Europa acelera com exceção do CAC. Jet2 afunda mais de 15%
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta quinta-feira.
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Europa acelera com exceção do CAC. Jet2 afunda mais de 15%
As bolsas europeias terminaram a sessão pintadas de verde, à exceção do francês CAC-40, enquanto os investidores continuam a apostar todas as fichas num corte de taxas de juro por parte da Reserva Federal na reunião de setembro.
O Stoxx 600 avançou 0,61% para 550,09 pontos, com os setores de media, telecomunicações e retalho a darem o maior impulso ao "benchmark". A impedir maiores avanços estiveram as ações ligadas ao setor das viagens e das matérias-primas.
Nos resultados por praça, o alemão DAX somou 0,74%, o italiano FTSEMIB valorizou 0,49%, o britânico FTSE 100 subiu 0,42%, enquanto o espanhol IBEX 35 avançou 0,61% e o neerlandês AEX somou 1,34%. Já o francês CAC-40 caiu 0,27%.
Depois de terem atingido um recorde no mês passado, as ações europeias perderam terreno nas últimas duas semanas devido às preocupações sobre os gastos orçamentais em alguns países do bloco, que agitaram os mercados obrigacionistas e acionistas. Agora, os investidores procuram por um novo catalisador.
"Setembro é um mês historicamente difícil" para as ações, de acordo com Angelo Meda, do Banor SIM SpA, à Bloomberg. "Todos estão à procura do catalisador para uma retração, e acho que o mercado de obrigações será o potencial motivo", acrescentou.
Entre os principais movimentos de mercado, a companhia aérea britânica Jet2 afundou mais de 15%, depois de a empresa ter avisado os mercados que antecipa que o seu EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) relativo ao exercício fiscal de 2025 fique pelo limiar inferior das estimativas anteriormente apresentadas, ou seja, perto dos 449 milhões de libras. O pessimismo alastrou-se para outras ações de viagens, como a Ryanair e a EasyJet, que recuaram 2,5% e 4,2%, respetivamente.
Já o setor de media está a receber impulso das declarações do CEO do Publicis Groupe que reafirmou a sua confiança em relação aos resultados no segundo semestre do ano da empresa de publicidade francesa. O Publicis Groupe avançou 1,6%, mas chegou a subir 2,19% para 82,98 euros.
A francesa Sanofi ficou entre as empresas que mais perderam, com uma queda de 8,3%, após um novo medicamento da empresa ter dececionado nos ensaios clínicos.
As ações da Heidelberg Materials e da Holcim subiram 3,5% e 2,2%, respetivamente, depois de o Goldman Sachs ter começado a cobrir ambas as empresas de cimento com recomendações de "compra" das ações.
França lidera alívio de juros da dívida da Zona Euro após palavras de Macron
Os juros das dívidas soberanas dos países da Zona Euro desceram esta quinta-feira, com maior procura de obrigações por parte dos investidores, isto depois de o Presidente francês, Emmanuel Macron, ter dito que está determinado a não convocar eleições antecipadas, procurando antes uma solução dentro da Assembleia Nacional.
O mercado respirou de alívio e os juros da divida francesa a dez anos foram mesmo os que mais desceram: aliviaram 5 pontos base para 3,489%. Já os juros das "Bunds" alemãs também a dez anos, de referência para a região, recuaram 2,1 pontos base para 2,716%. Em Itália a descida foi de 4,4 pontos para 3,567%.
Já na Península Ibérica, os juros da dívida soberana portuguesa recuaram 4 pontos para 3,133%, enquanto a "yield" espanhola cedeu 4,3 pontos para 3,301%.
Fora da Zona Euro, a "yield" das "Gilts" britânicas a dez anos, maturidade de referência, aliviaram 2,8 pontos base para 4,718%, depois de ontem terem deslizado mais de 5 pontos.
Dólar recupera. Investidores em modo "esperar para ver" antes de emprego nos EUA
O dólar norte-americano está a ganhar terreno face às outras divisas, numa altura em que parte do mercado parece estar mais cauteloso perante a grande certeza instalada de que o relatório do emprego dos EUA desta sexta-feira irá reforçar as apostas num corte das taxas de juro pela Reserva Federal.
