Europa em alta com acordo comercial a dar previsibilidade. Novo Nordisk tomba 23%
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta terça-feira.
Europa fecha em alta com acordo comercial a dar maior previsibilidade. Novo Nordisk tomba 23%
Os principais índices europeus fecharam a sessão desta terça-feira a registar avanços, depois de o acordo comercial alcançado entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos (EUA) oferecer alguma previsibilidade aos investidores, depois de meses de incerteza. A queda de mais de 20% da Novo Nordisk acabou por conter maiores ganhos.
O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – avançou 0,33% para os 550,58 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX ganhou 1,03%, o britânico FTSE 100 subiu 0,60%, o holandês AEX valorizou 0,21%, o espanhol IBEX 35 pulou 0,90%, o italiano FTSEMIB somou 1,23% e o francês CAC-40 ganhou 0,72%.
Os índices do Velho Continente estão perto de registar uma valorização mensal à medida que se aproxima o fim do mês de julho. O principal índice regional – Stoxx 600 - está agora a negociar a cerca de 2% do seu mais recente recorde atingido em março.
Um acordo comercial entre a UE os EUA, anunciado no domingo, acalmou as preocupações quanto à possibilidade de uma guerra comercial aberta entre os dois blocos, mas os investidores continuam preocupados quanto ao impacto do aumento das taxas alfandegárias - para um máximo de 15% - sobre os resultados das cotadas.
A conter maiores ganhos dos índices esteve o mau desempenho da Novo Nordisk esta terça-feira. As ações da fabricante de medicamentos dinamarquesa fecharam a tombar mais de 23%, depois de terem caído até 30% durante a sessão, naquela que foi a maior queda intradiária da cotada. A empresa, que até recentemente disputava com a SAP o título de cotada mais valiosa da região, caiu para o sexto lugar entre as empresas com maior capitalização bolsista da Europa.
“Há um verdadeiro problema de visibilidade na Novo e os mercados detestam isso”, disse à Bloomberg Fares Hendi, da Prevoir AM em Paris.
Quanto aos setores, o da saúde registou a maior perda (-1,58%), pressionado precisamente pela queda da Novo Nordisk. Por outro lado, a banca (+1,62%) teve o melhor desempenho.
Entre os movimentos do mercado, o Barclays subiu 2,77%, depois de ter divulgado que os lucros antes de impostos do Barclays subiram 28%, para 2,84 mil milhões de libras, no segundo trimestre. Os números, conhecidos hoje, comparam com as estimativa do analistas de 2,24 mil milhões de libras. Já as receitas cresceram 14% para 7,19 mil milhões de libras, acima dos 7,01 mil milhões esperados. Além disso, o banco britânico anunciou um programa com mil milhões de libras para recompra de ações.
Juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravam-se em toda a linha
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravaram-se em toda a linha esta terça-feira, num dia em que também os principais índices bolsistas do Continente registaram ganhos, impulsionados pelos resultados empresariais, depois da receção pouco entusiasta ao recente acordo comercial alcançado entre os EUA e a União Europeia.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, agravaram-se em 1,6 pontos-base, para 3,120%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento subiu 1,4 pontos, para 3,286%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa cresceu 1,4 pontos-base para 3,362%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, agravaram-se em 1,9 pontos para 2,706%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas, também a dez anos, seguiram a tendência inversa e recuaram 1,4 pontos-base para 4,631%.
Dólar ganha terreno. Acordo comercial pressiona euro
O euro continua a perder terreno para o dólar, com o acordo comercial alcançado entre os EUA e a União Europeia (UE) a não dar espaço para ganhos da “moeda única”.
Depois de na sessão anterior já ter desvalorizado mais de 1% - a maior queda em mais de dois meses para a divisa – o euro segue a perder 0,53% para os 1,153 dólares.
À medida que os “traders” continuam a analisar o entendimento comercial alcançado entre Bruxelas e Washington, surgem sinais de que os investidores parecem acreditar que a maior economia mundial acabou por sair beneficiada, ótica partilhada por países como a França e a Alemanha, as duas maiores economias do bloco. Na segunda-feira, o chanceler alemão, Friedrich Merz, afirmou mesmo que a economia do país iria sofrer "gravemente" com as novas taxas.
