Fecho dos mercados: Emprego nos EUA pressiona euro e impulsiona bolsas e juros da dívida
A última sessão da semana foi marcada pela divulgação do relatório do mercado de trabalho nos Estados Unidos, que veio reforçar o cenário de subida de juros na maior economia do mundo e por isso pressionou o euro e as obrigações soberanas.
Os mercados em números
PSI-20 desceu 0,39% para 4.702,97 pontos
Stoxx 600 caiu 0,05% para 365,45 pontos
S&P 500 ganha 0,35% para 2.277,05 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal 2 pontos base para 4,051%
Euro desce 0,52% para 1,0552 dólares
Petróleo sobe 0,65% para 57,26 dólares por barril, em Londres
Wall Street perto de recordes
As bolsas europeias fecharam em alta ligeira, a recuperarem das perdas da manhã, e os índices norte-americanos estão de novo perto de recordes, em reacção aos dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, que mostram uma economia robusta e pressões inflacionistas. Nas praças europeias a maioria dos índices ganhou menos de 0,5% e em Wall Street o Dow Jones está a cerca de 50 pontos de quebrar a marca histórica dos 20 mil pontos.
Lisboa não conseguiu acompanhar esta tendência, com PSI-20 a ceder 0,39%, na segunda sessão consecutiva de perdas. O índice português foi pressionado sobretudo pelo BCP, grupo EDP e Nos. O BCP desvalorizou 1,20% para 1,0552 euros, a EDP deslizou 1,96% para 2,804 euros e a EDP Renováveis perdeu 1,23% para 5,926 euros.
Euro corrige de dois dias de ganhos
A moeda europeia perdeu terreno depois dos dados revelados pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos terem revelado que o emprego na maior economia do mundo continua forte, abrindo espaço para mais subidas de juros nos Estados Unidos. No mês de Dezembro foram criados 156 mil empregos, um número que até saiu abaixo do esperado (175 mil empregos) mas os salários dispararam 2,9%, no aumento mais acentuado desde 2009.
Depois da recuperação das últimas duas sessões, o euro segue a descer 0,52% para 1,0552 dólares. Com a economia a crescer de forma saudável e com o crescimento dos salários a pressionar a inflação, os economistas adiantam que a Fed poderá ser forçada a subir os juros de forma mais rápida.
Juros de Portugal atingem novo máximo de 11 meses
O relatório do emprego divulgado antes da abertura de Wall Street também teve impacto no mercado de dívida, devido ao cenário de subida de juros nos EUA ter ganho força. A "yield" das obrigações norte-americanas a 10 anos sobe 4 pontos base para 2,4% e no mercado europeu a tendência também é de alta nos juros.
Os juros da dívida portuguesa em mercado secundário mantêm-se acima dos 4% na maturidade a dez anos pela segunda sessão consecutiva, tendo chegado a transaccionar nos 4,08%, um novo máximo intradiário desde Fevereiro de 2016. No fecho a yield situava-se nos 4,05%.
Alta do dólar pressiona matérias-primas
Os dados do mercado de trabalho nos EUA também tiveram impacto nas matérias-primas, já que a recuperação do dólar pressionou em baixa a cotação das matérias-primas. O ouro recuou do máximo de um mês atingido na véspera, com a onça do metal precioso a descer 0,62% para 1.172,75 dólares. O cobre desce 0,6%.
Novos mínimos nas taxas Euribor
As taxas Euribor desceram hoje a seis, nove e a doze meses e mantiveram-se inalteradas a três meses, face a quinta-feira.
A taxa a três meses ficou inalterada nos -0,321%, o actual mínimo de sempre, enquanto na maturidade a seis meses a queda foi de 0,3 pontos base para -0,229%, registando também um novo mínimo.
No prazo de nove meses, a Euribor caiu para -0,146%, situando-se num novo mínimo histórico de sempre e a 12 meses recuou para -0,087%, atingindo também um mínimo de sempre.
Mais lidas