Neste contexto, o euro perde 0,19% para 1,164 dólares. Já face à moeda nipónica, a nota verde sobe 0,42% para 148,72 ienes, numa altura em que os dois países estão na fase final das negociações para reduzirem as tarifas sobre as importações de automóveis japoneses. O índice do dólar DXY soma 0,27% para 98,41 pontos.
"Há tantas dúvidas sobre a situação da economia que as pessoas estão apenas a tentar ajustar as carteiras antes dos números de sexta-feira e não estão a fazer nenhuma aposta externa de um lado ou de outro", disse Marvin Loh, estratega da State Street, em declarações à Reuters.
O mercado parece estar assim em modo "esperar para ver".
"Rally" do ouro sofre travão com tomada de mais-valias
Os preços do ouro estão a recuar, num momento em que os investidores fazem a tomada de mais-valias após o metal ter subido durante sete sessões e ter atingido recordes consecutivos nas últimas duas sessões, em que chegou a tocar nos 3.578,51 dólares por onça.
"Depois de atingir um máximo histórico na sessão anterior, a subida do metal precioso fez uma pausa, refletindo condições mais calmas no mercado obrigacionista, que reduziram a procura por ativos de refúgio e incentivaram tomadas de lucro. Apesar desta pausa, a perspetiva para o ouro mantém-se positiva", disse Ricardo Evangelista, CEO da ActivTrades Europe, numa nota a que o Negócios teve acesso.
Esta tarde, o metal amarelo cai 0,41% para 3.544,95 dólares por onça.
Depois dos pedidos por subsídio de desemprego terem ficado acima das expectativas e da criação de emprego no setor privado ter ficado aquém do esperado, o mercado espera pelo relatório da criação de emprego do lado de lá do Atlântico em agosto, que será divulgado esta sexta-feira. Caso os dados sejam fracos - seguindo a tendência dos três meses anteriores - as apostas de que a Reserva Federal (Fed) vai cortar os juros na reunião deste mês vão crescer.
"Com as expectativas de corte de juros da Fed já descontados no preço, o relatório mensal de empregos de amanhã torna-se o ponto principal. Qualquer mudança nessa perspectiva vai impactar diretamente o dólar e, por extensão, o ouro", disse David Meger, da High Ridge Futures, à Reuters.
O mercado está a antecipar uma possibilidade de 98% de um corte de 25 pontos-base na taxa neste mês, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group. O Goldman Sachs reviu em alta as projeções para os preços do ouro em 2026, acreditando que podes "subir bem acima" dos 4.000 dólares por onça.
Noutros metais, a prata cai 1,3% para 40,65 dólares por onça, a platina mergulha 3,76% e o paládio 1,6%.
Aumento de oferta da OPEP+ pesa nos preços do crude
Os preços do petróleo estão a cair mais de 1% esta quinta-feira, somando-se às quedas de 2% na sessão anterior, enquanto o mercado continua a incorporar o possível aumento de produção de crude em outubro pela Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+). A decisão deverá ser anunciada após a reunião do cartel, no dia 7, este domingo.
O analista Tamas Varga, da PVM, disse à Reuters que o possível aumento poderia enviar um forte sinal do grupo de que recuperar a quota de mercado perdida é mais importante do que manter os preços num nível estável. O mercado deverá entrar em excesso de oferta no final do ano, dizem os analistas do Goldman Sachs, numa nota, prevendo que o Brent rondará os 50 dólares por barril no final de 2026.
O preço do Brent, o índice de referência para a Europa, perde 1,55% para 66,55 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI), a referência norte-americana, negoceia nos 63,01 dólares, uma descida de 1,50%.
No entanto, o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, disse que a OPEP+ ainda irá "analisar a situação atual como um todo" antes de tomar uma decisão.
Os dados sobre as reservas de "ouro negro" também pressionaram os preços. Nos EUA, uma estimativa da indústria mostrou que os "stocks" de petróleo bruto no centro de armazenamento de Cushing, Oklahoma - o ponto de referência para o West Texas Intermediate - aumentaram 2,1 milhões de barris na semana passada. Se confirmado pelos números oficiais desta quinta-feira, este seria o maior aumento desde março.