Por sua vez, o dólar está a ganhar terreno face às suas outras principais concorrentes, com o índice do dólar a subir 0,38% para os 98,998 pontos a esta hora. Face à divisa nipónica, a “nota verde” valoriza ligeiros 0,03% para os 148,580 ienes, numa semana em que tanto o banco central do Japão (BoJ) como a Reserva Federal (Fed) norte-americana se reúnem, não se esperando mexidas nas taxas de juro por parte de qualquer um destes decisores de política monetária.
Já a libra perde 0,22% para 1,333 dólares e negoceia em torno de mínimos de dois meses face à “nota verde”.
Ouro recupera ligeiramente com foco nos juros após entusiasmo comercial perder força
O ouro está a recuperar parte do terreno perdido, agora que o entusiasmo inicial com o acordo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia começa a dissipar. Os investidores voltam agora as atenções para a reunião de política monetária da Reserva Federal, na expectativa de sinais sobre a trajetória futura dos juros.
A esta hora, o ouro valoriza 0,10%, sendo negociado nos 3.318 dólares por onça, após ter chegado a tocar mínimos desde 9 de julho na véspera.
Segundo a Reuters, a cautela está de volta aos mercados depois de um breve alívio proporcionado pelo anúncio de uma nova trégua comercial entre Washington e Bruxelas. O pacto prevê uma tarifa de 15% para a maioria das exportações europeias, substituindo as ameaças anteriores de taxas mais elevadas. Ainda assim, os investidores questionam-se agora sobre os impactos a longo prazo destas tarifas sobre o crescimento e a inflação.
“Estamos a assistir a um reajuste do sentimento no mercado após alguns acordos comerciais mas ainda existem obstáculos importantes pela frente”, observou Ricardo Evangelista, analista sénior da corretora ActivTrades. “Se os EUA e a China não chegarem a um entendimento e o prazo não for estendido, poderemos ver o regresso de um ambiente de maior aversão ao risco, com a incerteza económica global a dominar novamente o sentimento dos investidores”, completa.
Com os receios comerciais ainda latentes, o mercado volta agora o foco para a reunião da Fed, que arranca hoje e termina na quarta-feira. A maioria dos analistas espera que os juros se mantenham inalterados, mas os investidores estarão atentos ao tom do comunicado e a eventuais pistas sobre o calendário de um próximo corte.
Entre os restantes metais preciosos, a prata avança 0,05% para 38,24 dólares a onça. Já a platina desce 0,16% para 1.394,35 dólares.
S&P e Nasdaq negoceiam em máximos. Investidores viram foco para perspetivas económicas
Os principais índices norte-americanos negoceiam com ganhos a esta hora, sendo que o S&P e o Nasdaq seguem em máximos históricos, à medida que os investidores parecem virar a atenção dos acordos comerciais para a divulgação de importantes dados económicos, num dia em que arranca a reunião dos governadores da Reserva Federal (Fed) norte-americana, que terá a duração de dois dias.
O S&P 500 avança 0,24% para os 6.404,86 pontos, o Dow Jones soma 0,02% para 44.844,52 pontos e o Nasdaq Composite ganha 0,58% para 21.301,83 pontos.
No plano da política monetária, os mercados preveem agora que a Fed mantenha as taxas de juro inalteradas quando anunciar a sua decisão esta quarta-feira, enquanto os investidores acompanham os resultados trimestrais de quatro das “sete magníficas” que divulgam contas esta semana.
“O recente progresso nas negociações comerciais com parceiros importantes como o Japão e a UE dá às empresas uma pitada de clareza e permite aos investidores a oportunidade de passar para outros tópicos, como lucros [das empresas]”, escreveu Carol Schleif, da BMO Private Wealth, numa nota citada pela Bloomberg.
Entre os dados que serão divulgados esta terça-feira, espera-se que a confiança dos consumidores norte-americanos tenha mostrado uma melhoria. Além disso, os números relativos à evolução da inflação, divulgados na quarta-feira, deverão mostrar sinais de resiliência da maior economia mundial.
