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Wall Street e Europa no vermelho. Petróleo sobe 3%

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta segunda-feira.

bolsas, subida, mercados, Europa
bolsas, subida, mercados, Europa Kai Pfaffenbach/Reuters
29 de Agosto de 2022 às 17:57
Efeito Powell alastra-se. Europa segue tendência da Ásia e aponta para vermelho
Efeito Powell alastra-se. Europa segue tendência da Ásia e aponta para vermelho

Os principais índices da Europa ocidental estão a apontar para uma abertura em terreno negativo, em consonância com a tendência na Ásia, com os futuros sobre o Euro Stoxx 50 a perderem 1,31%.

Os índices globais estão a negociar maioritariamente a vermelho, na sequência do discurso do presidente da Reserva Federal norte-americana-americana na passada sexta-feira. Powell reiterou uma só intenção - manter uma política monetária restritiva "por algum tempo" mesmo que esta represente "alguma dor" às famílias e empresas.

Na Ásia, as palavras de Powell também pesaram, com o "benchmark" regional - o índice MSCI AC Asia Pacific - perto de atingir o valor mais baixo em dois anos. Os setores mais prejudicados foram a tecnologia, a indústria, bem como o setor financeiro.

"Vamos provavelmente passar por um nova reclassificação [no mercado acionista], o que significa que as ações vão entrar em queda, particularmente aquelas expostas ao crescimento [económico] e setores mais sensíveis à política monetária", explica a analista Jessica Amir do Saxo Capital Markets à Bloomberg.

"Para o 'sell-off' parar precisamos ou que a inflação miraculosamente diminua, ou um relaxamento da política de covid-19 na China", esclarece ainda.

Pela China, o Shangai Composite cedeu 0,2%, enquanto no Japão, o Nikkei tombou 2,6%. Em Hong Kong, o Hang Seng desvalorizou 0,8% e, na Coreia do Sul, o Kospi perdeu 2,1%.

Na Ásia, as palavras de Powell também pesaram, com o "benchmark" regional - o índice MSCI AC Asia Pacific - perto de atingir o valor mais baixo em dois anos. Os setores mais prejudicados foram a tecnologia, a indústria, bem como o setor financeiro.

"Vamos provavelmente passar por um nova reclassificação [no mercado acionista], o que significa que as ações vão entrar em queda, particularmente aquelas expostas ao crescimento [económico] e setores mais sensíveis à política monetária", explica a analista Jessica Amir do Saxo Capital Markets à Bloomberg.

"Para o 'sell-off' parar precisamos ou que a inflação miraculosamente diminua, ou um relaxamento da política de covid-19 na China", esclarece ainda.

Petróleo estende ganhos. Futuros sobre o gás natural perdem mais de 12%
Petróleo estende ganhos. Futuros sobre o gás natural perdem mais de 12%

O petróleo está a valorizar, depois de ter encerrado a semana passada em terreno positivo, perante as previsões de um menor fornecimento da matéria-prima. Isto depois de o ministro da energia da Arábia Saudita ter advogado um corte na produção de crude por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), numa tentativa de estabilizar o mercado.

A somar a esta possível diminuição na exportação de petróleo, a Líbia, país membro da OPEP, está a enfrentar combates entre milícias rivais na capital que resultaram em 23 mortos, colocando um risco na possibilidade de um corte no fornecimento desta matéria-prima.

Ao mesmo tempo, o Irão revelou que as negociações com os Estados Unidos para reavivar o acordo nuclear, através duma proposta apresentada pela União Europeia devem estender-se até ao próximo mês. Teerão coloca assim uma pausa na especulação de que havia um acordo iminente. Caso este processo avance e os EUA aceitem o documento o Irão poderá voltar a exportar petróleo, no âmbito da OPEP.

O West Texas Intermediate (WTI), referência para os EUA, sobe 0,75% para 93,76 dólares por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte – negociado em Londres e referência para a Europa – valoriza 0,43%, estando a negociar nos 101,42 dólares por barril.

No mercado do gás, os futuros desta matéria-prima registam a maior desvalorização desde abril, numa pausa nos ganhos, depois de na semana passada terem subido mais de 40%. A contribuir estão declarações do ministro da Economia alemão, Robert Habeck, que revelou que o armazenamento de gás no país está a acelerar e espera atingir os 85% da capacidade máxima em outubro.

Os futuros sobre o gás negociado em Amesterdão (na sigla inglesa TTF) a um ano, referência para o mercado europeu, perdem 12% para 297 euros por megawatt-hora.