Wall Street abre mista antes de dados do emprego nos EUA
As bolsas norte-americanas arrancaram em ligeira alta esta quinta-feira, numa altura em que os dados económicos reforçam um cenário de abrandamento no mercado de trabalho dos EUA, mantendo vivas as apostas dos investidores de que a Reserva Federal vai cortar as taxas de juro na reunião deste mês.
A criação de emprego no setor privado aumentaram menos do que o antecipado pelos analistas, enquanto os pedidos de subsídio de desemprego foram acima das expectativas. O mercado espera que a flexibilização da política monetária por parte da Fed saia reforçada amanhã, quando for divulgado o relatório da criação de emprego, que deverá indicar o período mais fraco de crescimento do emprego do lado de lá do Atlântico desde a pandemia.
Segundo os economistas ouvidos pela Bloomberg, terão sido criados 75 mil empregos em agosto, o que marcaria o quarto mês consecutivo de crescimento do emprego abaixo dos 100 mil. A taxa de desemprego deve subir para 4,3% – o nível mais alto desde 2021.
"Mesmo com os governadores mais céticos em relação à flexibilização, eles devem admitir os riscos crescentes de enfraquecimento do mercado de trabalho", afirmou Will Compernolle, da FHN Financial, à Bloomberg. "Se este impulso continuar nos próximos meses, as empresas em breve estarão a despedir trabalhadores mais rapidamente do que a contratá-los, ao ponto de se verificar um crescimento negativo do emprego", acrescentou.
Neste contexto, na abertura o S&P 500 avançava 0,13% para 6.456,49 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite acelerava 0,25% para 21.550,62 pontos. Em contraciclo, o industrial Dow Jones caía 0,16% para 45.199,17 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado, a Salesforce desce 7,6% após a empresa ter previsto uma receita do terceiro trimestre abaixo das estimativas de Wall Street esta quarta-feira.
A American Eagle Outfitters dispara mais de 31%, depois de uma previsão de vendas no terceiro trimestre acima das estimativas, já que suas parcerias impulsionaram a procura pela marca.
Euribor com nova subida a três e seis meses e descida a 12 meses
As taxas Euribor voltaram a subir nesta quinta-feira nos prazos de três e seis meses, descendo a 12 meses face à sessão anterior.
A taxa a três meses subiu 0,002 pontos para 2,078%, o que compara com 2,076% na véspera, mantendo-se abaixo das taxas a seis (2,103%) e a 12 meses (2,191%).
A taxa Euribor a seis meses, que em janeiro do ano passado passou a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu 0,004 pontos, para 2,103%, contra 2,099% na sessão anterior.
No caso da Euribor a 12 meses, por sua vez, desceu face a quarta-feira em 0,001 pontos, para 2,190%.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a julho indicam que a Euribor a seis meses representava 37,96% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses acumulavam, respetivamente, 32,09% e 25,51%, respetivamente.
Em agosto, a Euribor a três meses atingiu uma média de 2,021%, a seis meses de 2,084% e a 12 meses 2,114%, contra, respetivamente, 1,986%, 2,055% e 2,079% em julho.
Na última reunião de política monetária, em 24 de julho, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas diretoras, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
Enquanto alguns analistas antecipam a manutenção das taxas diretoras pelo menos até ao final deste ano, outros preveem um novo corte, de 25 pontos base, em setembro.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 10 e 11 de setembro em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
"Rally" da inteligência artificial na China sobreaquece e Cambricon afunda mais de 14%
A ascenção meteórica da Cambricon em bolsa parece ter chegado ao fim – ou, pelo menos, embateu numa barreira que terá agora de contornar. As ações da tecnológica, considerada por muitos a rival chinesa da Nvidia, afundaram 14,15% esta quinta-feira, num dia particularmente negativo para o mercado acionista do país.
A queda no valor dos títulos da Cambricon contribuiu para a queda de mais de 6% do Star 50, o principal índice tecnológico chinês. O "sell-off" no setor reflete uma tomada de mais-valias por parte dos investidores após um "rally" nas ações ligadas à inteligência artificial, que levaram a empresa liderada por Chen Tianshi a duplicar a sua capitalização de mercado em apenas um mês. Os "traders" encontram-se ainda a avaliar a sustentabilidade destas grandes valorizações.
