite para vender o dólar norte-americano depois de dados que mostram a inflação a abrandar, 'yields' baixas e pedidos de uma taxa terminal da Fed também mais baixa têm sido um grande condutor para o ouro", afirmou o analista Matt Simpson, da City Index, à Reuters.
O dólar está a negociar no valor mais baixo em um ano face às principais divisas rivais, pressionado por dados económicos que mostram um arrefecimento da inflação e que poderá levar ao fim do ciclo de subida das taxas de juro por parte da Reserva Federal norte-americana.
O dólar desce assim 0,165 para 0,9034 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra 10 divisas rivais – perde 0,15% para 100,856 pontos, ligeiramente acima do valor mais elevado num ano.
Dados do Departamento do Trabalho dos EUA mostram que o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) registou a maior descida mensal em três anos, um dia depois de a índice de preços no consumidor (inflação) ter também mostrado um abrandamento.
"A queda significativa do PPI convenceu mais pessoas que a Fed vai (em breve) terminar o ciclo de subida dos juros e (reforçou) a convicção de que a inflação vai permitir um corte nas taxas de juro antes do final do ano", indica Ray Attrill, analista do National Australia Bank à Reuters.
O petróleo está a negociar em terreno positivo e a caminho da quarta semana de ganhos, numa altura em que está a ganhar apoio do aperto do mercado mundial, bem como de um dólar mais fraco.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, ganha 0,5% para 82,57 dólares. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, soma 0,41% para 86,44 dólares.
Os investidores estão a reagir a um relatório da Organização dos Países Exportadores de petróleo (OPEP), divulgado esta quinta-feira, que aponta para riscos de menor procura no verão, justificando com um cenário de crescimento económico mais fraco, aperto da política monetária e instabilidade do setor financeiro.
Ainda assim, apesar da queda verificada esta quinta-feira, o relatório da OPEP não se parece estar a sobrepor a dados divulgados na China que mostram que o consumo desta matéria-prima subiu 22,5% em março, em termos anuais.
"Apesar de renovada pressão económica da Europa e nos Estados Unidos, a procura mundial por petróleo para mobilidade aumentou 2,2 milhões barris por dia durante a semana passada, comparando com anos anteriores", explicaram analistas do JP Morgan numa nota vista pela Reuters
Esta sexta-feira, os investidores viram-se para o relatório mensal de petróleo da Agência Internacional de Energia (IEA). A possibilidade de a agência reduzir as perspetivas da procura global, face ao crescimento económico, está a ajudar a limitar os preços da negociação.
No mercado do gás natural, os preços retomam a descida. Os contratos do gás negociado em Amesterdão, o TTF, recua 0,36% para 41,75 euros por megawatt-hora.
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a agravar-se ligeiramente esta sexta-feira, com os investidores a aguardarem a divulgação da inflação em Espanha e França.
A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, agravam-se 1,4 pontos base para 2,381%, enquanto os juros da dívida pública italiana aumentam 1,6 pontos base para 4,228%.
Já os juros da dívida espanhola avançam 1,2 pontos base para 3,422% e a "yield" da dívida francesa sobe 1,2 pontos base para 2,955%.
Já os juros da dívida portuguesa agravam-se 1,6 pontos base para 3,222%.
Os principais índices europeus estão a negociar em terreno positivo esta sexta-feira, naquela que é a mais longa série de ganhos desde o início de dezembro, numa altura em que os investidores esperam que os bancos centrais possam em breve atingir o pico da subida das taxas de juro, com dados da inflação a mostrarem um arrefecimento.
O índice de referência da região, Stoxx 600, sob e 0,25% para 465,39 pontos e caminha assim para a quarta semana consecutiva de ganhos. A registar as maiores subidas está o setor do imobiliário, juntamente com o setor automóvel e alimentar.
Entre os principais movimentos de mercado, a Hermes sobe quase 3%, depois de a empresa ter revelado um aumento nas vendas trimestrais, com um aumento da procura por parte de consumidores chineses.