Na sexta-feira passada o primeiro-ministro da República Checa, Petr Fiala, revelou que ia propor uma reunião extraordinária de emergência do conselho de energia da União Europeia (UE), para discutir medidas de emergência especificas para analisar a situação energética.

Ouro no valor mais baixo em um mês
Ouro no valor mais baixo em um mês

O ouro está a negociar no valor mais baixo em um mês e a caminho do quinto mês consecutivo no vermelho - a mais longa série de quedas mensais nos últimos quatro anos.

A pesar no "metal precioso" está a subida das taxas de juro por parte tanto do Banco Central Europeu, como da Reserva Federal norte-americana, que retira atratividade a este metal que não rende juros. Ao mesmo tempo, a subida do dólar também tem estado a prejudicar o ouro.

O metal amarelo desvaloriza 0,89% para 1.758,20 dólares por onça, ao passo que a platina recua 1,63% para 852,85 dólares e o paládio ganha 0,31% para 2.115,43 dólares.

"Apesar do ouro estar sob pressão da força do dólar neste momento, se assistirmos a um aumento da volatilidade no mercado acionista, podemos esperar que o ouro volte a ser um ativo de refúgio", aponta o analista John Feeney, da Guardian Gold, à Bloomberg.

Dólar ganha e euro cede à paridade novamente
Dólar ganha e euro cede à paridade novamente

O dólar está a valorizar face ao euro, colocando a moeda única novamente abaixo da paridade. Os investidores estão ainda a avaliar o discurso de Powell que lançou novas achas para a fogueira ao revelar que "a história adverte fortemente contra o alívio prematuro da política monetária acomodatícia" e que, por isso, a subida das taxas de juro para controlar a inflação deve continuar em terreno ascendente.

A moeda norte-americana valoriza 0,23% e um dólar está neste momento a valer 0,9945 euros. O índice do dólar da Bloomberg – que mede a força do dólar contra 10 divisas rivais – valoriza 0,36% para os 109.196 pontos.

"Powell argumenta que as consequências de uma política monetária mais apertada vão ser mais curtas se for mais agressivo agora", revela o analista Sean Callow da Westpac Banking, à Bloomberg. E por isso "este é um shot de adrenalina para o dólar norte-americano", esclarece ainda.

Juros agravam-se na Zona Euro, com membros do BCE a pedirem subida "substancial" das taxas de juro em setembro
Juros agravam-se na Zona Euro, com membros do BCE a pedirem subida 'substancial' das taxas de juro em setembro

Os juros das dívidas soberanas estão a agravar-se substancialmente na Zona Euro, impulsionados por comentários de membros do Banco Central Europeu. Isabel Schnabel, à margem do simpósio da Fed em Jackson Hole, revelou que a autoridade monetária deve manter a sua tarefa de controlar a inflação, "mesmo que [a Europa] entre numa recessão".

A acompanhar Scnabel, esteve ainda o governador do Banco de Franca, Francois Villeroy de Galhau, que advogou por uma subida "significante" das taxas de juro na reunião de setembro. Já Martin Kazaks, do banco central da Letónia, afirmou que uma recessão na Zona Euro era muito provável, mas que isso por si só não fará baixar a inflação e o BCE deve assim optar por um grande aumento das taxas de juro no próximo mês.

A acompanhar Scnabel, esteve ainda o governador do Banco de Franca, Francois Villeroy de Galhau, que advogou por uma subida "significante" das taxas de juro na reunião de setembro. Já Martin Kazaks, do banco central da Letónia, afirmou que uma recessão na Zona Euro era muito provável, mas que isso por si só não fará baixar a inflação e o BCE deve assim optar por um grande aumento das taxas de juro no próximo mês.

"yield" das Bunds alemãs a dez anos – "benchmark" para a Zona Euro - agrava-se 14,7 pontos base para 1,530%, renovando máximos de dois meses.

 

Em Itália, os juros da dívida a dez anos somam 15,9 pontos base para 3,840%, ao passo que a "yield" da dívida espanhola subiu também 15,9 para 3,743%.

 

Em Portugal, os juros da dívida com a mesma maturidade agravam 15,3 pontos base para 2,624%. Isto, depois de na sexta-feira a DBRS, agência de notação financeira, ter subido o "rating" da dívida soberana portuguesa para A (low) - o sétimo nível mais elevado, de B (high). A perspetiva da agência canadiana passa assim de "positiva" para "estável".

