Bolsas europeias e petróleo sobem com otimismo em torno da China. Euro valoriza
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta segunda-feira.
- Futuros apontam Europa para terreno positivo. Ásia fecha no vermelho
- Petróleo e gás recuam em dia de negociações energéticas em Bruxelas
- Euro sobe face ao dólar. Investimento de ETF em ouro em máximos de seis meses
- Juros da dívida nacional em máximos de meados de novembro
- Xi resgata Europa de Lagarde. Porsche estreia-se no DAX a acelerar mais de 4%
- Taxas Euribor sobem de novo a 6 e 12 meses para novos máximos de quase 14 anos
- Dow Jones é o único que valoriza. Promessas de apoio à economia na China não chegam para pôr Wall Street no verde
- Petróleo sobe com otimismo em torno da China
- Ouro recua ligeiramente com peso da política monetária
- Euro avança com comentários "hawkish" do vice-presidente do BCE
- Bolsas europeias ganham fôlego com rally na energia e otimismo em torno da China
A primeira sessão da semana de Natal na Europa deve arrancar no verde, depois de uma semana penalizada pelas declarações e decisões "hawkish" (mais agressivas) dos bancos centrais.
Os investidores tentam perceber se há recessão à vista com a divulgação, nesta segunda-feira, dos dados sobre a maior economia do bloco, a Alemanha.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 somam 0,27%.
Esta segunda-feira, a maior economia europeia vai centrar as atenções dos investidores com o instituto Ifo a divulgar novos dados do clima económico. Depois de rever as estimativas para 2022 em alta, o Ifo anunciou recentemente que estima apenas uma ligeira contração da economia alemã, em torno dos 0,1%. Mas avisou que o inverno será de contração económica.
A negociação promete ainda ser marcada, sobretudo no setor energético, pela reunião dos ministros da Energia da UE em Bruxelas, tendo em vista o fim das negociações sobre tecto aos preços do gás natural este inverno.
Na Ásia o dia terminou em terreno negativo. Pela China, Xangai deslizou 2% e em Hong Kong o Hang Seng caiu 0,7%. No Japão, o Topix perdeu 0,8% enquanto o "benchmark" do país, Nikkei, caiu 1,05%.Pela Coreia do Sul, o Kospi derrapou 0,3%.
No mercado do petróleo, o West Texas Intermediate (WTI) - negociado em Nova Iorque - perde 0,57% para 73,87 dólares enquanto o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – perde 0,33% para 78,78 euros.
Os investidores estão a digerir as notícias de que os EUA vão reabastecer a sua Reserva Estratégica de petróleo com mais três milhões de barris a preço fixo.
No entanto, no mercado das "commodities" energéticas as atenções estão concentradas do outro lado do Oceano, em Bruxelas, onde os ministros da Energia da UE discutem a imposição de um tecto aos preços do gás.
A presidência da República Checa do Conselho sugere que o tecto se situe nos 188 euros por megawatt-hora, bastante abaixo dos 275 euros propostos em novembro pela Comissão Europeia.
Enquanto o mercado está atento a este encontro, o preço do gás por megawatt-hora em Amesterdão – "benchmark" para o mercado europeu – recua 1,3% para 114 euros.
O TTF está ainda a ser pressionado pelas previsões meteorológicas que apontam para temperaturas acima do normal a noroeste da Europa.
O ouro e euro valorizam, aproveitando assim o recuo do dólar.
O índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra 10 divisas rivais – cede 0,29% para 104,40 pontos.
O movimento beneficia a sua contraparte no par cambial mais negociado do mundo, o euro e dólar, estando a moeda única a somar 0,53% para 1,0642 dólares.
Também no mercado dos metais preciosos, o ouro beneficia desta queda, já que como todas as matérias-primas denominadas em dólares se torna mais atrativo para investidores que negoceiam com outras moedas, estando a ganhar 0,20% para 1.796,75 dólares a onça.
Ainda no mercado do ouro, os ETF (Exchange traded funds) na última sessão investiram em mais 177.397 onças de ouro troy (ligeiramente mais pesadas que a onça normal), o maior investimento desde 17 de junho, o que eleva o total anual para 3,78 milhões de onças, segundo os dados compilados pela Bloomberg.