"Os investidores estão a olhar para depois da próxima reunião dos bancos centrais e estão cada vez mais confiantes que o ciclo de subida das taxas de juro está a chegar ao fim e os indicadores que levam os bancos a subir juros são uma coisa do passado", afirmou o analista Joachim Klement da Liberum Capital, à Bloomberg.
"E isso vai continuar a apoiar o mercado de ações", completou.
O foco dos investidores vira-se agora para os resultados de três grandes bancos nos Estados Unidos, com o objetivo de compreender o estado do setor financeiro no país.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax soma 0,24%, o francês CAC-40 valoriza 0,33%, o italiano FTSEMIB ganha 0,36%, o britânico FTSE 100 sobe 0,14% e o espanhol IBEX 35 avança 0,09%.
Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,03%.
A taxa Euribor inverteu hoje a tendência a três meses, ao cair depois de atingir cinco máximos consecutivos, mas subiu a 12 meses e a seis meses, neste último prazo para um novo máximo, em relação a quinta-feira.
A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou hoje, ao ser fixada em 3,723, mais 0,005 pontos e contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,978%, verificado em 9 de março.
Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%.
Após ter disparado em 12 de abril de 2022 para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril de 2022.
A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,534% em fevereiro para 3,647% em março, mais 0,113 pontos.
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 6 de junho, também subiu hoje, para 3,510%, mais 0,020 pontos e um novo máximo desde novembro de 2008.
A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).
A média da Euribor a seis meses subiu de 3,135% em fevereiro para 3,267% em março, mais 0,132 pontos.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, recuou hoje, depois de cinco máximos consecutivos, para 3,175%, menos 0,002 pontos e contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,177%, verificado em 13 de abril.
A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses).
A média da Euribor a três meses subiu de 2,640% em fevereiro para 2,911% em março, ou seja, um acréscimo de 0,271 pontos percentuais.
As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na última reunião de política monetária, em 16 de março, o BCE voltou a subir em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, acréscimo igual ao efetuado em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 8 de setembro.
Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Os principais índices nova iorquinos abriram a negociar de forma mista esta sexta-feira, após terem sido divulgados dados do retalho que mostram uma desaceleração da economia.
Ao mesmo tempo, resultados positivos divulgados por três grandes bancos nos Estados Unidos ajudam a acalmar a turbulência que ainda pressionava o setor.
O S&P 500, índice de referência, sobe 0,14% para 4.152,03 pontos, o industrial Dow Jones soma 0,04% para 34.049,54 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite recua 0,07% para 12.158,29 pontos.
JPMorgan, Citigroup e Wells Fargo registaram resultados melhores do que o esperado pelo mercado no primeiro trimestre do ano e registam subidas de 6,85%, 3,38% e 1,08%, respetivamente.
"Os dados das vendas a retalho são uma espécie de desilusão", começou por afirmar o analista Robert Pavlik da Dakota Health à Reuters, acrescentando que "o relatório indica que a economia pode desacelerar mais ao ponto em que temos de nos começar a preocupar com uma recessão, mais do que com a inflação", completou.
Ainda a influenciar a negociação, está uma entrevista do presidente da Fed de Atlanta, Raphael Bostic, que afirmou, em entrevista à Reuters, que mais uma subida de 25 pontos base poderia permitir à Fed terminar o ciclo de aperto da política monetária com alguma confiança de que a inflação vai abrandar para os 2% desejados.
O ouro segue a desvalorizar, pressionado por um dólar mais forte. O metal precioso trava assim as subidas dos últimos dias à boleia das expectativas de que a Fed está perto de pausar as subidas das taxas de juro, mas, ainda assim, mantém-se a caminho de fechar a semana com ganhos.
