Europa renova máximos históricos devido a resultados. Petróleo afunda 3% e juros da Alemanha caem abaixo de -0,5%
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
- Investidores atentos à época de resultados e de olho nos dados estatísticos
- Ouro valoriza com investidores atentos à variante delta
- Euro em alta e dólar em queda ligeira
- Petróleo a caminho da terceira sessão de quedas com variante delta no radar
- Juros de Portugal nos 0,12%
- Europa em novo recorde, animada por otimismo das contas do semestre
- Wall Street em queda com resultados e dados do emprego a desapontarem
- Ouro estabiliza mas platina recua
- Juros da Alemanha abaixo de -0,5% pela primeira vez desde fevereiro
- Euro cede face ao dólar com Fed e dados económicos a pressionar
- Aumento dos stocks e variante delta pressionam petróleo
- Europa renova máximos históricos com resultados das empresas a darem força
Os futuros da Europa apontam para uma abertura em alta esta quarta-feira, no dia a seguir à Europa registar um novo recorde, numa sessão que foi animada pelos resultados semestrais das empresas da banca e energia.
A meio da semana - e também da época de divulgação de resultados - as contas que são reveladas pelas várias cotadas têm superado as expectativas, gerando um sentimento otimista nos mercados. Esta quarta-feira são conhecidos os resultados da Siemens Energy, Commerzbank ou da Hugo Boss, por exemplo.
Além das contas, os investidores vão também estar atentos aos dados estatísticos divulgados hoje. O Eurostat apresenta hoje as vendas a retalho no mês de junho na Zona Euro.
Nas bolsas asiáticas, a sessão foi marcada pela subida dos principais índices, com exceção dos índices do Japão, onde o Topix ceceu 0,5%. Em Hong Kong, a subida foi de 1,1%, num dia marcado pela recuperação das ações da Tencent, que fecharam a subir mais de 3%, após a queda na sessão de terça-feira, depois de a agência noticiosa estatal da China comparar os jogos online a ópio.
O ouro está a valorizar 0,16% nesta sessão, com a onça a negociar nos 1.813,40 dólares.
Na sessão de hoje, o ouro está a avançar de forma estável, num momento em que os investidores estão atentos à variante delta, que está a fazer subir os casos um pouco por todo o mundo, a tentar perceber de que forma é que esta variante poderá pesar na recuperação económica global. Além disso, os investidores aguardam também a divulgação de dados sobre o emprego nos Estados Unidos, que serão divulgados esta semana.
Esta semana, este metal precioso, visto como um ativo-refúgio em tempos de incerteza, regista duas sessões a fechar no vermelho, mas ainda assim acima da barreira psicológica dos 1.800 dólares a onça.
O euro está a avançar 0,08% esta manhã, para os 1,1874 dólares. Ainda nas divisas europeias, a libra esterlina está a ganhar terreno face ao dólar, a avançar 0,21% para 1,3945 dólares.
Do outro lado do Atlântico, o dólar cede 0,07%, conforme aponta o indicador que mede o desempenho desta moeda contra um cabaz composto por divisas rivais.
O petróleo está a perder terreno pela terceira sessão consecutiva, numa altura em que a China vê regista um aumento de casos de covid-19 devido à variante delta.
Com esta variante no cenário, os investidores pesam se o aumento de casos poderá ter reflexo na procura por petróleo, especialmente num mercado com a dimensão da China.
Por esta altura, o crude, negociado em Nova Iorque, cede 0,44% para 70,25 dólares. Já o brent, que serve de referência a Portugal, recua 0,19% para 72,27 dólares.
"A propagação da variante delta está a pesar nos presos e todos os olhos estão agora na situação na China, que é o epicentro global da procura", diz Kim Kwangrae, analista senior da Samsung Futures. "O petróleo continuará pressionado pelo menos até termos mais clareza sobre a propagação do vírus", antecipa, em declarações à Bloomberg.
Os juros da dívida de Portugal com maturidade a dez anos estão a recuar 0,6 pontos base (p.b) esta manhã, num mínimo de 0,122%.
A tendência de alívio nos juros da dívida é sentida em vários países. Os juros da dívida da Alemanha, a referência da Zona Euro, a dez anos, descem 0,2 p.b para -0,661%.
A yield de Itália, com a mesma maturidade, recua 1,1 p.b para 0,553%. Já os juros da dívida de Espanha a dez anos descem 0,9 p.b para os 0,221%.
O otimismo trazido pela época de contas semestrais está a animar as praças europeias, levando o velho continente a um novo recorde.
Por esta altura, o Stoxx 600, que agrupa as 600 maiores cotadas da Europa, está a valorizar 0,55%, para 467,92 pontos. Nas duas sessões desta semana este índice tem fechado em alta, com a Europa a escalar novos recordes.
Praticamente todos os setores estão no verde, com exceção das utilities, que cedem 0,04%. Os setores automóvel, turismo e lazer e a tecnologia registam as maiores subidas na sessão, todos com ganhos superiores a 1%.
Nas praças europeias, o dia está a ser positivo, com exceção do PSI-20, que cede agora 0,08%, invertendo a tendência positiva na abertura. O alemão DAX é o índice que mais sobe (0,76%), seguido pelo inglês FTSE 100 (avança 0,45%). O espanhol IBEX 35 ganha 0,31% e o francês CAC 40 avança 0,37%.
Os três maiores índices de Wall Street abriram a sessão desta quarta-feira em queda, num dia em que os resultados das empresas continuam a centrar atenções, mas também em que os dados do emprego privado foram abaixo do esperado.
Por esta altura, o S&P 500 cai 0,34% para os 4.407,99 pontos e o Dow Jones perde 0,53% para os 34.923,03 pontos. O tecnológico Nasdaq Composite mantém-se para já na "linha de água" nos 14.751,92 pontos.