O CSI 300, "benchmark" para a negociação da China continental, encerrou o último mês com ganhos de 10% - um dos melhores desempenhos a nível mundial. No entanto, esta quinta-feira, o índice encerrou com perdas de mais de 2%, o pior desempenho em mais de cinco meses, após ter sido noticiado que os reguladores financeiros do país estão a considerar implementar medidas para "arrefecer" o mercado acionista. O objetivo é salvaguardar os investidores de retalho.
"Hoje houve um certo pânico na liquidação das ações das tecnológicas chinesas, que foi principalmente impulsionado pelo sentimento [dos investidores]. As correções no meio de um 'bull market' tendem a ser bastante intensas”, explica Zhang Kexing, sócio da Beijing Gelei Asset Management, à Bloomberg. Apesar disto, o analista não acredita que tenha sido atingido "o pico da valorização dos fabricantes de hardware".
"Normalmente, as quedas a longo prazo são espoletadas depois do lançamento de políticas que são prejudiciais para o setor. Analisando as políticas de IA reveladas na semana passada, as autoridades ainda estão muito favoráveis ao crescimento deste setor", completou.
França fica à margem do otimismo na Europa. Companhia aéreas sob pressão
As principais praças europeias arrancaram a sessão desta quinta-feira a negociar, maioritariamente, no verde, com França a ser a única a escapar deste otimismo. A Europa continua, assim, num caminho de recuperação face ao "sell-off" vivido no início da semana, numa altura em que os investidores antecipam novos dados económicos e as companhias aéreas travam maiores ganhos nos índices da região.
A esta hora, o Stoxx 600 avança 0,30% para 548,44 pontos, relativamente próximo dos máximos de 565,18 pontos atingidos no mês passado. A nível setorial, as empresas ligadas às viagens registam o pior desempenho entre os seus pares, enquanto as retalhistas e as ações de media estão a dar força às praças do Velho Continente.
A companhia aérea britânica Jet2 está a afundar 12,65% para 14,90 libras, depois de a empresa ter avisado os mercados que antecipa que o seu EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) relativo ao exercício fiscal de 2025 fique pelo limiar inferior das estimativas anteriormente apresentadas, ou seja, perto dos 449 milhões de libras. O pessimismo alastrou-se para outras ações de viagens, como a Ryanair e a EasyJet, que caem agora cerca de 3%.
Já o setor de media está a receber impulso das declarações do CEO do Publicis Groupe, uma empresa de publicidade francesa, que reafirmou a sua confiança em relação aos resultados no segundo semestre do ano. A esta hora, o Publicis Groupe avança 2,19% para 82,98 euros.
As ações europeias têm enfrentado alguma volatilidade nas duas últimas semanas, depois de terem alcançado máximos históricos no mês passado, numa altura em que os investidores mostram grandes preocupações em torno da saúde das contas públicas dos países da região e a crise política em França continua a "assombrar" os mercados.
Nos resultados por praça, o alemão DAX soma 0,44%, o italiano FTSEMIB valoriza 0,20%, o britânico FTSE 100 sobe 0,39%, enquanto o espanhol IBEX 35 avança 0,25% e o neerlandês AEX soma 0,39%. Já o francês CAC-40 cai 0,40%.
Juros aliviam na Zona Euro. Itália e França lideram recuos
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão, novamente, a aliviar esta quinta-feira, depois de ontem terem recuperado de forma tímida do mais recente "sell-off" que assolou os mercados financeiros. Ainda durante esta manhã, Espanha vai emitir dívida de curto e médio prazo, entre três e 12 anos, enquanto França procura financiamento a dez, 17 e 31 anos - isto depois de os juros das obrigações gaulesas a 30 anos terem atingindo máximos do século no mercado secundário.
A esta hora os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, de referência para a região, caem 1,8 pontos base para 2,719%, enquanto a "yield" das obrigações francesas alivia 2,6 pontos para 3,513%. Em Itália regista-se a maior descida, com os juros da dívida a caírem 2,9 pontos para 3,582%.