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro continuam a agravar-se, seguindo a tendência da semana passada, marcada pelas decisões de política monetária restritiva de vários bancos centrais, incluindo o Banco Central Europeu. As "yields" das dívidas portuguesa e alemã a dez anos renovam máximos de meados de novembro.
A "yield" das Bunds alemãs a dez anos – "benchmark" europeu – agrava 3,2 pontos base para 2,175%.
Por sua vez, os juros das obrigações portuguesas com a mesma maturidade somam 2,9 pontos base para 3,184%. Já a "yield" da dívida espanhola com a mesma maturidade vai mais longe e agrava 3,6 pontos base para 3,268%.
Por fim, os juros da dívida italiana a dez anos são os que registam o agravamento mais expressivo, estando a acumular 5,5 pontos base para 4,334%.
Ainda assim, o "spread" face à "yield" da dívida alemã mantém-se distante dos 250 pontos base, número classificado pelos especialistas como uma "linha vermelha" para o BCE, estando mais concretamente a registar um fosso de 214,8 pontos base face aos juros das Bunds.
A Europa começou a semana de Natal no verde, com as notícias vindas da China, após uma semana no vermelho, pressionada pelas decisões de aumento das taxas de juro diretoras na Zona Euro e outras regiões do globo.
O Stoxx 600 ganha 0,43% para 426,57 pontos. Entre os 20 setores que compõe o "benchmark" europeu, energia e recursos minerais comandam ganhos. Já o imobiliário lidera as perdas. A reunião dos principais líderes chineses que decretou um compromisso de reavivar o consumo e apoiar o setor privado no próximo ano motivaram os investidores.
As ações europeias estão a caminho da maior queda anual desde 2018, num ano marcado pela guerra na Ucrânia, a inversão da política monetária em todo o mundo e a escalada da inflação.
Durante este quarto trimestre, o índice europeu já recuperou de algumas perdas, com a esperança - baseada em várias notícias e declarações de Pequim – de um possível abrandamento da política "zero covid-19". Ainda assim, o sentimento dos investidores relativamente ao futuro dos bancos centrais ainda pode virar o jogo.
Entre os principais movimentos de mercado, são de destacar as ações da Porsche, que aceleram 4,49%, no dia em que entram no índice alemão DAX – que reúne as 40 principais empresas do país – substituindo assim a Puma.
Nas restantes praças europeias, Madrid avança 0,22%, Frankfurt cresce 0,42% e Paris arrecada 0,78%. Londres soma 0,41%, Amesterdão ganha 0,71% e Milão valoriza 0,39%.
As taxas Euribor subiram hoje a três, seis e 12 meses, nos dois prazos mais longos para máximos desde janeiro de 2009.
A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 06 de junho, avançou hoje, para 2,585%, mais 0,016% pontos e um novo máximo desde janeiro de 2009.
A média da Euribor a seis meses subiu de 1,997% em outubro para 2,321% em novembro.
A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 03 de junho de 2022).
No prazo de 12 meses, a Euribor também subiu hoje, ao ser fixada em 3,057%, mais 0,064 pontos do que na sexta-feira e um novo máximo desde janeiro de 2009.
Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril.
A média da Euribor a 12 meses avançou de 2,629% em outubro para 2,828% em novembro.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, avançou hoje, ao ser fixada em 2,063%, mais 0,016 pontos e contra um novo máximo desde fevereiro de 2009, de 2,081%, verificado em 14 de dezembro.
A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses).
A média da Euribor a três meses subiu de 1,428% em outubro para 1,825% em novembro.
As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.
Na última reunião de política monetária, em 15 de dezembro, o BCE aumentou em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, desacelerando o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.
Em 21 de julho, o BCE tinha aumentado pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Wall Street está a negociar mista, depois de dois dias de perdas substanciais no final da semana passada e um saldo semanal negativo nas duas últimas semanas.
Os investidores continuam a avaliar o ciclo de política monetária por parte da Reserva Federal norte-americana, que deverá continuar a subir as taxas de juro de referência em 2023 para fazer face à elevada inflação. No entanto, promessas de líderes chineses sobre o apoio à economia no próximo ano, através do consumo e do setor privado, parecem estar a sustentar a negociação.
