Matérias-primas dão gás aos índices europeus. Arábia Saudita sustenta ganhos do petróleo
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta terça-feira.
- Fraqueza do iene ajuda praças asiáticas. Europa com mira em ganhos ligeiros
- Petróleo anula perdas de ontem. Gás valoriza pelo terceiro dia
- Ouro soma e dólar perde pelo primero dia em três sessões
- Juros da Zona Euro avançam ligeiramente
- Europa recupera de queda e veste-se de verde
- Euribor sobem e a três meses para um novo máximo de mais de 13 anos
- Wall Street arranca mista. Zoom cai mais de 8%
- Fed pressiona dólar e dá força a euro e ouro
- Bunds contrariam tendência de alívio nos juros da dívida da Zona Euro
- Petróleo recupera com notícia de que OPEP+ não está a ponderar aumento da oferta
- Matérias-primas dão gás aos índices europeus. Stoxx 600 em máximos de três meses
Os principais índices europeus estão a apontar para uma negociação em terreno positivo, embora com ganhos ligeiros, após um início de semana negativo. Os futuros sobre o Euro Stoxx 600 sobem 0,2%.
Os investidores estão de olhos postos na situação relativa à Covid-19 na China depois de esta segunda-feira terem sido registadas mortes pela doença, bem como um aumento do número de casos que voltaram a níveis de abril.
Na Ásia, a negociação foi maioritariamente positiva, com a desvalorização do iene a dar força às exportadoras japoneses e a compensar as perdas das tecnológicas chinesas.
Em Hong Kong as quedas voltaram a ser sentidas, numa altura em que perspetivas de aumento de casos na China continental levantam dúvidas quanto ao abrandamento da política de Covid-19.
"Como temos visto nas questões relativas à Covid na China, isso vai ser uma espécie de pára-arranca do fluxo de notícias em termos de confinamentos e muito mais e isso vai trazer mais volatilidade ao mercado", explicou a analista Lorraine Tan da Morningstar, em declarações à Bloomberg.
Pela China, o tecnológico Hang Seng cedeu 0,1%, enquanto Xangai subiu 0,6%. Pelo Japão, o Nikkei valorizou 0,7%, enquanto o Topix pulou 1,2%. Pela Coreia do Sul, o Kospi registou uma descida muito ligeira: 0,1%.
O petróleo estabilizou e está a valorizar esta terça-feira depois de ontem ter perdido mais de 5%, após o Wall Street Journal ter anunciado que a Arábia Saudita e outros membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) estão a ponderar um aumento da produção.
Entretanto, a Arábia Saudita reagiu, negando a existência de tal proposta e acrescentou que segue pronta caso sejam necessários novos cortes na produção. "O atual corte de dois milhões de barris por dia permanece até ao final de 2023", disse o ministro da energia, Abdulaziz bin Salman, em comunicado.
Em Londres, o contrato de janeiro do Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, soma 0,38% para 87,78 dólares por barril. Já o contrato de dezembro West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, avança 0,17% para 80,18 dólares por barril.
As perdas registadas ontem acabaram por ser anuladas ao final do dia com a declaração do ministro saudita.
No mercado do gás, os futuros estão a valorizar pelo terceiro dia consecutivo, numa altura em que aumentam as temperaturas mais frias um pouco por toda a Europa e se vai testando a preparação europeia para o inverno em plena crise energética.
A corrida europeia para repor o gás que deixou de ser importado da Rússia, significa que "se pode ser bastante mais positivo" sobre este inverno, explicou Greg Jackson, analista da Octopus Energy, acrescentando que o que não sabemos é se "o resto do inverno se aguenta".
Os preços do gás negociado em Amesterdão - referência para a Europa - sobem 2,5% para 119 euros por megawatt-hora.
O ouro está a negociar com ganhos, numa altura em que o dólar desvaloriza pela primeira vez em três dias e vai dando, por isso, força à negociação deste metal.
O ouro sobe 0,25% para 1.742,21 dólares por onça.
O dólar perde 0,17% para 0,9745 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda norte-americana contra dez divisas rivais - desce também 0,17% para 107,656 pontos.
A pesar na negociação da nota verde estão comentários de dois membros da Fed, a presidente de São Francisco, Mary Daly, e Loretta Mester, de Cleveland, que explicaram que os decisores devem ser criteriosos na aplicação de política monetária.