No que toca à apresentação de resultados trimestrais, a Apple, a Amazon, a Microsoft e a Meta deverão centrarão atenções esta semana, numa altura em que 82% das empresas que já apresentaram contas ao mercado conseguiram bater as projeções dos analistas - um resultado que, a manter-se, marcará o melhor trimestre em quase quatro anos para as cotadas norte-americanas.
Entre os movimentos do mercado, a produtora de eletrodomésticos Whirlpool perde mais de 10%, depois de ter reduzido as suas perspetivas de lucros para 2025.
Entre as “big tech”, a Nvidia soma 1,28%, a Alphabet ganha 0,58%, a Amazon recua 0,11%, a Microsoft sobe 0,79%, a Meta desvaloriza 0,044% e a Apple avança 0,054%.
Taxa Euribor desce a seis e a 12 meses, mas sobe no prazo a três meses
A taxa Euribor subiu esta terça-feira a três meses e desceu a seis e a 12 meses em relação a segunda-feira e ficou acima de 2% nos três prazos.
Com estas alterações, a taxa a três meses, que avançou para 2,026%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,083%) e a 12 meses (2,116%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou, ao ser fixada em 2,083%, menos 0,018 pontos do que na segunda-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a maio indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,32% e 25,57%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também recuou, ao ser fixada em 2,116%, menos 0,015 pontos.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses subiu hoje, para 2,026%, mais 0,010 pontos do que na sessão anterior e ficou acima de 2% pela segunda sessão consecutiva, depois de seis sessões abaixo de 2%.
Na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas diretoras, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
Enquanto alguns analistas antecipam a manutenção das taxas diretoras pelo menos até ao final deste ano, outros preveem um novo corte, de 25 pontos base, em setembro.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 10 e 11 de setembro em Frankfurt.
As médias mensais da Euribor voltaram a cair em junho nos dois prazos mais curtos, menos intensamente do que nos meses anteriores e de forma mais acentuada a três meses.
Já a 12 meses, a média mensal da Euribor manteve-se em 2,081%.
A média da Euribor em junho desceu 0,103 pontos para 1,984% a três meses e 0,066 pontos para 2,050% a seis meses.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Petróleo sobe com alívio na guerra comercial e pressão dos EUA sobre Moscovo
Os preços do petróleo continuam a avançar esta terça-feira, impulsionados pela perspetiva de uma distensão nas disputas comerciais entre os EUA e os seus principais parceiros, bem como pela retórica mais dura do presidente norte-americano relativamente à Rússia. O Brent avança agora 1,24%, para 70,91 dólares e o WTI sobe 1,30%, para 67,58 dólares.
A trégua comercial firmada entre os EUA e a União Europeia ajudou a aliviar os receios de um conflito tarifário em larga escala, que poderia comprometer quase um terço do comércio mundial e enfraquecer a procura global de combustíveis. O acordo prevê tarifas de 15% sobre a maioria das exportações europeias mas evita medidas mais severas. Além disso, contempla 750 mil milhões de dólares em compras de energia norte-americana pela UE, um volume que os analistas consideram irrealista, e 600 mil milhões de dólares em investimento europeu nos EUA.
Ao mesmo tempo, os principais responsáveis económicos de Washington e Pequim prosseguem em Estocolmo as negociações destinadas a reduzir as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Outro fator que contribui para o otimismo nos mercados foi o anúncio de Trump de um novo prazo, de "10 ou 12 dias", para a Rússia mostrar progressos no processo de paz na Ucrânia. Caso contrário, o presidente ameaçou aplicar sanções tanto a Moscovo como aos países que continuem a comprar as suas exportações energéticas. “Os preços do petróleo reagiram à pressão acrescida dos EUA sobre a Rússia, o que reacende os receios de disrupções na oferta global”, escreveram analistas do ING numa nota de mercado, citada pela Reuters.
O foco vira-se agora para a reunião do Comité de Política Monetária da Reserva Federal, que decorre entre hoje e amanhã. A expectativa dos mercados é de manutenção dos juros, embora os analistas não descartem um discurso mais prudente por parte do banco central, numa altura em que os sinais de desaceleração da inflação começam a acumular-se.
