pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Europa em mínimos de seis semanas. Petróleo à beira da maior série de perdas em mais de dois anos

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quarta-feira.

31 de Agosto de 2022 às 17:38
Europa com mira em ganhos. Ásia encerra mista
Europa com mira em ganhos. Ásia encerra mista

A Europa está a apontar para um arranque positivo, depois de esta terça-feira o índice de referência Stoxx 600 ter registado mínimos de seis semanas, numa altura em que se inicia o corte no fornecimento de gás para a Europa por parte da Gazprom, o que poderá aprofundar ainda mais as feridas energética do Velho Continente.

Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem 0,67% e estão assim a recuperar da queda vivida ontem.

Na Ásia, a negociação foi mista, com os índices chineses a negociarem em baixa, depois da divulgação de dados económicos na China que mostraram que a atividade industrial contraiu em agosto.

Ao mesmo tempo, os investidores estiveram também a avaliar dados dos Estados Unidos, onde as vagas de emprego disponíveis que mostram que o mercado laboral está a resistir e ainda estatísticas sobre a confiança dos consumidores norte-americanos, que recuperou em agosto, para o nível mais elevado desde maio.

Pela China, o Shangai Composite perdeu 1,2%, enquanto no Japão, o Nikkei cedeu 0,4%. Em Hong Kong, o Hang Seng desvalorizou também 0,4% e na Coreia do Sul, o Kospi somou 0,3%.

Gás interrompe perdas em dia de corte do Nord Stream. Petróleo recupera

O petróleo está a valorizar, depois de na terça-feira ter tombado mais de 4%. O "ouro negro" está assim a caminho da terceira queda mensal consecutiva, a maior série de quedas em mais de dois anos, numa altura de continuadas preocupações com um desaceleramento económico global, bem como a manutenção da política de covid-19 na China.

O West Texas Intermediate (WTI), referência para os EUA, avança 0,93% para 92,49 dólares por barril e já perdeu cerca de 6% em agosto, tendo registado o valor mais baixo desde janeiro.

Já o Brent do Mar do Norte – negociado em Londres e referência para a Europa – ganha 0,92%, estando a negociar nos 100,22 dólares por barril, ainda acima da margem dos 100 dólares.

As razões, para o analista Zhou Mi do Chaos Research Institute são claras: "expectativas macroeconómicas pessimistas, bem como fornecimento limitado devido a baixos inventários", explica à Bloomberg.

Já o Brent do Mar do Norte – negociado em Londres e referência para a Europa – ganha 0,92%, estando a negociar nos 100,22 dólares por barril, ainda acima da margem dos 100 dólares.

No mercado do gás, os futuros estão a registar ganhos, depois de dois dias em baixa, numa altura em que se inicia uma interrupção no fornecimento de gás por parte da Gazprom através do Nord Stream que deverá durar até 2 de setembro. Em causa está a manutenção de um compressor de uma turbina, a única neste momento em funcionamento.

Tal como aconteceu no anterior corte de uma semana no fornecimento de gás a Europa e principalmente à Alemanha, as dúvidas persistem se os fluxos desta matéria-prima serão retomados.

Ao mesmo tempo, esta terça-feira a Gazprom anunciou que ia reduzir exportações para a francesa Engie, devido a um desacordo sobre o pagamento.

Tanto a Alemanha como a França dizem estar melhor preparadas para mais disrupções por parte da Rússia, uma vez que o armazenamento de gás nestes países está acima do esperado para esta altura. Agnes Pannier-Runacher, ministra francesa da Transição Energética, fez ontem questão de referir que tem "todos os meios para lidar com esta situação e ultrapassar o inverno".

Ao mesmo tempo, esta terça-feira a Gazprom anunciou que ia reduzir exportações para a francesa Engie, devido a um desacordo sobre o pagamento.

Tanto a Alemanha como a França dizem estar melhor preparadas para mais disrupções por parte da Rússia, uma vez que o armazenamento de gás nestes países está acima do esperado para esta altura. Agnes Pannier-Runacher, ministra francesa da Transição Energética, fez ontem questão de referir que tem "todos os meios para lidar com esta situação e ultrapassar o inverno".

