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Europa prolonga ganhos. Bayer e setor energético impulsionam bolsas

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta terça-feira.

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euronext bolsa mercados traders Aurelien Morissard/AP
13 de Maio de 2025 às 17:53
Japão com mais longa série de ganhos em 16 anos. Europa mostra-se menos otimista

Os principais índices asiáticos aumentaram os ganhos pelo terceiro dia consecutivo, com o sentimento dos investidores a ser impulsionado pelo acordo comercial entre as duas maiores economias mundiais, com um alívio das tarifas por 90 dias.

O "benchmark" da região, o índice MSCI Ásia-Pacífico, saltou cerca de 1%, atingindo um máximo de sete meses. No Japão, a Mitsubishi (+2,11%) e a Toyota (+3,70%) foram algumas das empresas que mais contribuíram para os ganhos do indicador. O Topix subiu 1,26% e registou a 13.ª sessão no verde, a mais longa série de ganhos em 16 anos. Já o Nikkei seguiu o mesmo rumo e fechou em máximos desde fevereiro, ao ganhar 1,69%.

Na China, os principais índices chegaram a apagar as perdas registadas desde 2 de abril, de acordo com a Bloomberg, dia em que Trump anunciou as tarifas recíprocas. O Shanghai Composite avançou 0,18% e o Hang Seng de Hong Kong seguiu a tendência inversa e acabou por cair 1,44% - uma vez que o acordo comercial reduz a necessidade de Pequim anunciar qualquer grande estímulo económico.

O apetite por ativos de risco aumentou depois de os EUA e a China terem afirmado que reduziriam as tarifas durante 90 dias.

"Espera-se, com justificação, que, embora as tarifas sejam mais elevadas do que eram antes de o Presidente Trump regressar ao cargo, sejam significativamente mais baixas do que as propostas em abril", disse à Bloomberg Kyle Rodda, analista de mercados da Capital.com.

No que toca à Europa, o sentimento parece não ser tão positivo. Os futuros europeus seguem pouco alterados, num sinal de que os investidores estão preocupados com o facto de as tarifas mais elevadas ainda causarem alguns danos económicos, mesmo depois de Pequim e Washington terem chegado a acordo.

"O panorama geral continua a ser complexo", afirmou à Blooomberg Charu Chanana, estratega-chefe de investimentos da Saxo Markets em Singapura. "A incerteza já não se prende com as tarifas que serão impostas, mas com a forma como esses níveis irão afetar os lucros e a dinâmica económica - especialmente no terceiro trimestre", acrescenta o especialista.

Petróleo com ganhos contidos de olho no aumento de oferta da OPEP+
Petróleo com ganhos contidos de olho no aumento de oferta da OPEP+

O petróleo negoceia com ganhos contidos esta terça-feira, depois de ter atingido máximos de duas semanas durante a sessão de ontem, com os investidores a olhar com precaução para o aumento da oferta de crude a nível internacional, à medida que avaliam se o alívio das tarifas por 90 dias entre os EUA e a China poderá trazer um acordo mais duradouro entre as duas maiores economias mundiais num futuro próximo.

O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – ganha a esta hora 0,11% para os 62,02 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 0,06% para os 65 dólares por barril.

"A incerteza em torno das futuras negociações comerciais entre os EUA e a China no período de pausa de 90 dias e para além dele continua a ser elevada, dadas as diferenças substanciais entre a China e os EUA em relação a algumas questões fundamentais", escreveu Wang Tao, economista-chefe do UBS para a China, numa nota a que a Reuters teve acesso.

Do lado da oferta, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) aumentou a produção de petróleo em mais do que o esperado desde abril, com a produção de maio a aumentar em cerca de 411 mil barris por dia, estando uma nova "abertura de torneiras" planeada para junho.

No entanto, a descida dos preços do petróleo foi limitada por alguns sinais de que a procura por combustível refinado continua forte.