Já na Península Ibérica, os juros da dívida soberana portuguesa recuam 2,2 pontos para 3,151%, enquanto a "yield" espanhola cede 2,5 pontos para 3,319%.
Fora da Zona Euro, a "yield" das "Gilts" britânicas a dez anos, maturidade de referência, estão a aliviar 1,4 pontos base para 4,732%, depois de ontem terem deslizado mais de 5 pontos. Na terça-feira, os juros da dívida a 30 anos atingiram o valor mais elevado do século, em máximos de 1998. O presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, minimizou a importância do aumento nos rendimentos dos títulos de longo prazo, apontando para os esforços do Gabinete de Gestão da Dívida para reduzir a emissão total.
Tomada de mais-valias afasta ouro de máximos históricos
Os preços do ouro estão a negociar em território negativo esta quinta-feira, numa altura em que os investidores aproveitam os ganhos mais recentes para procederem com a tomada de mais-valias. Depois de vários meses à procura de novos catalisadores, uma série de fatores elevou o metal precioso para máximos históricos: desde as preocupações com a sustentabilidade das contas públicas de várias economias, até ao aumento das expectativas em torno de um corte nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed).
A esta hora, o ouro recua 0,64% para 3.536,64 dólares por onça, depois de, na quarta-feira, ter chegado a tocar nos 3.578,50 dólares. "Estamos a ver algumas tomadas de mais-valias, mas o ouro ainda está em alta neste momento. As expectativas de corte das taxas de juro e as preocupações com a independência da Fed vão aumentar a procura por ativos seguros", explicou Brian Lan, diretor executivo da GoldSilver Central, à Reuters.
Apesar destas expectativas em torno da retoma da flexibilização monetária ainda terem de enfrentar, pelo menos, dois testes antes da reunião do banco central, uma nova leitura sobre o mercado laboral nos EUA veio alimentar estas esperanças. O número de vagas de emprego caiu mais do que esperado em julho, com vários governadores da Fed a indicarem que é altura de começar a cortas nas taxas de juro - com o nome de Christopher Waller a estar presente nesta lista.
No entanto, os mercados continuam bastante nervosos com o que o Supremo Tribunal pode decidir em relação à legalidade das tarifas de Donald Trump. O Presidente norte-americano afirmou na quarta-feira que, caso esta instância decidisse contra a Casa Branca, os acordos comerciais alcançados com a União Europeia, Japão e Coreia do Sul, entre outros, cairiam por terra.
Dólar joga à defesa à espera de novos dados
O dólar está a negociar praticamente inalterado em relação ao euro, numa semana bastante volátil para a divisa norte-americana. Os investidores têm dividido as suas atenções entre um iminente corte nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed) dos EUA, ao mesmo tempo que continuam a digerir o mais recente "sell-off" no mercado da dívida global.
A esta hora, o euro recua 0,08% para 1,1653 dólares, enquanto a libra cede 0,10% para 1,3431 dólares. A "nota verde" ganha ainda terreno face à divisa nipónica, ao avançar 0,16% para 148,33 ienes. São movimentações bastante modestas, numa altura em que os mercados aguardam pelos dados da criação de emprego nos EUA para ajustarem as suas posições.
Com a Fed bastante atenta aos desenvolvimentos no mercado laboral, os dados da criação de emprego vão estar sob escrutínio na sexta-feira. É esperado que os EUA tenham criado 75 mil novos postos de trabalho em agosto – um ligeiro aumento face ao mês anterior, mas ainda em números bastante baixos comparados com o arranque do ano. Na quarta-feira, foi revelado que o número de vagas de emprego disponíveis caiu para o número mais baixo em dez meses em agosto.
Neste contexto, o economista-chefe da ING, James Knightley, considera que a Fed deve – "muito provavelmente" – cortar nas taxas de juro nos próximos meses, com poucas pressões inflacionistas a virem do mercado laboral. "É esperado que o banco central proceda com alívios de 25 pontos base em setembro, outubro e dezembro", afirmou ainda.