Europa de volta ao verde com impulso da época de resultados. Philips dispara 14%
As principais praças europeias estão a negociar em território positivo, depois de terem encerrado a sessão anterior no vermelho, com o entusiasmo em torno do acordo comercial entre EUA e União Europeia (UE) a desvanecer-se. Os investidores estão a reagir esta terça-feira a uma série de resultados trimestrais, com o claro destaque a ir para a Philips que chegou a disparar 14% com uma revisão em alta do "outlook" para o resto do ano.
A esta hora, o Stoxx 600 avança 0,57% para 551,87 pontos, com quase todos os setores a negociarem no verde. O "benchmark" para a negociação europeia chegou a atingir máximos de quatro meses no arranque da sessão de segunda-feira, mas, à medida que os investidores iam avaliando melhor o acordo, o índice acabou por inverter a tendência de negociação.
"No final das contas, as tarifas continuam a ser más. Antes tínhamos taxas de 2,5%, agora temos 15%. No entanto, considero que entre 10% e 15% não há uma grande diferença. Quando o mercado perceber isso, vai começar a olhar para este acordo como um compromisso razoável" entre Bruxelas e Washington, refere Andrea Cicione, analista da TS Lombard, à Reuters.
O setor da defesa e aeroespacial é um dos que regista o melhor desempenho esta manhã, ao valorizar quase 2%, isto depois de ter registado três dias consecutivos de perdas. O acordo comercial entre EUA e UE não prevê a existência de tarifas para às empresas exportadoras de aeronaves e componentes das mesmas. Tanto a Airbus como a Safran registam ganhos expressivos, com a primeira a valorizar mais de 2% e a última a crescer quase 3%.
Por sua vez, a alemã Philips reduziu os ganhos, entretanto, para 10%, isto depois de a empresa ligada ao setor da saúde ter afirmado que o impacto esperado das tarifas vai ser inferior ao esperado inicialmente. A Philips espera agora um impacto entre os 150 e os 200 milhões de euros, enquanto a expectativa anterior era de 250 a 300 milhões de euros.
Entre as principais praças europeias, Madrid avança 0,48%, Frankfurt salta 1,05%, Paris cresce 1,10%, enquanto Londres sobe 0,35%, Amesterdão valoriza 0,41% e Milão sobe 0,81%.
Juros agravam na Zona Euro. Alemanha volta ao mercado de dívida
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a agravar esta terça-feira, um dia depois de os investidores terem acorrido às obrigações como ativo de refúgio. O acordo comercial entre EUA e União Europeia (UE), que impõe taxas aduaneiras de 15% às exportações dos 27 para território norte-americano, acabou por afastar os investidores das ações da região.
A "yield" das "Bunds" alemãs a dez anos, que serva de referência para a Zona Euro, regista o maior agravamento entre os seus pares, ao avançar 2 pontos base para 2,707%, isto depois de o chanceler do país ter alertado para os riscos das tarifas para a economia. Esta terça-feira, a Alemanha retorna ao mercado de dívida para emitir 4,5 mil milhões de euros a cinco anos.
Já os juros das obrigações francesas, também a dez anos, sobem 1,6 pontos base para 3,365%, enquanto os da dívida italiana crescem 1,7 pontos para 3,521% - depois de, na sessão anterior, terem registado o maior alívio entre os países da Zona Euro.
Pela Península Ibérica, a "yield" da dívida portuguesa com a mesma maturidade agrava-se em 1,7 pontos base para 3,120% e a da dívida soberana espanhola cresce 1,9 pontos para 3,290%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas seguem a mesma tendência de agravamento, embora em maior escala, ao subirem 2,6 pontos base para 4,671%.
Ouro ganha ligeiramente à espera da Fed e de novos dados económicos
O ouro está a valorizar ligeiramente esta terça-feira, recuperando parte das perdas registadas na véspera, à medida que os investidores aguardam os próximos dados macroeconómicos norte-americanos, a reunião da Reserva Federal e os desdobramentos nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e os seus principais parceiros.
A esta hora, o ouro avança 0,31% para 3.324,83 dólares por onça, depois de ter recuado 0,7% na segunda-feira e tocado mínimos de três semanas, pressionado por uma nova valorização do dólar e um ligeiro alívio nos receios de escalada na guerra comercial.
