Apesar de adiamento no México, tarifas atiram Europa para o vermelho
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta segunda-feira.
- Futuros da Europa caem mais de 2% na primeira reação a tarifas. Ásia no vermelho
- Petróleo ganha com receios de impacto das tarifas dos EUA nos preços
- Ouro penalizado por dólar mais forte. Dólar canadiano, peso mexicano e euro penalizados por tarifas
- Juros aliviam na Zona Euro
- Tarifas geram "sell-off" nos mercados. Setor automóvel perde mais de 3%
- Euribor a três e a seis meses cai para novos mínimos
- Guerra comercial gera fortes perdas em Wall Street
- Subida do ouro abranda após bater novo recorde
- Crude trava ganhos com adiamento de tarifas sobre produtos do México
- Adiamento de tarifas sobre México pressiona ligeiramente o dólar e impulsiona peso
- Investidores correm para obrigações como refúgio das tarifas. Juros soberanos caem
- Apesar de adiamento no México, tarifas atiram Europa para o vermelho
Os principais índices europeus estão a apontar para fortes perdas no início da sessão desta segunda-feira, com os futuros sobre o Euro Stoxx 50 a perderem mais 2,32%, na primeira reação das bolsas europeias às tarifas sobre as importações dos Estados Unidos do Canadá, México e China, que entram em vigor a partir de 4 de fevereiro.
Ainda a pressionar estiveram declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que garantiu que o aumento das taxas alfandegárias sobre as importações da União Europeia vão "definitivamente acontecer".
Na Ásia, a maioria dos índices continua sem negociar devido às celebrações do novo ano chinês. O Hang Seng, em Hong Kong, regressou hoje e recua 0,33%, pressionado por tarifas de 10% que serão aplicadas aos bens importados da China e receios de uma guerra comercial, juntamente com uma forte penalização do crescimento económico global.
O efeito de contágio foi mais sentido noutras bolsas da região. Em Taiwan, o Taiex chegou a cair mais de 4%, enquanto no Japão o Nikkei perde 2,66% e o Topix desvaloriza 2,45%.
Os preços do petróleo estão a negociar em alta esta segunda-feira, com o mercado a reagir à imposição de tarifas sobre o Canadá, México e China, levantando questões sobre possíveis disrupções por parte de dois dos maiores fornecedores de crude aos EUA. Apesar de os produtos energéticos canadianos terem um imposto mais reduzido, de 10%, o petróleo mexicano terá uma taxa de 25%.
O West Texas Intermediate (WTI), de referência para os EUA, sobe 2,55% para 74,16 dólares, enquanto o Brent do Mar do Norte, o "benchmark" europeu, ganha 1,27% para 76,63 dólares.
"A posição mais suave relativamente às importações de energia canadianas provavelmente tem origem na prudência", disse Amarpreet Singh, analista do Barclays, numa nota vista pela Reuters.
"As tarifas sobre as importações de energia do Canadá seriam provavelmente mais disruptivas para os mercados energéticos nacionais do que as que incidem sobre as importações mexicanas e poderiam mesmo ser contraproducentes para um dos principais objetivos do Presidente - a redução dos custos da energia", acrescentou.
O ouro está a recuar ligeiramente esta segunda-feira, após ter sido fortemente penalizado na sessão asiática por um dólar mais forte face a um cenário de uma guerra comercial, após a imposição de tarifas dos Estados Unidos ao Canadá, México e China.
O ouro cede 0,12% para 2.795,16 dólares por onça.
Por um lado, a procura por ativos refúgio poderia estar a dar um impulso ao metal amarelo, mas um dólar mais forte e expectativas de menos cortes de juros pela Reserva Federal acabaram por penalizar o ouro.
No mercado cambial, o dólar atingiu um recorde contra o yuan "offshore", tocou máximos de 2003 contra o dólar canadiano e o valor mais elevado desde 2002 contra o peso mexicano. O índice do dólar segue a valorizar 1,03% para 109,489 dólares.
Também o euro perde 1,13% para 1,0245 dólares, após ter chegado a tocar mínimos de novembro de 2022, depois de o Presidente dos Estados Unidos ter garantido que o aumento das taxas alfandegárias sobre as importações da União Europeia vão "definitivamente acontecer".
Andreia
Tenho 34 anos e queria aproveitar os incentivos aos jovens (impostos e garantia pública) para comprar casa. Estas medidas caem com as eleições? Até quando posso usufruir?
Não, estas medidas continuam em vigor, mesmo com eleições marcadas. A legislação aprovada determina que os benefícios de apoio para a compra da primeira casa por parte dos jovens estão em vigor até 2026. Poderá beneficiar das medidas até ao final do próximo ano, desde que tenha até 35 anos e cumpra os restantes requisitos, nomeadamente nunca ter tido uma casa (ou parte de um imóvel). A partir do momento em que completar os 36 anos deixa de poder beneficiar destas medidas. De realçar que a idade é considerada para o momento da escritura e não do pedido de financiamento.
Só é possível mudar a titularidade dos certificados de Aforro, por morte, caso em que são os herdeiros (grupo em que estão incluídos por lei os seus filhos) que passam a deter o direito de serem os novos donos deste produto de poupança do Estado.
André Batistass
Tenho um contrato de arrendamento anual pelo que todos os anos tenho feito um novo contrato. Nesta situação, o senhorio pode aumentar-me a renda como quiser ou tem de seguir o tecto máximo estabelecido?
Perante a celebração de um novo contrato de arrendamento, o critério de atualização da renda pode ser estabelecido por acordo entre o senhorio e o inquilino. Não havendo um acordo por escrito, o senhorio pode fazer um aumento até ao valor limite estipulado pelo coeficiente de atualização, que é definido anualmente pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Em 2025, este coeficiente corresponde a 2,16%.
