Emprego nos EUA e "yields" mais altas pintam Europa de vermelho
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta sexta-feira.
- Futuros da Europa em queda ligeira. Ásia cautelosa à espera de dados do emprego nos EUA
- Petróleo a caminho da terceira semana de ganhos. É a maior série desde julho
- Incerteza em torno de Trump coloca ouro a caminho da melhor semana desde novembro
- Dólar inalterado à espera de dados do emprego nos EUA. Libra reduz perdas
- Juros agravam-se na Zona Euro. Gilts britânicas centram atenções
- Europa em queda com juros da dívida a pressionar. Emprego nos EUA em destaque
- Wall Street regressa no vermelho após dados do emprego
- Mercado preocupado com sanções à Rússia. Crude salta 4% e atinge máxmos de outubro
- Ouro resiste a dados do emprego e sobe mais de 1%
- Libra atinge mínimos de 14 meses face ao dólar
- Juros da dívida voltam a agravar na Zona Euro e "Gilts" não escapam
- Emprego nos EUA e "yields" mais altas pintam Europa de vermelho
Os principais índices europeus estão a apontar para uma descida ligeira na abertura, dando continuidade às perdas registadas na sessão asiática. Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 cedem 0,08%.
Isto num dia em que todos os olhos estão postos nos dados da criação de emprego e da taxa de desemprego nos Estados Unidos, referentes ao último mês do ano.
Também do lado de lá do Atlântico, Wall Street vai voltar a negociar, depois de ter estado encerrada em homenagem a Jimmy Carter, o histórico 39.º presidente dos EUA que morreu no final do mês passado aos 100 anos.
Na Ásia, o MSCI Asia-Pacific – que é composto por cinco mercados desenvolvidos e oito emergentes - caminha para a terceira sessão consecutiva de perdas, com os investidores mais cautelosos antes dos números do emprego nos EUA.
Na China, em Hong Kong, o Hang Seng perde 0,9%, enquanto o Shanghai Composite recua 1,33%. No Japão, o Topix cai 0,8% e o Nikkei desvaloriza 1,05%. Na Coreia do Sul, o Kospi cede 0,24%.
Os preços do petróleo estão a valorizar e a caminho da terceira semana consecutiva de ganhos - a maior série desde julho, com os sinais de maior aperto no mercado, que incluem uma redução dos "stocks" de crude nos Estados Unidos a sobreporem-se a preocupações com a procura por parte do maior importador do mundo, a China.
A esta hora, o contrato de fevereiro do West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – avança 0,92% para os 74,6 dólares por barril. Já o contrato de março do Brent – de referência para o continente europeu – soma 0,92% para os 77,63 dólares.
Os analistas do JPMorgan, numa nota vista pela Bloomberg, atribuem os ganhos à crescente preocupação com interrupções no fornecimento devido ao endurecimento das sanções por parte dos países ocidentais, "stocks" de petróleo mais reduzidos, temperaturas mais frias do que a média nesta altura do ano em muitas partes dos Estados Unidos e da Europa e maior otimismo em relação às medidas de estímulo anunciadas por Pequim.
A incerteza em torno do que fará o Presidente-eleito dos Estados Unidos Donald Trump quando tomar posse a 20 de janeiro tem gerado maior procura por ouro, um metal que é considerado justamente um ativo-refúgio em tempos de incerteza.
O ouro segue assim a valorizar 0,32% para 2.675,67 dólares por onça e a caminho de uma semana de ganhos, com uma subida acima de 1% - a maior desde novembro.
Os investidores vão ainda atentar nos números da criação do emprego nos Estados Unidos, um dos mais importantes indicadores neste início de ano para providenciar maior clareza aos investidores sobre o rumo futuro da política monetária da Reserva Federal.
"Esperamos que o ouro caia um pouco caso de os números do relatório da criação de emprego sejam mais elevados que o esperado", disse à Reuters Jigar Trivedi, analista da Reliance Securities.
"O ouro valorizou depois que um relatório do emprego no setor privado abaixo do esperado em dezembro ter reforçado a ideia de que a Fed pode ter de adotar uma abordagem menos cautelosa aos cortes das taxas diretoras", acrescentou.