Os olhos dos investidores estão na divulgação, esta quarta-feira, das minutas da reunião de política monetária da Reserva Federal dos Estados Unidos, realizada em novembro.
Os juros da dívida soberana na Zona Euro seguem a agravar-se, com os investidores a aguardarem discursos de membros do Banco Central Europeu ao longo desta terça-feira, com o objetivo de compreender o caminho a seguir pela autoridade monetária.
A "yield" das Bunds alemãs - referência para a Europa, bem como os juros da dívida francesa somam 3,1 pontos base para 2,016% e 2,49%, respetivamente.
Já os juros da dívida espanhola sobem 3,7 pontos base para 3,017%, enquanto a "yield" da dívida portuguesa agrava-se 2,6 pontos base para 2,941%. Em Itália, os juros da dívida pública aumentam 4,2 pontos base para 3,964%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica somam 3,4 pontos base para 3,208%.
As principais praças europeias estão a negociar maioritariamente no verde, com exceção do alemão Dax, recuperando, assim, das perdas vividas esta segunda-feira.
O Stoxx 600 - referência para a região - soma 0,16% para os 433,77 pontos, com o setor do petróleo e gás a impulsionar a negociação. Após uma queda de 2,78% esta segunda-feira, este setor ganha 3,02%. Ainda entre as maiores valorizações está o setor mineiro, que sobe 1,4%.
"[A existência de] membros do BCE e da Fed menos 'hawkish' é certamente um apoio para os mercados, mas o aperto [da política monetária] ainda não acabou e alguma desilusão pode ainda acontecer", disse analista Esty Dwek, do Flowbank, à Bloomberg.
A recente recuperação nas ações europeias "provavelmente não vai durar, dado que o crescimento [económico] vai desacelerar rapidamente nos últimos meses", completou.
Nos restantes índices europeus, o alemão Dax cede 0,13%, o francês CAC-40 sobe 0,03%, o italiano FTSE MIB avança 0,38%, o britânico FTSE 100 ganha 0,59% e o AEX, em Amesterdão, valoriza 0,05%. O espanhol IBEX é o que mais sobe e pula 0,8%.
As taxas Euribor subiram hoje a três, a seis e a 12 meses face a segunda-feira, no prazo mais curto para um novo máximo desde fevereiro de 2009.
A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 06 de junho, avançou hoje, para 2,338%, mais 0,011 pontos, contra o máximo desde janeiro de 2009, de 2,342%, verificado em 18 de novembro.
A média da Euribor a seis meses subiu de 1,596% em setembro para 1,997% em outubro.
A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 03 de junho de 2022).
A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, também subiu hoje, ao ser fixada em 1,863%, mais 0,046 pontos, um novo máximo desde fevereiro de 2009.
A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses).
A média da Euribor a três meses subiu de 1,011% em setembro para 1,428% em outubro.
No mesmo sentido, no prazo de 12 meses, a Euribor avançou hoje, ao ser fixada em 2,847%, mais 0,012 pontos do que na segunda-feira, contra 2,874% em 09 de novembro, um novo máximo desde janeiro de 2009.
Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril.
A média da Euribor a 12 meses avançou de 2,233% em setembro para 2,629% em outubro.
As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro. Em 27 de outubro, com o objetivo de travar a inflação, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o terceiro aumento consecutivo deste ano, depois de em 21 de julho ter subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, e em 08 de setembro em 75 pontos base.
A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras do BCE.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Wall Street arrancou a sessão de forma mista, com os investidores de olhos postos nas mais recentes declarações de alguns membros da Reserva Federal norte-americana (Fed).
O industrial Dow Jones soma 0,60% para 33.903,03 pontos, enquanto o S&P 500 sobe 0,31% para 3.962,35 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite desliza 0,32% para 10.989,26 pontos.
A presidente Reserva Federal de Cleveland, Loretta Mester, demonstrou disponibilidade para abrandar o ritmo da subida das taxas de juro diretoras.
Já a presidente da Fed de São Francisco, Mary Daly alertou para a necessidade de os membros da Fed estarem atentos aos desfasamentos na transmissão das mudanças da política monetária, segundo a Bloomberg.