A DBRS justifica a decisão com a avaliação de que "as vulnerabilidades de crédito de Portugal ligadas a choques externos estão a retroceder e as perspetivas macroeconómicas estão a melhorar".

Comentários de membros da Fed e do BCE empurram Europa para vermelho
Comentários de membros da Fed e do BCE empurram Europa para vermelho

As principais praças do Velho Continente estão a negociar com perdas substanciais, ainda na senda de discursos, no simpósio da Fed em Jackson Hole, que apontam para a continuação de um aperto da política monetária.

Tanto o presidente da Reserva Federal norte-americana, como membros do BCE estão a advogar pela manutenção de uma política monetária mais agressiva, uma vez que a desaceleração económica parece não ser suficiente para colocar a inflação sob controlo.

O índice de referência europeu, Stoxx 600, recua 0,78% para 422,75 pontos - renovando mínimos de mais de um mês. Todos os 20 setores que compõe o "benchmark" estavam a negociar no vermelho, com a tecnologia, indústria e "utilities" a registarem as maiores perdas, acima de 1%.

Isabel Schnabel, da comissão executiva do BCE, foi um dos membros a vociferar a vontade de subir as taxas de juro mesmo que a Europa entre numa recessão.

Isabel Schnabel, da comissão executiva do BCE, foi um dos membros a vociferar a vontade de subir as taxas de juro mesmo que a Europa entre numa recessão.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o francês CAC-40 desvaloriza 1,58%, em Amesterdão, o AEX perde 1,44%, o espanhol IBEX 35 cai 1,10% e o alemão Dax cede 1,09%. Já o italiano FTSEMIB recua 0,71% e, em Lisboa, o PSI desvaloriza 1,26%.

Em Londres é feriado e por isso o britânico FTSE 100 não está aberto para negociação.

Palavras de Powell ainda pesam, Wall Street pinta-se de vermelho
Palavras de Powell ainda pesam, Wall Street pinta-se de vermelho

Wall Street abriu em terreno negativo, depois de ter registado um tombo com perdas consideráveis na sexta-feira, após o discurso do presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, que reiterou intenções de manter a subida das taxas de juro, mesmo que o país entre numa recessão.

O industrial Dow Jones cede 0,82% para 32.017,29 pontos. Ao passo que o índice de referência mundial por excelência, o S&P 500, recua 0,79% para 4.025,57 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite desvaloriza 0,83% para 12.040,51 pontos.

Analistas do Morgan Stanley numa nota consultada pela Bloomberg revelam que possíveis fracos resultados das empresas podem prejudicar ainda mais as ações, do que taxas de juro mais elevadas - "o caminho do mercado acionista daqui para a frente vai ser determinado pelos resultados das empresas e vemos possibilidades de uma queda ainda maior".

Em relação à maior agressividade do discurso de Powell, Tom Essaye, analista do Sevens indica à Bloomberg que "os mercados perderam um dos grandes condutores do 'rally' - a expectativa de que a Fed seria menos agressiva".

"O mercado precisa de ver uma moderação estável nos dados económicos, para a Fed poder começar a aplicar uma política monetária menos agressiva", esclarece ainda.

Ouro valoriza ligeiramente após atingir valor mais baixo num mês
Ouro valoriza ligeiramente após atingir valor mais baixo num mês

O ouro segue a valorizar ligeiramente, depois de ter atingido o valor mais baixo num mês. A pressionar o metal amarelo estão as palavras do presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), Jerome Powell, que na sexta-feira afastou as esperanças de um abrandamento do ritmo da subida das taxas de juros diretoras. 

Com o banco central a dar sinal de que o cenário de aperto monetário irá manter-se, o ouro perde atratividade, uma vez que este não remunera juros. O metal precioso caminha para o quinto mês de perdas, tratando-se da série de quedas mensais mais longa nos últimos quatro anos.

O ouro valoriza 0,23% para 1.742,17 dólares por onça, ao passo que a platina avança 0,72% para 873,16 dólares e o paládio cresce 1,40% para 2.138,50 dólares.

Euro recupera e volta à paridade com o dólar

O euro segue a recuperar das perdas registadas na passada semana, estando a negociar ligeiramente acima da paridade unitária com o dólar. A moeda única valoriza 0,37% para 1,0003 dólares, numa altura em que os preços do gás natural caem o máximo de março. Isto depois de a Alemanha ter anunciado que as reserva estão a aumentar mais rápido do que o planeado.