O dólar está a negociar praticamente inalterado, com os investidores a aguardarem os dados da criação de emprego nos Estados Unidos de dezembro para firmarem uma posição relativamente ao futuro da política monetária da Reserva Federal.
O índice do dólar da Bloomberg - que compara a força da "nota verde" contra outras divisas rivais - cede 0,03% para 109,151 dólares, enquanto o euro soma 0,02% para 1,0302 dólares.
Em destaque está ainda a libra que segue a desvalorizar, embora agora de forma muito ligeira, face ao dólar, depois de ontem ter atingido mínimos de novembro de 2023. A moeda britânica desliza 0,02% para 1,2305 dólares.
Os juros da dívida britânica a dez anos atingiram na quarta-feira máximos de agosto de 2008, enquanto a "yield" a 30 anos chegou ao valor mais elevado em 26 anos. O movimento no mercado de obrigações está a ser relacionado pelos analistas como uma crise de confiança nas perspetivas orçamentais do governo, apesar de não existir um catalisador óbvio para o movimento.
"Continua a haver uma clara preocupação quanto à probabilidade de toda a margem de manobra orçamental da ministra das Finanças ter sido consumida pelo 'sell-off' de títulos de dívida e pela natureza anémica do crescimento económico do Reino Unido", explicou à Reuters Michael Brown, estratega da Pepperstone.
Tipicamente, o aumento da rendibilidade da dívida soberana é um fator positivo para a moeda do país. O facto de tal não estar a acontecer poderá sinalizar que os investidores perderam confiança na habilidade do governo para manter a dívida nacional e a inflação contidas.
As "yields" das principais obrigações soberanas europeias estão a agravar-se esta sexta-feira, com os olhos postos no Reino Unido, cujos juros das obrigações soberanas continuam em máximos de vários anos em diversas maturidades.
Os juros da dívida britânica a dez anos atingiram na quarta-feira máximos de agosto de 2008, enquanto a "yield" a 30 anos chegou ao valor mais elevado em 26 anos. O movimento no mercado de obrigações está a ser relacionado pelos analistas como uma crise de confiança nas perspetivas orçamentais do governo, apesar de não existir um catalisador óbvio para o movimento.
Os juros da dívida soberana britânica a 10 anos seguem hoje a subir 3,7 pontos base para 4,845%, em máximos de 2008 e aproximam-se da fasquia dos 5%.
Na Zona Euro, os juros das Bunds a 10 anos, de referência para a Zona Euro, agravam-se 2,1 pontos base para 2,584% - no valor mais elevado desde meados de julho.
As "yields" equivalentes de França agravam-se 1,5 pontos base para 3,409%, enquanto a rendibilidade das dívidas espanhola e italiana avança 2,2 e 2,4 pontos base para 3,245% e 3,734%.
A nível nacional, as yields da dívida portuguesa a dez anos sobem 2,2 pontos para 3,013%, depois de a República ter angariado ontem quatro mil milhões de euros em dívida a dez anos.
Depois de se terem aguentado à tona na quinta-feira, com o agravamento dos juros da dívida pela Europa a pressionarem as ações, os principais índices europeus estão hoje a negociar em terreno negativo. As atenções estão centradas num relatório do emprego nos Estados Unidos que deverá ajudar a definir as perspetivas da política monetária da Reserva Federal.
A pressionar estão ainda os juros das Bunds alemãs a 10 anos, de referência para a Europa, que seguem em máximos de seis meses. A subida dos custos de financiamento tende a influenciar setores com maiores necessidades de capital.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, recua 0,13% para 515,17 pontos, com o setor das "utilities" (água, luz, gás) e do retalho a registarem as maiores perdas perto de 1%. Pela positiva está o setor das telecomunicações, depois de o UBS ter atualizado a recomendação para as ações da Deutsche Telekom para "comprar".
O índice britânico, o FTSE 250, mais focado em empresas domésticas, segue a desvalorizar 0,3% e caminha para a maior queda semanal desde agosto de 2023, com as preocupações com o défice orçamental e uma inflação mais elevada a pressionarem os mercados do país esta semana.