Os futuros sobre o gás negociado em Amesterdão (na sigla inglesa TTF) a um ano, referência para o mercado europeu, sobem 4,6% para 277,5 euros por megawatt-hora.

Ouro em mínimos de um mês e perto da maior série de quedas mensais em quatro anos
Ouro em mínimos de um mês e perto da maior série de quedas mensais em quatro anos

Uma política monetária mais agressiva por todo o mundo está a empurrar o ouro para a maior série de quedas mensais em quatro anos. Já são cinco meses de saldo negativo. Este metal que não rende juros tem sido prejudicado pela política mais "hawkish" da Reserva Federal norte-americana.

Terça-feira foi marcada por mais comentários de dois membros da autoridade monetária dos Estados Unidos. O governante de Nova Iorque, John Williams, revelou que as taxas de juro necessitariam de avançar acima de 3,5% para conter o aumento dos preços. Já Raphael Bostic, membro da Fed de Atlanta, adiantou que o seu dever para diminuir a inflação era "inabalável", mas que caso os preços diminuam também estará disposto a diminuir a expressividade da subida das taxas de juro.

O ouro recua 0,14% para 1.721,60 dólares por onça - perto do valor baixo em um mês, - ao passo que a platina avança 0,10% para 852,26 dólares e o paládio ganha 1,54% para 2.121,49 dólares.

Dólar sobe e toca na paridade novamente
Dólar sobe e toca na paridade novamente

O dólar está a valorizar 0,24% em relação à moeda única europeia, tendo novamente tocado na paridade com o euro, isto depois de novos comentários de membros da Reserva Federal norte-americana, que reiteraram intenções de subida das taxas de juro.

O índice do dólar da Bloomberg – que mede a força do dólar contra 10 divisas rivais, - confirma esta tendência e sobe 0,09% para os 108,87 pontos, depois de ter registado máximos de 20 anos esta segunda-feira, ao tocar nos 109,48 pontos.

Ainda no mercado cambial, os investidores vão estar atentos a dados da inflação da Zona Euro que são divulgados na manhã desta quarta-feira.

Juros inalterados à espera da inflação na Zona Euro

Os juros da dívida soberana na Zona Euro seguem a negociar praticamente inalterados, mas a aliviar ligeiramente, em antecipação à divulgação de dados sobre a inflação na Zona Euro. Esta terça-feira foi divulgada a inflação em Espanha em agosto, que recuou para 10,4%, abaixo do que era esperado pelos analistas.

No caso francês, a inflação também desacelerou para 6,5% em agosto, depois de ter registado 6,8% no mês passado - dados abaixo do esperado por analistas consultados pela Bloomberg.

Já a inflação alemã acelerou novamente em agosto fixando-se em 7,9%, depois de abrandar em junho e julho, num sinal de que as pressões de preços persistem com a continuação da crise energética.

A "yield" das Bunds alemãs a dez anos – "benchmark" para a Zona Euro - aliviam 0,7 pontos base para 1,498%, enquanto os juros da dívida italiana recuam 0,1 pontos base para 3,807%.

Por cá, os juros da dívida soberana portuguesa cedem 1,3 pontos base para 2,568%, ao passo que em Espanha, a "yield" da dívida a dez anos alivia 1,1 pontos base para 2,680%.

No caso francês, a inflação também desacelerou para 6,5% em agosto, depois de ter registado 6,8% no mês passado - dados abaixo do esperado por analistas consultados pela Bloomberg.

Já a inflação alemã acelerou novamente em agosto fixando-se em 7,9%, depois de abrandar em junho e julho, num sinal de que as pressões de preços persistem com a continuação da crise energética.

A "yield" das Bunds alemãs a dez anos – "benchmark" para a Zona Euro - aliviam 0,7 pontos base para 1,498%, enquanto os juros da dívida italiana recuam 0,1 pontos base para 3,807%.