"Embora a procura tenha sido uma das principais preocupações do mercado petrolífero, os aumentos da oferta da OPEP+ significam que o mercado petrolífero estará bem abastecido durante o resto do ano", disseram analistas do ING à Reuters, acrescentando que o grau de abastecimento do mercado dependerá do facto de a OPEP+ manter os seus planos de aumentos agressivos da oferta em maio e junho.

Durante o dia, os "traders" estarão atentos aos dados da associação comercial American Petroleum Institute (API), que irá revelar os "stocks" de crude nos EUA na semana terminada a 10 de maio.

Ouro avança com "traders" a aproveitar para reforçar posições
Ouro avança com 'traders' a aproveitar para reforçar posições

Os preços do ouro registam avanços esta manhã, à medida que os "traders" parecem estar a aproveitar para reforçar posições no metal amarelo, depois de a diminuição da procura enquanto ativo-refúgio ter levado a "commodity" a registar perdas. Isto depois de os preços terem atingido um mínimo de mais de uma semana na sessão anterior, pressionados por uma trégua comercial entre os EUA e a China, que aumentou o apetite por ativos de risco.

O ouro cede a esta hora 0,58%, para os 3.255,310 dólares por onça.

"Há alguma compra de valor a acontecer no ouro nos níveis atuais, o que está a ajudar a sustentar o preço, apesar das perspetivas geralmente melhores para o crescimento global, com os EUA e a China em melhores condições", disse à Reuters Tim Waterer, analista-chefe de Mercados da KCM Trade.

Os Estados Unidos e a China vão reduzir temporariamente os direitos aduaneiros sobre a importação de produtos, de acordo com uma declaração conjunta, numa tentativa de arrefecer as tensões comerciais e dar às duas maiores economias do mundo mais três meses para prosseguirem com as negociações.

Os "traders" aguardam agora pelo relatório do Índice de Preços no Consumidor dos EUA, para obterem novos sinais sobre a trajetória da política monetária da Reserva Federal (Fed) norte-americana.

"Se os dados sobre a inflação não produzirem resultados positivos, isso poderá retirar algum ímpeto ao dólar, o que poderá fazer com que o ouro progrida", explicou Waterer.

Juros sobem ligeiramente na Zona Euro

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro arrancaram esta terça-feira com subidas ainda que ligeiras, numa altura em que os investidores ainda tentam perceber se a "trégua" na guerra comercial entre Washington e Pequim poderá levar a um acordo de longo prazo.

A "yield" da dívida portuguesa a 10 anos agrava-se em dois pontos base, para os 3,175%, enquanto no país vizinho os juros sobem igualmente dois pontos, até aos 3,291%.

A rendibilidade das "bunds" alemãs sobe 2,8 pontos base, para 2,673%, enquanto em França a "yield" avança 2,2 pontos para 3,346%, e em Itália a subida é de 1,7 pontos, até aos 3,692%.

Fora da área da moeda única, a "yield" das "gilts" agrava-se em 2,3 pontos base, para os 4,664%.

Dólar com perdas contidas. Yuan atinge máximos de 6 meses com acordo comercial
Dólar com perdas contidas. Yuan atinge máximos de 6 meses com acordo comercial

O dólar recua ligeiramente esta terça-feira, mas mantém a maior parte dos ganhos registados devido ao otimismo sobre um acordo comercial entre os EUA e a China, que parece ter posto em "pausa" uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Washington e Pequim anunciaram na segunda-feira um acordo para reduzir bilateralmente as tarifas que impuseram durante 90 dias, provocando uma recuperação nos mercados que fez subir o dólar.

O índice de dólar da Bloomberg – que mede a força da divisa norte-americana face às principais rivais - cai a esta hora 0,24% para os 101,544 pontos.