Entre os restantes movimentos de mercado, a Ubisoft perde 6,73%, depois de a empresa ter anunciado outro atraso no lançamento de um novo jogo da "franchise" Assasin's Creed. Já a E.ON desce 1,67%, depois de o Bank of America ter revisto a recomendação para as ações da multincional elétrica em baixa.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cede 0,01%, o britânico FTSE 100 perde 0,17% e o espanhol IBEX 35 cai 1%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,21%.
Em sentido contrário, o francês CAC-40 soma 0,04% e o italiano FTSEMIB avança 0,12%.
As bolsas norte-americanas arrancaram a sessão deste final de semana em baixa, depois de ontem terem estado encerradas em homenagem ao ex-presidente dos EUA Jimmy Carter, que morreu no final do mês passado.
Os investidores estão a reagir ao relatório de emprego de dezembro, divulgado ao início da tarde. Do outro lado do Atlântico foram criados 256 mil empregos no último mês de 2024, acima das expetativas do mercado que apontavam para 160 mil.
Também a taxa de desemprego recuou ligeiramente para 4,1% no mesmo mês. Estes dados espelham um mercado de trabalho mais sólido do que era esperado pelos analistas, o que reforça a abordagem cautelosa Reserva Federal para cortar juros este ano. O mercado antecipa que o primeiro corte do ano chegue depois de junho.
"O mercado pode esquecer a narrativa de um cenário de enfraquecimento do mercado de trabalho durante algum tempo", considerou a analista Lindsay Rosner do Goldman Sachs, citada pela Bloomberg.
E um adiamento da flexibilização monetária pressiona as ações norte-americanas. Assim, o S&P 500 perde 0,64% para 5.870,87 pontos e o Nasdaq Composite cai 1,06% para 19.272,50 pontos. Já o industrial Dow Jones perde 0,75% para 42.317,40 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado, a Meta Platforms e a Tesla sobem 0,76%. A empresa de Elon Musk está a beneficiar da mais recente renovação do seu modelo mais vendido, o Y.
Já a Nvidia perde mais de 3% depois de ter criticado as restrições à exportação de semicondutores que devem ser anunciadas em breve, afirmando que a Casa Branca está a tentar interferir na nova administração de Donald Trump, impondo regras de última hora.
A Delta Airlines e a Walgreens Boots Alliance deram início ao arranque de resultados do último trimestre de 2024. As ações da primeira saltam mais de 9%, já que as receitas ficaram acima das expetativas de Wall Street. O mesmo sucedeu com a Walgreens Boots Alliance que sobe perto de 20%.
O "ouro negro" está a negociar em alta e está a beneficiar da notícia avançada pela Reuters de que os EUA vão impor mais sanções à Rússia, o que poderá interromper o fornecimento da matéria-prima.
A esta hora, o contrato de fevereiro doWest Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – avança 4,3% para os 77,1 dólares por barril. Já o contrato de março do Brent – de referência para o continente europeu – soma 4% para os 80 dólares. Os dois índices não registavam preços tão altos desde meados de outubro.
Alegadamente, serão as sanções mais severas à indústria petrolífera russa até hoje abrangendo 180 embarcações, dezenas de comerciantes, duas grandes empresas petrolíferas e alguns dos principais executivos do setor petrolífero russo.
"Este seria o presente de despedida da administração de Joe Biden", disse à Reuters o analista Tamas Varga, da PVM, que explicou que as sanções, bem como as expectativas do mercado de cortes nos "stocks" de combustível devido a um inverno mais frio estão a impulsionar os preços.
O crude resiste também à força do dólar norte-americano que sobe há seis semanas consecutivas e torna o petróleo mais caro fora dos Estados Unidos.
Os preços do ouro estão a ganhar mais de 1% com a incerteza associada às políticas do novo governo de Donald Trump a aumentar a procura pelo ativo-refúgio, ainda que os dados do emprego de dezembro mostrem um mercado de trabalho mais robusto.
Em dezembro, foram criados 256 mil empregos, - bem acima das expetativas dos economistas -, e a taxa de desemprego recuou para 4,1%, em comparação com uma previsão de 4,2%.
O relatório divulgado esta manhã reforça as expetativas dos investidores de que a Reserva Federal vai cortar as taxas de juro apenas em junho e não tão agressivamente como fez no ano passado - um cenário que pressiona os preços do ouro, já que não remunera os investidores e dá força ao dólar.