As ações da General Motors caem cerca de 3% na abertura de em Wall Street, depois de a fabricante automóvel ter anunciado resultados abaixo do previsto no segundo trimestre.
Os empregos no setor privado, medidos pela consultora ADP, aumentaram em 330 mil novos postos de trabalho, muito abaixo da estimativa de 653 mil. O relatório é divulgado dois dias antes de serem conhecidos os números do emprego oficiais pelo departamento do Trabalho norte-americano relativos a julho.
A Reserva Federal dos EUA está a acompanhar de perto a evolução do mercado de trabalho, depois de o presidente Jerome Powell ter dito que estes desenvolvimentos podem ser cruciais para o banco central calibrar medidas de política monetária.
O preço do ouro seguia quase inalterado esta quarta-feira, mantendo-se no patamar dos 1.800 dólares por onça. Os contratos à vista (spot) do metal amarelo subiam 0,02%, para 1.810,89 dólares por onça.
Já a prata recua 1,37%, para 25,45 dólares por onça.
Mais pressionada está a platina, depois de a Hyundai ter investido numa start-up norte-americana que está a desenvolver um catalisador para baterias a hidrogénio que utiliza menos platina, reduzindo o custo das baterias em até 20%.
A platina cede 2,02%, cotando nos 1.030,33 dólares por onça.
Os juros da dívida soberana dos países da Zona Euro terminaram o dia a negociar de forma díspar nesta quarta-feira, com a procura por ativos considerados mais seguros a beneficiar a dívida da Alemanha, em detrimento dos países do sul da Europa.
Daí que a "yield" da Alemanha a dez anos tenha negociado abaixo de -0,5% pela primeira vez desde 2 de fevereiro deste ano, ou seja, num mínimo de meio ano. Os juros germânicos caíram 0,1 pontos base para os -0,485%.
No resto da Europa assiste-se a uma subida dos juros, com a taxa de referência para Portugal a subir 1,2 pontos base para os 0,140%, num dia em que a de Itália avançou 0,3 pontos base para os 0,567%.
O euro chegou a tocar os 1,1899 dólares esta quarta-feira, impulsionado pelos dados de criação de emprego no setor privado dos EUA terem ficado aquém do esperado.
No entanto, uma forte leitura do índice ISM dos serviços em julho, que atingiu os 64,1 pontos contra os 60,4 pontos esperados, e declarações do vice-presidente da Fed, Richard Clarida, apontando para que haja condições para subir as taxas de juro no final de 2022, levaram a um "sell-off" de dívida e impulsionou a "nota verde" para recuperar terreno. O euro recua agora 0,24%, para os 1,1835 dólares. A moeda única europeia recua igualmente perante a divisa britânica, com uma queda de 0,15%, valendo 0,8514 libras esterlinas.
O euro recua agora 0,24%, para os 1,1835 dólares. A moeda única europeia recua igualmente perante a divisa britânica, com uma queda de 0,15%, valendo 0,8514 libras esterlinas.
Os preços do "ouro negro" seguem em baixa, em torno dos valores mais baixos desde 20 de julho, continuando a ser penalizados pelos receios em torno da disseminação da variante delta da covid-19 e também pelo aumento das reservas norte-americanas de crude.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em setembro cede 3,02% para 68,43 dólares por barril.
Já o contrato de setembro do Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 2,35% para 70,71 dólares.
A penalizar a matéria-prima continuam os receios perante o crescente número de casos da variante delta do coronavírus.
Além disso, os inventários norte-americanos de crude aumentaram na semana passada, quando se esperava uma redução, o que está a agravar o pessimismo dos investidores.
As reservas aumentaram em 3,6 milhões de barris, quando os analistas apontavam para uma queda de 3,1 milhões.
De manhã, os preços estavam a atenuar as perdas de ontem, mas Ricardo Evangelista, analista sénior da ActivTrades, na sua análise diária, sublinhava que "sem nenhum desenvolvimento macroeconómico significativo, esta recuperação do mercado é mais uma correção técnica do que uma ação de preço direcional significativa". E foi isso que sucedeu, pois a cotação rapidamente inverteu, sobretudo ao serem conhecidos os dados dos stocks de crude nos EUA.
Os resultados das empresas continuam a ser apludidos pelos investidores em ações europeias, que hoje voltaram a renovar máximos históricos. Esta foi a terceira sessão consecutiva que o Stoxx 600 valorizou, naquele que foi o maior ciclo de ganhos em mais de dois meses.
O índice que reúne as 600 maiores cotadas da Europa subiu 0,6%, com os setores de tecnologia e da indústria a registarem os maiores ganhos do dia.
A Infineon Technologies escalou depois de alguns analistas terem dito que os fundamentais da empresa continuavam resiliente nesta fabricante de "chips", apesar da crise mundial destas componentes. A Novo Nordisk A/S subiu para um recorde histórico depois de aumentar a previsão das vendas, novamente, para este ano. As ações europeias têm conseguido registar fortes ganhos nas últimas semanas, apesar de a propagação da variante Delta, da covid-19, assustar alguns países da região. Hoje, o aliviar de tom com que a China se dirigiu às suas empresas de videojogos impulsionou o sentimento nas bolsas do "velho continente". De acordo com a Bernstein, os resultados das empresas europeias superaram as expectativas do mercado em cerca de 10%.
As ações europeias têm conseguido registar fortes ganhos nas últimas semanas, apesar de a propagação da variante Delta, da covid-19, assustar alguns países da região. Hoje, o aliviar de tom com que a China se dirigiu às suas empresas de videojogos impulsionou o sentimento nas bolsas do "velho continente".
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