O aliviar das tensões comerciais entre os EUA e a China levou, por sua vez, os investidores a reduzir as apostas de cortes nas taxas de juro da Reserva Federal (Fed) norte-americana, na perspetiva de que os decisores de política monetária estariam sob menos pressão para flexibilizar as taxas diretoras para apoiar o crescimento económico.

Dados sobre a inflação dos EUA serão divulgados durante o dia de hoje, a primeira leitura completa depois de o Presidente Donald Trump ter anunciado, a 2 de abril, tarifas "recíprocas" sobre mais de 180 países.

Em relação a divisas que servem de ativo-refúgio, como a japonesa e a suíça, a "nota verde" segue a ceder 0,38% para 147,890 ienes e 0,59% para 0,841 francos suíços.

Do lado de Pequim o yuan atingiu um máximo de seis meses, e segue a valorizar a esta hora 0,08% para os 0,139 dólares.

Por cá, o euro sobe 0,23% em relação ao dólar, para 1,111 dólares, enquanto a libra avança 0,25% para os 1,321 dólares.

Acordo EUA-China continua a dar alento à Europa. Bayer dispara mais de 10%

Os principais índices do Velho Continente negoceiam com ganhos esta manhã, ainda que registem valorizações mais contidas, com os investidores a esperarem que a recuperação das ações e uma maior aposta nos ativos de risco possa continuar após o avanço das negociações comerciais entre os EUA e a China, as duas maiores economias mundiais.

O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – avança 0,19%, para os 545,53 pontos.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX regista ganhos de 0,04%, o britânico FTSE 100 sobe 0,01%, o francês CAC-40 ganha 0,12%, o espanhol IBEX 35 valoriza 0,63%, o italiano FTSEMIB pula 0,30%. O holandês AEX é o único a destoar deste cenário, com perdas de 0,23%.

Os mercados bolsistas europeus já recuperaram as perdas desde que o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou tarifas sobre 180 países, a 2 de abril, e estão a caminho do melhor mês desde janeiro.

Os negociadores de Washington e Pequim anunciaram uma redução significativa das tarifas na segunda-feira, cortando bilateralmente as taxas sobre a importação de produtos durante 90 dias.

"Com o pico do receio tarifário já ultrapassado e com os desenvolvimentos entre os EUA e a China a impulsionar o sentimento, a torrente de volatilidade tarifária do mês passado diminuiu o suficiente para justificar o avanço contínuo das ações europeias", explicou à Bloomberg Laura Cooper, estratega de investimento global da Nuveen.

Entre os setores, o imobiliário (-0,95%) e as seguradoras (-0,47%) estão a ser os mais pressionados a esta hora. Já o setor do retalho (+1,02%), dos recursos naturais (+0,96%) e da saúde (+0,78%) registam os maiores avanços esta manhã.

A saúde está a beneficiar da subida de mais de mais de 10% da Bayer, depois de os lucros do conglomerado farmacêutico terem superado as expectativas do mercado. Por outro lado, o setor dos seguros segue pressionado pela queda de mais de 3% da Munich Re, após os lucros da resseguradora no primeiro trimestre terem caído para quase metade, devido às perdas provocadas pelos incêndios florestais em Los Angeles.

Euribor sobe a três, a seis e a 12 meses

A Euribor subiu hoje a três, a seis e a 12 meses em relação a segunda-feira.

Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 2,143%, manteve-se acima da taxa a seis meses (2,131%) e da taxa a 12 meses (2,107%).

A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou hoje até aos 2,131%, mais 0,010 pontos.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a março indicam que a Euribor a seis meses representava 37,65% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.

Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,39% e 25,67%, respetivamente.

No mesmo sentido, no prazo de 12 meses, a taxa Euribor subiu, ao ser fixada em 2,107%, mais 0,040 pontos do que na segunda-feira.

A Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março passado, também avançou hoje, para 2,143%, mais 0,004 pontos.

Em abril, as médias mensais da Euribor caíram fortemente nos três prazos, mais intensamente do que nos meses anteriores e no prazo mais longo (12 meses).