O industrial Dow Jones avança 0,05% para 32.937,04 pontos, enquanto o S&P 500 desvaloriza 0,15% para 3.846,69 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite perde 0,41% para 10.661,01 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado está a Tesla, que sobe 1,21%, depois do CEO da fabricante de carros elétricos e do Twitter, Elon Musk, ter realizado uma votação em que questionava os utilizadores da plataforma se queriam que Musk deixasse a liderança da rede social. O resultado foi uma maioria de 58% no "sim", em mais de 17 milhões de pessoas que votaram.
A Moderna sobe 2,73%, depois da Jefferies ter elevado a recomendação da farmacêutica de "manter" para "comprar", justificando com base nas oportunidade da terapia para o tratamento do cancro.
"Ainda há uma nuvem sobre os mercados (da semana passada). Mas este é um dia em que os investidores não estão a pensar tanto sobre as más notícias, ou uma recessão", explicou Dennis Dick, da Triple D Trading, à Reuters.
Os preços do petróleo seguem a negociar em alta nos principais mercados internacionais, com o otimismo em torno da economia chinesa e a retoma na procura por combustível a ofuscarem os receios de uma recessão global.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a somar 0,85% para 79,71 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, avança 0,75% para 74,85 dólares por barril.
A China, que é o maior importador mundial de crude, está a viver a primeira das três vagas esperadas de convid-19 depois de Pequim ter flexibilizado as restrições à mobilidade, mas diz que tomará medidas no sentido de sustentar a economia em 2023, o que animou os mercados.
O ouro está a desvalorizar ligeiramente com os investidores ainda em rescaldo dos comentários do presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, que reiterou intenções de manutenção do ciclo de subida das taxas de juro - o que penaliza o ouro, uma vez que este metal não rende juros.
Na sexta-feira passada, os presidentes da Fed de Nova Iorque, John Williams, de São Francisco, Mary Daly, e de Cleveland, Loretta Mester, reiteraram a necessidade de manutenção da subida dos juros diretores até que haja uma clara indicação de que os preços estão a aliviar.
O metal amarelo recua 0,03% para 1.792,5 dólares por onça. Já a platina está inalterada nos 994,52 dólares por onça e o paládio perde 2,01% para 1.686,13 dólares por onça.
O euro está a valorizar face à moeda norte-americana, com os investidores focados em novos dados estatísticos nos Estados Unidos que devem dar mais pistas sobre o estado da economia norte-americana.
A fortalecer a moeda única europeia pode estar ainda um aviso dado pelo vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, que quando questionado sobre até quando o BCE ia continuar a aumentar as taxas de juro respondeu que "não sabia". O responsável adiantou ainda que espera um ciclo de incremento dos juros diretores "a um ritmo semelhante" àquele que tem sido adotado até agora. O euro avança 0,23% para 1,061 dólares. Ao passo que o índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra dez divisas rivais – está inalterado nos 104,703 pontos.
As bolsas europeias fecharam em alta nesta primeira sessão da semana, com os investidores a apostarem nas cotadas da energia por entre o otimismo trazido pelo compromisso da China de impulsionar a sua economia no próximo ano.
O Stoxx 600, índice de referência do Velho Continente, fechou a somar 0,27%, para 425,87 pontos, depois de ter registado a maior queda semanal desde setembro.
Os títulos da energia destacaram-se pela positiva, depois de os líderes chineses se comprometerem a revitalizar o consumo e a apoiar o setor privado.
A ajudar esteve também o facto de a União Europeia ter alcançado um acordo para um tecto aos preços do gás natural, nos 180 euros, pondo assim fim a meses de impasse político.
Um dos títulos que mais se evidenciou foi a Porsche, depois de ter passado a integrar o índice alemão Dax.
Já a Uniper somou 4%, mas chegou a estar a disparar 20%, depois de os acionistas da "utility" alemã terem acordado um pacote no valor de vários milhares de milhões de euros para impedir o seu colapso.
Ainda na bolsa de Frankfurt, destaque para a Siemens Energy AG, que ganhou terreno depois de ter alcançado uma participação de 93% na sua subsidiária Gamesa após uma oferta de compra parcial.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax somou 0,36%, o francês CAC-40 valorizou 0,32%, o britânico FTSE 100 subiu 0,40% e o espanhol IBEX 35 pulou 0,30%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,10%.
Em contraciclo esteve o o italiano FTSEMIB, mas com uma descida muito marginal, quase na linha de água, ao ceder 0,02%.
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