Os principais índices em Wall Street estão a desvalorizar esta segunda-feira, na primeira reação do mercado acionista norte-americano às tarifas dos Estados Unidos sobre importações do Canadá, México e China que entram amanhã em vigor. O mercado segue assim a avaliar o impacto de uma guerra comercial.
O industrial Dow Jones recua 1,23%, para os 43.997,62 pontos, enquanto o S&P 500 perde 1,57%, para os 5.945,74 pontos. O tecnológico Nasdaq Composite cai 1,97%, para os 19.244,48 pontos.
O decreto presidencial de Trump determinou no sábado a imposição de tarifas de 10% à China, de 25% ao México e de 25% ao Canadá, exceto no petróleo canadiano, que terá uma tarifa de 10%. Os países já retaliaram.
O início desta guerra comercial surge numa semana em que os investidores estão particularmente atentos aos resultados das empresas norte-americanas, com 120 cotadas do S&P 500 a apresentarem resultados esta semana, incluindo a Alphabet, Amazon e Palantir.
Entre as empresas mais penalizadas estão as fabricantes automóveis como a General Motors e a Ford que perdem mais de 2%, uma vez que fabricam uma percentagem significativa dos seus veículos fora dos Estados Unidos, mas no continente americano. Mas as importações chegam a outros setores como a marca de cerveja favorita dos norte-americanos, a dona da cerveja Modelo, a Constellation Brands perde mais de 5%.
"A incerteza nesta fase é tremenda - não só quanto ao desenrolar destas eventuais negociações, mas também quanto à preocupação de que isto seja apenas a ponta do icebergue e que haja mais tarifas no horizonte", afirmou à Reuters Yung-Yu Ma, diretor de investimentos da BMO Wealth Management.
Depois de sexta-feira ter ultrapassado a barreira dos 2.800 dólares, o ouro atingiu um novo máximo esta segunda-feira, já que a oficialização das novas tarifas de Trump fizeram com que os investidores corressem para os ativos-refúgio, como o ouro ou o iene.
Entretanto, os ganhos do metal amarelo abrandaram para 0,56% para 2.816,51 dólares por onça, com o anúncio do adiamento das tarifas sobre o México por um mês.
Assim, a nova guerra comercial, a arrancar amanhã, terá como primeiras "vítimas" o Canadá, a que os EUA vão impor tarifas de 25% sobre produtos importados, e a China, "castigada" com uma tarifa de 10%. A União Europeia não deverá escapar à guerra, e os outros países já iniciaram uma onda de retaliações.
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Os juros da dívida soberana das principais economias europeias registraram um forte desagravamento esta segunda-feira, com os investidores a acorrerem às obrigações como ativo de refúgio perante a incerteza causada pela guerra comercial iniciada pela administração Trump.
As yields das obrigações de França a 10 anos registaram a maior queda, descendo 9,5 pontos base para 3,107%, enquanto as congéneres alemãs, de referência para o continente, caíram 7,6 pontos base para 2,380%.
Em Itália e Espanha, a queda foi de 5,1 pontos base para 3,500% e de 6,5 pontos base para 3,000%, respetivamente. Já as yields das obrigações do Tesouro nacionais caíram 5,6 pontos base para 2,803%.
Fora da Zona Euro, as yields das Gilts britânicas a 10 anos recuaram 5,1 pontos base para 2,803%.
As principais bolsas europeias terminaram a primeira sessão após a imposição de tarifas dos EUA em terreno negativo, ainda que tenham recuperado parte das perdas depois de a presidente do México ter afirmado que o acordo com os EUA terá sido adiado por um mês.
Durante o fim de semana, Donald Trump oficializou uma das suas medidas prometidas durante a campanha e impôs tarifas alfandegárias de 25% sobre produtos importados do México e do Canadá e 10% sobre mercadorias chinesas.
Mas, esta tarde, o México anunciou que chegou a acordo com os EUA para adiar a guerra comercial até março, o que proporcionou algum alívio aos investidores e às principais praças europeias.
Ainda assim, a União Europeia ainda não está fora do radar de Trump e continua à espera de saber qual a taxa imposta aos países do bloco. De acordo com as estimativas do Citigroup, tarifas de 10% sobre produtos europeus iriam reduzir entre 1% e 2% os lucros por ação.
O índice de referência europeu, o Stoxx 600, perdeu 0,87% para 534,85 pontos, com 17 dos 20 setores que compõem o índice em queda. A registar a maior descida esteve o setor automóvel, mais vulnerável a tarifas (-2,19%), juntamente com o setor tecnológico (-2,32%), o da banca (-1,69%) e o da construção (-1,64%).
Entre os principais movimentos de mercado, a Stellantis perdeu 4,5%, a Mercedes-Benz 2,9% e a Volkswagen 4,1%. Também a Porsche, que se prepara para destituir o CFO, recua 3,5%.
Já o setor da defesa foi dos únicos a manter-se à tona, já que a União Europeia terá encomendado material avaliado em mais de 100 mil milhões de euros para investir no setor.
Os bancos espanhóis com exposição ao mercado mexicano, como o BBVA e o Santander, que caíram 2,76% e 2,47%, conseguiram reduzir algumas perdas depois do anúncio do adiamento.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX cedeu 1,4%, o francês CAC-40 desvalorizou 1,2%, o italiano FTSE MIB recuou 0,69%, o britânico FTSE 100 perdeu 1,04% e o espanhol IBEX 35 caiu 1,32%. Em Amesterdão, o AEX regisou um decréscimo de 0,62%.
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