A média da Euribor a três, seis e a 12 meses em abril desceu 0,193 pontos para 2,249% a três meses, 0,183 pontos para 2,202% a seis meses e 0,255 pontos para 2,143% a 12 meses.

Em 17 de abril, na última reunião de política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) desceu a taxa diretora em um quarto de ponto para 2,25%.

A descida, antecipada pelos mercados, foi a sétima desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 05 e 06 de junho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

* Lusa

Inflação de abril nos EUA deixa Wall Street sem rumo
Inflação de abril nos EUA deixa Wall Street sem rumo

As principais bolsas norte-americanas arrancaram a sessão sem tendência definida, com os investidores a digerirem os dados da inflação do lado de lá do Atlântico referentes a abril. 

O índice de preços no consumidor (IPC) arrefeceu no mês passado, tendo subido em abril 0,2% em cadeia e 2,3% em termos homólogos, abaixo das expectativas dos economistas, que apontavam para uma subida de 0,3% e de 2,4%, respetivamente. Os dados desta terça-feira podem dar novos argumentos ao Presidente dos EUA, Donald Trump, para pressionar a Reserva Federal (Fed) a reduzir as taxas de juro na maior economia mundial.

Ao mesmo tempo, os mercados ainda parecem estar animados com o acordo comercial temporário assinado este fim de semana entre os EUA e a China, que deverá entrar em vigor esta quarta-feira. As tarifas impostas entre ambos os países desceram significativamente, dando alento aos investidores e analistas, que previam uma recessão económica a nível global.

O S&P 500 sobe modestos 0,05% para 5.846,93 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite ganha 0,41% para 18.784,24 pontos. Em contraciclo, o industrial Dow Jones perde 0,44% para 42.223,46 pontos. 

"Esperemos que a Fed continue em modo de espera até vermos alguma materialização das pressões de preços que podem surgir das novas políticas comerciais", disse Jordan Rizzuto, da GammaRoad Capital Partners, à Reuters.

Entre os principais movimentos empresariais, as ações da UnitedHealth estão a perder mais de 11% e a pesar sobre o Dow Jones, após o CEO ter renunciado à posição e a empresa ter adiado o "guidance" anual.

Do lado dos ganhos, destaque para a Nvidia que sobe 5,44% e a Tesla que avança 6,75%. Já a Amazon avança mais de 2%.

A CoinBase Global, que deve se juntar ao S&P 500 dia 19 de maio, salta 10,6%.

A "earnings season" começa a entrar na reta final - mais de 90% das empresas do S&P 500 já apresentaram contas -, os investidores agora aguardam pelos resultados da gigante de retalho Walmart, previsto para o final desta semana. A empresa perde ligeiros 0,3%.

Investimento da Arábia Saudita nos EUA faz petróleo acelerar quase 3%
Investimento da Arábia Saudita nos EUA faz petróleo acelerar quase 3%

As cotações do crude estão a subir mais de 1% esta terça-feira, numa altura em que os investidores digerem o investimento da Arábia Saudita nos Estados Unidos, anunciado há momentos por Donald Trump e num comunicado publicado pela Casa Branca, ao mesmo tempo que avaliam os dados da inflação de abril.

A Arábia Saudita vai investir 600 mil milhões de dólares para reforçar a economia norte-americana e os laços com o parceiro comercial. Os vários investimentos englobam todo o tipo de setores, e o da energia não fica de fora. O país do Médio Oriente vai injetar capital no complexo petroquímico e de refinação da Motiva, subsidiária da Saudi Aramco, em Port Arthur, no Texas.

O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – ganha a esta hora 2,92% para os 63,76 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 2,59% para os 66,63 dólares por barril.

Os investidores estão ainda a pesar os dados da inflação de abril do lado de lá do Atlântico, que arrefeceu mais do que o antecipado, o que poderá aumentar a pressão do Presidente dos EUA sobre a Reserva Federal para cortar os juros mais cedo do que o banco central prevê.