Esta quarta-feira, a Fed publica as atas da última reunião de política monetária em novembro.
Os investidores continuam ainda atentos aos novos desenvolvimentos sobre a nova onda de casos de covid-19 na China.
Entre os principais movimentos de mercado, a Zoom cai 8,76%, depois de a empresa ter cortado nas previsões para este ano.
Por sua vez, a GameStop desliza 1,19%, após a Bloomberg dar conta que o investidor multimilionário Carl Icahn assumiu uma posição a descoberto de peso no capital da empresa de "gaming".
O dólar cai, perante os mais recentes comentários de alguns membros da Reserva Federal norte-americana (Fed) e um dia antes de serem divulgadas as atas da última reunião de política monetária do banco central.
O índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da nota verde contra dez divisas rivais - cai 0,47% para 107,333 pontos. Diante da fraqueza do dólar, também o euro ganha força, avançando 0,38%, para 1,0281 dólares.
A presidente da Reserva Federal de Cleveland, Loretta Mester, demonstrou disponibilidade para abrandar o ritmo da subida das taxas de juro diretoras.
Já a presidente da Fed de São Francisco, Mary Daly alertou para a necessidade de os membros da Fed estarem atentos aos desfasamentos na transmissão das mudanças da política monetária, segundo a Bloomberg.
A queda da nota verde deu força às matérias-primas denominadas em dólares, como é o caso do ouro, já que favorece quem negoceia com outras moedas. O metal amarelo soma 0,34% para 1.744 dólares a onça.
Os juros da dívida dos países da Zona Euro seguem esta tarde um movimento de alívio, com a taxa portuguesa a dez anos a aliviar 1,2 pontos base para 2,903%.
Em Itália, a "yield" cede 1,0 ponto base para 3,911%, enquanto que os juros da dívida espanhola caem 0,2 pontos base para 2,978%.
Em França, pelas 15:49, as taxas mantinham-se inalteradas, nos 2,459%.
Já na Alemanha, as "bunds" agrava, 0,5 pontos percentuais, para 1,990%, num dia em que a agência financeira do país voltou a colocar dívida no mercado.

Os preços do "ouro negro" estão hoje a recuperar, depois de ontem terem chegado a afundar mais de 5% devido à informação e que a Arábia Saudita e outros membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) estariam a ponderar um aumento da produção, isto numa altura em que a China mantém muitas restrições devido à covid e penaliza dessa forma as perspetivas para a procura.
A informação foi depois desmentida por Riade, o que levou a que as cotações eclipsassem quase todas as perdas, estando hoje a negociar no verde.
Em Londres, o contrato de janeiro do Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a ganhar 1,93% para 89,14 dólares por barril.
Já o contrato de dezembro West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, soma 1,86% para 81,53 dólares por barril.
O The Wall Street Journal avançou que a OPEP e os seus aliados (o chamado grupo OPEP+) estariam a debater um aumento da produção de janeiro em 500.000 barris por dia, já tendo em vista o embargo da União Europeia à importação de petróleo russo a partir de 5 de dezembro, mas a informação foi depois negada.
Os setores das "commodities" alavancaram esta terça-feira as principais bolsas europeias. O índice Stoxx 600 - que agrega as principais empresas do Velho Continente - encerrou a sessão de negociação a avançar 0,77%, batendo máximos de três meses, depois de cinco semanas de ganhos.
A BP liderou as subidas, depois de o Citigroup ter alterado a recomendação para as ações da empresa para "comprar". Já a Vodafone foi das que mais deslizou, após uma nota de "research" do Credit Suisse ter reduzido a aposta para a cotada.
Ambas as empresas seguiram o sentido dos respetivos setores, com as energéticas a avançarem 4,71& e as telecom a cairem 0,13%. Com ganhos generosos terminaram ainda a banca, os recursos básicos e o turismo. No vermelho ficaram apenas, para além das empresas de telecomunicações, o imobiliário e os serviços financeiros.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax somou 0,4%, o francês CAC-40 valorizou 0,35%, o italiano FTSEMIB avançou 1,07%, o britânico FTSE 100 subiu 1,04% e o espanhol IBEX 35 pulou 1,68%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,84%. O português PSI acompanhou a tendência, encerrando a sessão a valorizar 1,4%.
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