Segundo a Bloomberg, o metal precioso “segura a queda” enquanto os investidores se posicionam para três eventos que poderão abalar os mercados: a decisão de política monetária da Reserva Federal, um conjunto de indicadores económicos cruciais e os avanços nas conversações comerciais. O Departamento do Comércio norte-americano indicou ontem que é provável uma extensão de 90 dias da trégua com a China, enquanto um acordo de princípio foi alcançado com a União Europeia, prevendo tarifas de 15% sobre as importações, ou seja, metade do inicialmente ameaçado.
“Três grandes eventos - as negociações comerciais, a decisão da Fed e o relatório de emprego - alinham-se para aumentar a volatilidade dos preços do ouro”, referiu Dilin Wu, estratega do Pepperstone Group Ltd., citado pela agência.
Apesar da recente estabilidade, o ouro mantém uma valorização superior a 25% no acumulado do ano, sustentado pela procura por ativos de refúgio num contexto de incerteza geopolítica e comercial.
De acordo com a Reuters, o metal continua a atrair compradores quando está a negociar próximo dos 3.300 dólares. “Embora a dinâmica de curto prazo esteja a ser penalizada pelos acordos comerciais e pelo fortalecimento do dólar, há ainda potencial de valorização a médio prazo”, afirmou Tim Waterer, analista da KCM Trade.
O índice do dólar mantém-se perto de máximos de duas semanas, tornando o ouro mais caro para investidores que usam outras moedas. A expectativa predominante é de que a Fed mantenha as taxas de juro inalteradas, embora possíveis dissidências dentro do comité possam indicar divergências crescentes sobre o rumo da política monetária.
Entre os restantes metais preciosos, a prata desliza 0,05% para 38,20 dólares, a platina recua 0,85% para 1.384,77 dólares por onça e o paládio desce 1,7% para 1.225,44 dólares.
Euro sem espaço para "respirar" após acordo comercial entre EUA e UE
O acordo comercial alcançado entre os EUA e a União Europeia (UE) continua a não dar espaço para o euro respirar. A moeda única europeia está, novamente, a perder terreno esta terça-feira, depois de na sessão anterior já ter desvalorizado mais de 1% - a maior queda em mais de dois meses para a divisa. Os investidores continuam a digerir o entendimento entre Bruxelas e Washington e parecem acreditar que a última parte acabou por sair beneficiada (uma narrativa partilhada por países como a França e a Alemanha).
"Não demorou muito para o mercado perceber que estas 'boas notícias' eram, em termos absolutos, 'más notícias' no que diz respeito às implicações a curto-prazo que as tarifas vão ter para o crescimento económico da Zona Euro", explica Ray Attrill, diretor de câmbio do National Australia Bank, à Reuters. A esta hora, o euro desvaloriza 0,25% para 1,1560 dólares - o valor mais baixo desde 23 de junho.
Apesar de o acordo comercial diminuir as taxas aduaneiras que os produtos oriundos da UE enfrentam ao chegar aos EUA para os 15%, quando comparado com os 30% previamente anunciados, as exportações do bloco dos 27 vão continuar a enfrentar uma tarifa bastante mais elevada do que a que enfrentavam no início do ano (rondava os 1% e os 2%). Na segunda-feira, o chanceler alemão, Friedrich Merz, afirmou mesmo que a economia do país iria sofrer "gravemente" com as novas taxas.
Por sua vez, a "nota verde" está ainda a conseguir ganhar terreno face às suas outras principais concorrentes. A libra perde 0,13% para 1,3339 dólares - mínimos de dois meses -, enquanto o dólar acelera 0,25% para 0,8056 francos suíços. Já o iene contraria o cenário geral de reforço do dólar, com a divisa norte-americana a desvalorizar 0,04% para 148,47 ienes.
Os desenvolvimentos comerciais prometem continuar a definir o sentimento de negociação, numa altura em que as delegações chinesas e norte-americanas estão reunidas em Estocolmo, na Suécia, para discurtir um possível acordo. Mesmo que não consigam chegar a um entendimento final, os dois países procuram estender as tréguas comerciais por, pelo menos, mais três meses.