O metal amarelo cede 1,56% para 2.008,35 dólares por onça, o paládio recua 1,46% para 1.488,99 dólares, a platina desvaloriza 0,56% para 1.046,40 dólares e a prata cede 1,31% para 25,49 dólares. Apesar de seguir a desvalorizar, os analistas ouvidos pela Bloomberg acreditam que o ouro poderá ter uma oportunidade de recuperar os valores máximos de 2020, aquando ao surgimento da pandemia, sobretudo porque a negociação de Exchange-Traded Funds - produtos negociados em bolsa, cujo principal objetivo é replicar o desempenho de um determinado índice, commodity ou cabaz de ativos - aumentou drasticamente no último mês.
Apesar de seguir a desvalorizar, os analistas ouvidos pela Bloomberg acreditam que o ouro poderá ter uma oportunidade de recuperar os valores máximos de 2020, aquando ao surgimento da pandemia, sobretudo porque a negociação de Exchange-Traded Funds - produtos negociados em bolsa, cujo principal objetivo é replicar o desempenho de um determinado índice, commodity ou cabaz de ativos - aumentou drasticamente no último mês.
O euro segue a desvalorizar face à divisa norte-americana, estando a ceder 0,35% para 1,1007 dólares.
A moeda dos Estados Unidos viu algum alento na negociação após as palavras de Christopher Waller, governador da Fed, que defendeu a necessidade de uma política monetária mais agressiva para combater a inflação.
As apostas dos investidores, que nos últimos dias se concentravam em apenas mais uma subida das taxas de juro - e já em maio -, estão agora a também a apontar para um outro aumento em junho.
Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em terreno positivo, a caminho da quarta semana consecutiva de ganhos.
A sustentar a tendência de subida desta sexta-feira está a estimativa da Agência Internacional da Energia (AIE) de que a procura mundial por crude atingirá um máximo histórico este ano, no contexto de uma retoma do consumo da China.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a ganhar 0,73% para 82,76 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, soma 0,35% para 86,39 dólares.
Segundo a AIE, a procura mundial por petróleo subirá este ano para um recorde de dois milhões de barris por dia.
Ao mesmo tempo, a Agência prevê que a oferta de matéria-prima diminua em 400 mil barris diários até ao final do ano.
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro agravaram-se esta sexta-feira, num dia em que os investidores privilegiaram os ativos de risco, como as acções.
A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, subiu 6,5 pontos base para 2,431% e os juros da dívida pública italiana aumentaram 7,3 pontos base para 4,285%.
Os juros da dívida pública portuguesa com a mesma maturidade agravaram-se 7,3 pontos base para 3,278%, os juros da dívida espanhola subiram 5,8 pontos base para 3,469% e os juros da dívida francesa cresceram 5,7 pontos base para 3,000%.
Fora da Zona Euro, as rendibilidades da dívida britânica subiram 9,1 pontos base para 3,655%.
As bolsas europeias fecharam em terreno positivo, com o Stoxx 600, referência para a região, a fechar com o maior ganho semanal desde início de dezembro. O índice subiu 1,74% esta semana, impulsionado pelas expectativas dos investidores de que os bancos centrais deverão estar perto de finalizar o ciclo de subidas das taxas de juro.
O Stoxx 600 somou 0,58% para 466,91 pontos nesta sexta-feira. Dos 20 setores que compõem o índice, a banca, o imobiliário e o automóvel foram os que mais valorizaram (3,04%, 1,90% e 1,37%, respetivamente). Já o das utilities (água, luz e gás) foi o que mais perdeu, com um recuo de 1,40%.
O setor da banca viu um impulso após gigantes do setor nos Estados Unidos - o JP Morgan, o Citigroup e o Wells Fargo - terem apresentado resultado positivos.
Entre as principais movimentações positivas, a francesa Hermès destacou-se, após ter visto um aumento das vendas no primeiro trimestre.
Nas principais praças europeias, o alemã Dax subiu 0,50%, o francês CAC-40 cresceu 0,52%, o italiano FTSE Mib valorizou 0,89%, o espanhol Ibex 35 avançou 0,57% e o britânico FTSE 100 somou 0,36%. O Aex, em Amesterdão, subiu 0,11%.
Mais lidas