Petróleo em queda com OPEP+ e reservas nos EUA em foco
O barril de petróleo está a desvalorizar pelo segundo dia consecutivo, depois de ter arrancado a semana com grandes ganhos devido à escalada no conflito entre a Ucrânia e a Rússia. As preocupações geopolíticas estão a ser eclipsadas, no entanto, pelas perspetivas de um excedente de crude no mercado, principalmente depois de uma estimativa no EUA ter apontado para o maior crescimento semanal das reservas desta matéria-prima desde março.
A esta hora, o preço do Brent, o índice de referência para a Europa, perde 1,09% para 66,86 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI), a referência americana, negoceia nos 63,23 dólares, uma descida de 1,16%. Na sessão anterior, os dois "benchmarks" já tinham registado quedas avultadas, depois de ter sido noticiado que a Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) estará a planear mais um aumento da oferta em outubro para ganhar quota de mercado.
"Com os preços do petróleo Brent atualmente acima dos 65 dólares por barril, faz sentido que a OPEP+ esteja, pelo menos, a considerar aumentar ainda mais a produção", explicou Vivek Dhar, analista do Commonwealth Bank of Australia, numa nota acedida pela Bloomberg. No entanto, e com o verão a acabar, o verdadeiro "teste para os preços do crude vai ser um potencial aumento das reservas durante os meses de inverno", completou Suvro Sarkar, do DBS Bank, à Reuters.
Ainda em foco estão possíveis medidas que os EUA podem vir a tomar para travar as exportações de petróleo russo. Depois de a administração Trump ter imposto tarifas de 50% à Índia, de forma a penalizar o país por continuar a comprar crude à Rússia, o Presidente dos EUA não descarta avançar com uma "fase dois" ou até mesmo uma "fase três" para atingir Moscovo numa das suas principais fontes de receita. Segundo dados apresentados pelo secretário norte-americano da Energia, cerca de 90% do petróleo russo é exportado para a Índia e para a China.
Recuperação na Ásia deixa China de fora. Europa aponta para o verde
Os principais índices asiáticos estão a seguir, na sua maioria, a tendência de recuperação que os seus pares europeus e norte-americanos registaram na sessão anterior, com a exceção da China, após um "sell-off" no mercado da dívida ter levantado preocupações em torno das finanças públicas dos países desenvolvidos. Os investidores estão ainda a reagir a uma nova leitura do mercado laboral dos EUA, com a criação de emprego a atingir o nível mais baixo em dez meses no mês passado – aumentando, assim, as expectativas em torno de um corte nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed).
A Europa também está a ser contagiada pelo otimismo em torno da política monetária do outro lado do Atlântico, com a negociação de futuros do Euro Stoxx 50 a apontar para uma abertura em alta, num dia em que vão ser conhecidos dados relativos às vendas a retalho na União Europeia (UE) e os investidores encontram-se ainda atentos a uma possível decisão do Supremo Tribunal norte-americano em relação à legalidade das tarifas da administração Trump.
Voltando à Ásia, o "benchmark" para a negociação chinesa, o CSI 300, está a derrapar mais de 2,6%, depois de ter sido noticiado que o regulador financeiro do país está a ponderar introduzir medidas para "arrefecer" o mercado acionista. As ações chinesas têm registado uma tendência altista este ano e, desde o início do mês passado, já foram investidos 1,2 biliões de dólares em empresas do país. A esta hora, também o Hang Seng, de Hong Kong, e o Shanghai Composite registam perdas de 1,07% e 1,62%, respetivamente.
Já pelo Japão, os investidores conseguiram respirar de alívio, depois da ida do país ao mercado da dívida para se financiar, com as obrigações a 30 anos ter conseguido registar uma procura sólida. Após o "sell-off" de títulos de dívida mundial, existiam preocupações de que a nação asiática poderia não conseguir financiar-se – principalmente, depois de a "yield" de longo prazo do Japão ter atingido o valor mais elevado de sempre. Tanto o Topix como o Nikkei 225 encerraram a sessão com ganhos de 1,01% e 1,45%.
Nas restantes praças asiáticas, manteve-se a tendência de recuperação. O australiano S&P/ASX 200 avançou 1%, enquanto o sul-coreano Kospi ganhou 0,24% e o indiano Nifty 50 cresce 0,48%.
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