Petróleo estável após ter avançado mais de 2% na sessão anterior
O barril de petróleo está a negociar praticamente inalterado no mercado internacional, numa altura em que a incerteza é a palavra de ordem e os investidores continuam a digerir o acordo comercial alcançado entre os EUA e a União Europeia (UE).
A esta hora, o barril de Brent, referência para o mercado europeu, valoriza 0,07% para os 70,09 dólares (atingindo o valor mais elevado desde 18 de julho), enquanto o crude WTI (West Texas Intermediate) avança 0,12% para os 66,79 dólares. Estes movimentos acontecem depois de, na sessão anterior, os dois "benchmarks" para a negociação do crude terem avançado mais de 2%, impulsionados ainda pelas pressões de Donald Trump sobre a Rússia - com o Presidente norte-americano a anunciar que vai antecipar o prazo dado a Vladimir Putin para alcançar um cessar-fogo na Ucrânia.
O acordo comercial alcançado entre os EUA e a UE conseguiu afastar alguns dos receios em torno de um grande arrefecimento económico na economia dos 27. As tarifas finais ficaram abaixo do que tinha sido anteriormente anunciado (passaram de 30% para 15%), mas o valor final continua a levantar preocupações, uma vez que representa um agravamento face às taxas aduaneiras de 1% a 2% registadas no início do ano.
"Acreditamos que as tarifas de 15% vão ter um impacto negativo na economia europeia, embora seja improvável que arraste o bloco para uma recessão", explicam os analistas da ANZ, numa nota acedida pela Reuters. O banco australiano refere ainda que os detalhes em torno dos investimentos anunciados (que prevêem que a UE compre 750 mil milhões de euros em energia aos EUA e invista 600 mil milhões em território norte-americano) são difusos - e não há certezas sobre como Bruxelas vai cumprir estas promessas.
Os investidores aguardam agora pela reunião da Reserva Federal (Fed) norte-americana, que arranca esta terça-feira e termina já na quarta-feira. É expectável que o banco central deixe as taxas de juro inalteradas, mas os mercados aguardam pistas - potencialmente "dovish", refere Priyanka Sachdeva, analista da Phillip Nova, à agência de notícias - sobre o futuro da política monetária da maior economia do mundo.
Otimismo desvanece na Ásia após acordo comercial. Europa aponta para o verde
As principais praças asiáticas encerraram a sessão desta terça-feira maioritariamente em território negativo, numa altura em que o entusiasmo em torno do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e os EUA parece ter rapidamente desvanecido. As empresas passam a enfrentar uma tarifa de 15% na entrada de produtos em território norte-americano – um valor que, apesar de ser inferior aos 30% previamente anunciados, é ainda bastante superior às taxas aduaneiras de 1% a 2% que os mesmos bens enfrentavam ao chegarem aos EUA.
"Apesar de o cenário mais pessimista e penalizador ter sido evitado, o aumento das tarifas de 1% em janeiro [para 15% em agosto] é um crescimento significativo para as exportações europeias", explicam os economistas do JP Morgan, numa nota acedida pela Reuters. "Isto é um grande choque considerado que os EUA lideraram o comércio livre durante uma década", acrescentam, num cenário pessimista que, apesar de tudo, retira de cima da mesa a possibilidade de uma recessão na maior economia do mundo.
O sentimento de cautela pressionou as principais praças asiáticas, isto depois de já ter empurrado a Europa para o vermelho e ter deixado Wall Street dividida na sessão anterior. Pela China, o Hang Seng e o Shanghai Composite seguiram tendências distintas, com o primeiro - mais exposto ao contexto internacional - a cair 0,77% e o segundo a crescer 0,18%, numa altura em que as autoridades chinesas reúnem-se com as norte-americanas em Estocolmo, na Suécia, para negociar um acordo comercial e estender a trégua previamente declarada até meados de agosto.
Entre as restantes principais praças da região, os japoneses Topix e Nikkei 225 terminaram a negociação em baixa, com quedas de cerca de 0,8%, enquanto o australiano S&P/ASX 200 conseguiu encerrar à tona, com ganhos de 0,08%, e o sul-coreano Kospi acelerou 0,56%. Pela Europa, a negociação de futuros aponta para uma abertura em alta, seguindo um movimento de correção depois de na sessão anterior terem encerrado com perdas ligeiras.
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