O "ouro negro" tinha já subido até 4% na sessão anterior, após o anúncio do acordo comercial entre os EUA e a China, que estiveram reunidos durante o fim de semana. Ambos concordaram em baixar de forma significativa as tarifas a produtos importados, instaurando algum alívio no mercado, que antecipava uma recessão económica. 

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) aumentou a produção de petróleo mais do que o esperado desde abril. Espera-se agora que a produção de maio tenha subido em 411 mil barris por dia.

Subida contida da inflação dá impulso ao ouro
Subida contida da inflação dá impulso ao ouro

O ouro está a recuperar do "sell-off" desta segunda-feira, isto depois de os dados da inflação dos EUA em abril ter acelerado menos do que o esperado. O índice de preços no consumidor (IPC), subiu em abril 0,2% em cadeia e 2,3% em termos homólogos, valores que ficam abaixo das expectativas dos economistas, que apontavam para valores de 0,3% e de 2,4%, respetivamente.

Os dados colocam ainda mais pressão na Reserva Federal para antecipar uma descida dos juros diretores. Assim, o metal amarelo ganha 0,63% para 3.255,46 dólares por onça.

No início da semana, o ouro cedeu até aos 3.207,30 dólares, após os EUA e a China anunciarem que iria suspender as tarifas durante 90 dias, levando os investidores a recorrerem aos ativos de risco. Esta terça-feira, e com o metal mais barato, as compras do ativo parecem ter subido e deram sustento a uma recuperação.

Ainda assim, alguns investidores continuam a desconfiar da falta de pormenores no acordo, e um novo revés poderia levar o ouro a atingir novos recordes. "O diabo está nos detalhes durante as negociações", disse Christopher Wong, estratega do Oversea-Chinese Banking. "Continua garantida alguma cautela, e vemos uma consolidação na faixa de 3.150 dólares a 3.350 dólares por onça", acrescentou.

A travar mais avanços do ouro estão outros conflitos geopolíticos. Numa nota a que o Negócios teve acesso, o CEO da ActivTrades Europe considera que "sinais positivos em alguns dos principais focos de tensão geopolítica - nomeadamente na Ucrânia e na região da Caxemira - contribuem igualmente para reduzir a procura por ouro como ativo de proteção".

Dólar em queda. Arrefecimento da inflação pressiona Fed a cortar juros mais cedo
Dólar em queda. Arrefecimento da inflação pressiona Fed a cortar juros mais cedo

O dólar norte-americano está a registar algumas perdas em relação aos pares, pressionado pelos mais recentes dados da inflação nos EUA de abril. 

O índice de preços no consumidor subiu menos do que o esperado no mês passado, o que dá novos argumentos ao Presidente dos EUA, Donald Trump, para pressionar a Reserva Federal (Fed) e o seu presidente, Jerome Powell, a reduzirem as taxas de juro de referência nos Estados Unidos, colocando a moeda dos EUA numa posição vulnerável. 

O euro sobe 0,74% para 1,1170 dólares e, face à divisa nipónica, a nota verde perde 0,46% para 147,77 ienes. Já a libra soma 0,74% para 1,3272 dólares. O dólar sobe ligeiramente face ao yuan chinês para 7,2013.

Já o índice da nota verde desce 0,60% para 101,17 pontos.

Os EUA firmaram um acordo comercial com a China este fim de semana, mas as "tréguas" com a Europa podem demorar mais tempo a chegar. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que a União Europeia sofre de um "problema de ação colectiva" que está a dificultar as negociações comerciais, desvalorizando a possibilidade de um acordo em breve com o seu maior parceiro comercial. 

Na passada quinta-feira, a Comissão Europeia propôs uma lista de bens industriais e agrícolas dos Estados Unidos, num valor de 95 mil milhões de euros, para taxar caso as negociações com Washington não resultem, preparando ainda um litígio na Organização Mundial do Comércio.

Juros agravam-se na Zona Euro

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro terminaram esta terça-feira com agravamentos, enquanto os investidores ainda tentam perceber se o acordo comercial temporário entre Washington e Pequim poderá levar a "tréguas" de longo prazo entre as duas maiores economias do mundo. Ao mesmo tempo, o mercado espera para saber quando é que os EUA e a União Europeia se sentam à mesa das negociações.

A "yield" da dívida portuguesa a 10 anos agravou-se em 2,8 pontos base, para os 3,184%, enquanto no país vizinho os juros subiram 2,5 dois pontos, até aos 3,295%.

A rendibilidade das "bunds" alemãs avançou 3,1 pontos base, para 2,677%, enquanto em França a "yield" cresceu 2,7 pontos para 3,351%. Em Itália, a subida foi de 2,2 pontos, até aos 3,696%.

Fora da área da moeda única, a "yield" das "gilts" britânicas agravou-se em 2,7 pontos base, para os 4,667%.

Europa prolonga ganhos. Bayer e setor energético impulsionam bolsas
Europa prolonga ganhos. Bayer e setor energético impulsionam bolsas

As principais bolsas europeias terminaram a segunda sessão da semana com ganhos, à exceção da praça londrina, enquanto o acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo - os EUA e a China - continua a animar os investidores, que esperam agora por negociações entre Washington e Bruxelas. 

Pequim e a Casa Branca concordaram numa pausa de 90 dias na maioria das tarifas impostas mutuamente, dando algum alívio aos investidores, que receavam que a guerra comercial causasse uma recessão económica a nível mundial. Ainda que estas preocupações não tenham desaparecido por completo, o acordo temporário serviu para, pelo menos, colocar água na fervura do mercado.

"Temos que nos lembrar que a média das tarifas nos EUA ainda está em níveis que não víamos desde 1941. Definitivamente, há preocupações sobre uma desaceleração no comércio", disse Nick Saunders, CEO da Webull UK, à Reuters. O analista considera ainda que os investidores a começar a aprender a atenuar o impacto dos anúncios de Donald Trump.

A pesar sobre os índices esteve o relatório da inflação norte-americana de abril, que arrefeceu mais do que o esperado e apagou parte das valorizações do "benchmark" europeu. O Stoxx 600 avançou assim modestos 0,12% para 545,17 pontos, com os setores do retalho, automóvel, viagens e tecnologias a darem o maior impulso, com subidas entre os 1,5% e os 2%. A travar maiores ganhos estiveram as ações de defesa e seguradoras.

Entre as principais praças europeias, o alemão Dax ganhou 0,31%, Madrid ganhou 0,83%, Paris cresceu 0,3%, enquanto Amesterdão aumentou 0,58% e Milão valorizou 0,39%. Em contraciclo, Londres perdeu 0,02%. 

Segundo dados recolhidos pela Reuters, as perspetivas para a saúde empresarial do bloco melhoraram, de acordo com as últimas previsões de lucros. Em média, espera-se que as empresas europeias anunciem uma subida de 1,9% nos lucros do primeiro trimestre, acima do aumento de 0,4% esperado pelos analistas consultados na semana passada.

A Bayer chegou a disparar quase 10% após ter divulgado uma quebra mais lenta nos lucros até março do que o mercado temia. A empresa terminou a sessão a valorizar quase 3%.

As ações ligadas ao setor energético deram também grande impulso à Europa, depois de os republicanos terem sido menos agressivos do que o esperado nas medidas para as renováveis. Assim, a Vestas ganhou mais de 9% e a portuguesa EDP Renováveis saltou 7,5%.

As ações da Munich Re cederam 4,6%, depois de os lucros do primeiro trimestre terem caído para quase metade, devido às perdas provocadas pelos incêndios florestais em Los Angeles.  

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