A esta hora, o metal amarelo sobe 1,1% para 2.696,69 dólares por barril e segue a caminho de ganhar 1% no acumulado da semana.
Os investidores aguardam agora por mais informações sobre as políticas adotadas por Donald Trump nos próximos meses que possam dar força ao ouro, enquanto o metal tenta resistir à subida do dólar.
O dólar norte-americano está a ganhar terreno face às principais divisas depois de o relatório de emprego de dezembro dos EUA reforçar a expetativa dos investidores de que a Reserva Federal apenas irá cortar as taxas de juro em junho, cenário que dá força à nota verde, que está prestes a registar a quinta semana de ganhos em seis.
O euro cai pela segunda semana consecutiva face ao dólar e atingiu mínimos de novembro de 2022. A moeda única cede 0,62% para 1,0238 dólares, enquanto a moeda dos EUA perde 0,32% para 157,64 ienes.
Já a libra cede 0,83% para 1,2206 dólares, depois de ainda hoje ter tocado mínimos de 14 meses nos 1,2194 dólares. A moeda britânica está a caminho de perder 1,5% no acumulado da semana.
Os ativos britânicos estão sobre pressão devido à subida das "Gilts" pelo quinto dia consecutivo, com a libra a ceder pelo quarto dia seguido. Também o relatório do emprego nos EUA intensificaram a queda.
O Reino Unido está entre os mercados mais afetados pelo aumento dos juros das dívidas soberanas, que, segundo os analistas, teve origem nos EUA. Assim, a pressão recai agora sobre a ministra das Finanças, Rachel Reeves, para que corte em gastos futuros.
As "yields" das principais obrigações soberanas europeias agravaram-se esta sexta-feira, com os olhos postos no Reino Unido, cujos juros das obrigações soberanas continuam em máximos de vários anos em diversas maturidades.
Dentro da Zona Euro, os juros das Bunds a 10 anos, de referência para a Zona Euro, estão no valor mais elevado desde meados de julho e subiram 2,8 pontos base para 2,591%.
As "yields" equivalentes de França registaram um acréscimo de 3,2 pontos base para 3,426%, enquanto a rendibilidade da dívida espanhola saltou 3,8 pontos para 3,261% e a da
A nível nacional, as yields da dívida portuguesa a dez anos agravaram-se 2,9 pontos para 3,020%, depois de a República ter angariado ontem quatro mil milhões de euros em dívida a dez anos.
Os principais índices europeus terminaram a última sessão da semana em terreno negativo e em mínimos de três semanas, pressionadas pelos juros das dívidas soberanas do bloco que registaram mais uma sessão de subidas e pelo relatório do emprego nos EUA de dezembro, que revelou um mercado de trabalho norte-americano mais robusto do que o que o mercado previa.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, tem registado um início de um novo ano mais difícil do que o mercado esperava, com a incerteza económica dos países do bloco e as potenciais tarifas alfandegárias dos EUA a alimentarem o sentimento negativo.
As "utilities" e o imobiliário foram os sectores mais penalizados pela subida das "yields", uma vez que são mais sensíveis às taxas de juro.
O "benchmark" recuou 0,84% para 511,50 pontos, com o setor das "utilities" (água, luz, gás), o retalho e o alimentar a registarem as maiores perdas acima de 2%. À tona conseguiram ficar os setores automóvel e dos media, ainda que com ganhos ligeiros.
O FTSE 250 do Reino Unido, orientado para o mercado interno, caiu 1,4%, registando a pior queda semanal desde meados de 2023, devido a preocupações com o défice orçamental do país e com o aumento da inflação.
O setor automóvel conseguiu escapar às perdas graças à Mercedes, que subiu 3,7% depois de as vendas dos veículos ligeiros de passageiros terem aumentado nos últimos meses do ano. Do lado dos ganhos seguiu ainda a farmacêutica Ambu, que escalou mais de 17%.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cedeu 0,5%, o britânico FTSE 100 perdeu 0,86% e o espanhol IBEX 35 caiu 1,5%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,62%. O francês CAC-40 perdeu 0,79% e o italiano FTSEMIB recuou 0,64%.
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