Por cá, os juros da dívida soberana portuguesa cedem 1,3 pontos base para 2,568%, ao passo que em Espanha, a "yield" da dívida a dez anos alivia 1,1 pontos base para 2,680%.

Europa mista com comentários de membros do BCE e Fed
Europa mista com comentários de membros do BCE e Fed

As principais praças do Velho Continente estão a negociar mistas, numa altura em que os investidores avaliam as intenções de subida das taxas de juro expressadas por membros do Banco Central Europeu e Reserva Federal norte-americana e aguardam a divulgação de dados da inflação na Zona Euro.

O índice de referência para a região, Stoxx 600, está a negociar na linha de água e a subir ligeiramente para 0,04%, fixando-se nos 419,96 pontos, depois de ontem registado mínimos de seis semanas. Os setores que mais ganham são a tecnologia, o setor mineiro, o automóvel e a banca. Apesar dos ganhos, o "benchmark" está a caminho de uma queda mensal a rondar os 4%.

"Uma forte recessão é um cenário que está fora da fotografia com o mercado laboral a aguentar", explica Diego Fernandez, analista da A&G Banca Privada à Bloomberg. "Estatísticas nos Estados Unidos que vão ser divulgadas na sexta-feira vão mostrar se o [mercado] permanece robusto", destaca ainda.

 

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax e o britânico FTSE 100 recuam ambos 0,12%, o francês CAC-40 desvaloriza 0,4% e o espanhol IBEX 35 perde 0,48%.

Já do lado dos ganhos está o AEX, em Amesterdão, a ganhar 0,24% e o italiano FTSEMIB a somar 0,27%. Bem como o português PSI que valoriza 0,17%.

Wall Street mista, com S&P 500 e Nasdaq a recuperarem de perdas
Wall Street mista, com S&P 500 e Nasdaq a recuperarem de perdas

Wall Street está a negociar mista, resvalando assim daquele que seria o quarto dia de negociação em terreno negativo, após esta terça-feira ter renovado mínimos de um mês, numa altura em que os bom desempenho de alguns indicadores económicos sustenta uma subida mais elevada das taxas de juro por parte da Reserva Federal norte-americana (Fed).

O industrial Dow Jones recua 0,19%, para os 31.729,58 pontos, enquanto o índice alargado S&P 500 avança 0,18% para os 3.993,33 pontos, ainda abaixo da fasquia dos quatro mil pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite ganha 0,55%, para os 11.953,88 pontos, seguindo a perder o suporte dos 12 mil pontos.

Desde sexta-feira que vários membros da Fed têm vindo a reiterar que a subida das taxas de juro vai permanecer enquanto a inflação estiver elevada. Esta quarta-feira foi a vez da governadora de Cleveland, Loretta Mester sublinhar que não espera que o banco central realize cortes nas taxas de juro em 2023.

"O que é claro é que prever este mercado não é garantia de nada", explica Angeline Newman, analista do UBS à Bloomberg. "Vivemos num mundo onde sinais económicos contraditórios tornam muito difícil determinar o caminho da política monetária", esclareceu ainda.

Ouro cede e caminha para mais longa série de perdas em quatro anos

O ouro segue a desvalorizar e caminha o quinto mês consecutivo de perdas, a mais longa série em quatro anos, numa altura em que discursos de membros da Reserva Federal norte-americana (Fed) sugerem que o banco central deverá manter o aperto monetário durante algum tempo. Uma vez que não remunera juros, este metal precioso tende a sair prejudicado em tempos de políticas monetárias mais duras. 

O metal amarelo cede 0,29% para 1.718,95 dólares por onça, ao passo que a platina recua 0,14% para 850,24 dólares e o paládio desce 0,78% para 2.073,00 dólares. 

Esta terça-feira, mais dois membros da autoridade monetária dos Estados Unidos manifestaram a necessidade da Fed reforçar a subida das taxas de juro diretoras para combater o aumento dos preços. John Williams, governador do banco de Nova Iorque, admitiu que as taxas podem ter de avançar acima de 3,5%. Já Thomas Barkin, da Reserva Federal de Richmond, disse que o banco central vai fazer "o que for necessário".