Já o índice do dólar da Bloomberg – que mede a força do dólar contra 10 divisas rivais – cede 0,26% para os 108.536 pontos, depois de nos últimos dias ter registado ganhos, na sequência do discurso do presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), Jerome Powell, que, em Jackson Hole, sinalizou que o ritmo da subida das taxas de juro diretoras vai manter-se. 

Juros agravam-se na Zona Euro

Os juros da dívida soberana agravaram-se na Zona Euro, numa altura em que os investidores equacionam uma nova subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE). A impulsionar as apostas estão os comentários de membros do BCE, como Isabel Schnabel, que à margem do simpósio da Reserva Federal norte-americana (Fed), em Jackson Hole, revelou que a autoridade monetária deve manter a sua tarefa de controlar a inflação, "mesmo que [a Europa] entre numa recessão".

"yield" das Bunds alemãs a dez anos – "benchmark" para a Zona Euro - agravaram-se 11,2 pontos base para 1,494%, enquanto os juros da dívida italiana subiram 10,6 pontos para 3,787%. Já a "yield" da dívida francesa aumentou 10,2 pontos para 2,114%. 

Por cá, os juros da dívida soberana portuguesa cresceram 9,8 pontos para 2,569%, ao passo que em Espanha, a "yield" da dívida a 10 anos sobiu 9,8 pontos para 2,682%.

Petróleo em alta empurrado por agitação no Médio Oriente
Petróleo em alta empurrado por agitação no Médio Oriente

O petróleo segue em forte valorização, perante as previsões de um menor fornecimento da matéria-prima, depois de a Arábia Saudira ter defendido um corte na produção de crude por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e de as negociações com o Irão se terem prolongado.

O West Texas Intermediate (WTI), referência para os EUA, sobe 3,31% para 96,14 dólares por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte – negociado em Londres e referência para a Europa – valoriza 3%, estando a negociar nos 104,02 dólares por barril.

Na Líbia, confrontos entre milícias na capital causaram 23 mortos, aumentando ainda mais os receios de agitação na OPEP. Até agora a produção mantém-se estável, mas os investidores estão receosos de que a violência possa pôr em risco as entregas de petróleo, numa altura em que a Europa enfrenta uma crise energética.

Ben Van Beurden, CEO de petróleo e gás da Shell, considera "uma fantasia" a ideia de que a crise global de energia pode ser facilmente ultrapassada. Beurden falava numa conferência na Noruega, a mesma onde Elon Musk, o CEO da Tesla, defendeu que o mundo precisa de mais petróleo e gás.

O Irão indicou que as negociações sobre o acordo nuclear vão arrastar-se até ao próximo mês, arrefecendo a expectativa de fornecimento de petróleo deste país, a curto prazo.

O West Texas Intermediate (WTI), referência para os EUA, sobe 3,31% para 96,14 dólares por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte – negociado em Londres e referência para a Europa – valoriza 3%, estando a negociar nos 104,02 dólares por barril.

Na Líbia, confrontos entre milícias na capital causaram 23 mortos, aumentando ainda mais os receios de agitação na OPEP. Até agora a produção mantém-se estável, mas os investidores estão receosos de que a violência possa pôr em risco as entregas de petróleo, numa altura em que a Europa enfrenta uma crise energética.

Ben Van Beurden, CEO de petróleo e gás da Shell, considera "uma fantasia" a ideia de que a crise global de energia pode ser facilmente ultrapassada. Beurden falava numa conferência na Noruega, a mesma onde Elon Musk, o CEO da Tesla, defendeu que o mundo precisa de mais petróleo e gás.

Europa afunda na sombra de Jackson Hole

As principais praças do Velho Continente fecharam no vermelho, arrastadas por receios do impacto económico de maiores subidas das taxas de juro, defendidas durante o simpósio Jackson Hole.

O índice de referência europeu, Stoxx 600, recuou 0,81% para 422,65 pontos - renovando mínimos de mais de um mês. Quase todos os setores que compõe o índice de referência negociaram no vermelho, com a tecnologia a registar um tombo de 2,36%, seguida indústria e "utilities" (gás, água e luz), com perdas acima de 1%.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o francês CAC-40 desvalorizou 0,83%, em Amesterdão, o AEX perdeu 0,96%, o espanhol IBEX 35 caiu 0,92% e o alemão Dax cedeu 0,61%. Já o italiano FTSEMIB recuou 0,24% e, em Lisboa, o PSI desvalorizou 1,48%.

O mau desempenho das "utilities" acontece depois de a primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, ter indicado que um " windfall tax", um imposto sobre lucros extraordinários, pode vir a ser adotado no país.

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