Euro recupera e negoceia acima da paridade com o dólar

O euro segue a valorizar face ao dólar, num dia em que foram conhecidos os dados da inflação na Zona Euro em agosto. O Índice de Preços no Consumidor avançou para 9,1%, mais 0,2 pontos percentuais do que no mês anterior. A moeda única sobe 0,40% para 1,0055 dólares, estando a negociar acima da paridade unitária com a nota verde.

Já o índice do dólar da Bloomberg – que mede a força do dólar contra 10 divisas rivais, - cede 0,03% para 108,738, depois de na segunda-feira ter registados máximos de 20 anos, ao tocar nos 109,48 pontos. O dólar tem valorizado nos últimos dias, numa altura em que continuam a surgir comentários de membros da Reserva Federal norte-americana (Fed) quanto à necessidade de aumentar o ritmo da subida das taxas de juro diretoras.

Petróleo caminha para maior série de perdas em mais de dois anos

O petróleo segue a perder e caminha para o terceiro mês de perdas, tratando-se da mais longa série de quedas em mais de dois anos. A pressionar esta matéria-prima estão as preocupações de que uma política monetária mais dura e um abrandamento da economia chinesa possam impactar a procura por crude.

O West Texas Intermediate (WTI), referência para os EUA, cede 0,99% para 90,73 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte – negociado em Londres e referência para a Europa – desce 2,63%, estando a negociar nos 96,70 dólares por barril, abaixo da margem dos 100 dólares.

Além das preocupações com o endurecimento da política monetária, ao qual vários membros da Reserva Federal norte-americana se mostraram a favor, os investidores estão também atentos aos desenvolvimentos na Líbia e no Iraque, apesar de a produção do "ouro negro" nos países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não ter sido, aparentemente, afetada até agora.

Além das preocupações com o endurecimento da política monetária, ao qual vários membros da Reserva Federal norte-americana se mostraram a favor, os investidores estão também atentos aos desenvolvimentos na Líbia e no Iraque, apesar de a produção do "ouro negro" nos países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não ter sido, aparentemente, afetada até agora.

Juros agravam-se na Zona Euro

Os juros estão a agravar-se na Zona Euro, numa altura em que o mercado já incorporou uma subida das taxas de juro em 75 pontos base na próxima reunião, em setembro. 

A "yield" das Bunds alemãs a dez anos – "benchmark" para a Zona Euro - agravou-se 2,4 pontos base para 1,529%, enquanto os juros da dívida italiana aceleraram 6,2 pontos base para 3,871%. Já os juros da dívida soberana francesa subiram 1,4 pontos base para 2,139%. 

Por cá, a "yield" da dívida portuguesa com a mesma maturidade cresceu 3,2 pontos base para 2,613%, ao passo que os juros da dívida soberana espanhola subiram 2,9 pontos base para 2,721%.

Europa fecha no vermelho. Stoxx 600 cai para mínimos de seis semanas

As bolsas europeias fecharam a sessão em terreno negativo, com o Stoxx 600 a atingir mínimos de mais de seis semanas. Isto num dia em que se agravam os receios de uma subida mais agressiva das taxas de juro diretoras por parte da Reserva Federal norte-americana (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE).

O Stoxx 600 - referência para o mercado europeu - cedeu 1,12% para 415,12 pontos, com o setor da energia e das "utilities" (água, luz e gás) a ter o pior desempenho. 

Nas restantes praças europeias, o alemão Dax desceu 0,97%, o francês CAC-40 caiu 1,37%, o espanhol Ibex cedeu 1,17% e o britânico FTSE 100 recuou 1,05%. O AEX, em Amesterdão perdeu 1,45% e o italiano FTSEMIB recuou 1,22%.

"A euforia deste verão continua a passar ao lado dos mercados acionistas, uma vez que os investidores negoceiam com mais cuidado e estão ansiosos com as implicações de um ritmo da subida das taxas de juro mais rápido", disse Susannah Streeter, analista na Hargreaves Lansdown.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio