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Ao minuto01.08.2025

Europa com pior sessão desde abril devido às tarifas. Ouro ganha e dólar cai

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta sexta-feira. O dia está a ser marcado pelas tarifas impostas pelos EUA a 68 países e pela forte revisão em baixa da criação de emprego nos EUA.

Traders afastaram-se das ações e apostaram nos ativos de refúgio
Traders afastaram-se das ações e apostaram nos ativos de refúgio Peter Dejong/AP
01 de Agosto de 2025 às 17:32
01.08.2025

Europa regista pior sessão desde abril. Tarifas voltam a ensombrar mercados

Os principais índices europeus fecharam a sessão desta sexta-feira com o maior tombo dos últimos quatro meses, depois de as tarifas anunciadas pelo Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, terem atingido os mercados com uma nova onda de volatilidade.

O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – cedeu 1,89% para os 535,79 pontos.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX tombou 2,66%, o britânico FTSE 100 recuou 0,70%, o holandês AEX desvalorizou 1,91%, o espanhol IBEX 35 perdeu 1,88%, o italiano FTSEMIB cedeu 2,55% e o francês CAC-40 recuou 2,91%.

As ações europeias aumentaram as perdas registadas no início da sessão, após ter mostrado que o crescimento do emprego na maior economia mundial arrefeceu acentuadamente nos últimos três meses, fator que poderá levar a Reserva Federal (Fed) norte-americana a exercer mais cortes nas taxas de juro ainda durante este ano, ao contrário do previsto até agora pelos analistas.

No plano comercial, Trump voltou à carga ao anunciar uma série de novas tarifas que pressionaram de forma expressiva os mercados. A mais recente investida do republicano definiu taxas alfandegárias mínimas de 10%, com tarifas de 15% ou mais para países com excedentes comerciais com os EUA. Além disso, , prevê que sejam aplicadas e de 39% à Suíça.

Além disso, Trump terá enviado , incluindo a norte-americana Eli Lilly e a dinamarquesa Novo Nordisk, insistindo para que baixem os preços de novos medicamentos, dando-lhes 60 dias para cumprirem voluntariamente a medida.

Entre as farmacêuticas do Velho Continente, a Novo Nordisk chegou a ceder 6% durante a negociação, mas reduziu as perdas e fechou o dia a perder quase 2%, assim como a AstraZeneca.

Além destes fatores, também resultados pouco animadores das cotadas da região têm atenuado os ganhos das ações europeias.

“O entusiasmo do primeiro trimestre pelas ações europeias desvaneceu-se”, disse à Bloomberg Vincent Juvyns, do ING Belgium. "Parece agora que se tratou apenas de uma anomalia. É evidente que os mercados americanos voltaram a estar em vantagem. As empresas europeias geram um quarto dos seus lucros nos EUA, pelo que o aumento das tarifas irá inevitavelmente prejudicá-las nos próximos trimestres", acrescentou o especialista.

Entre os setores, não houve nenhum a valorizar, sendo que a banca (-2,95%) sofreu as maiores quedas, seguido dos bens e serviços (-2,76%) e do turismo (-2,67%).

01.08.2025

Juros aliviam em toda a linha na Zona Euro. Traders recorrem a ativos-refúgio em dia negativo para as bolsas

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro aliviaram em toda a linha esta sexta-feira, num dia em que os principais índices bolsistas do Continente registaram pesadas perdas, com os “traders” a recorrerem a ativos-refúgio como as obrigações.

Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, aliviaram 1,1 pontos-base, para 3,102%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento caiu 1,2 pontos, para 3,258%.

Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa decresceu 0,1 pontos-base para 3,345%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, aliviaram 1,7 pontos para 2,675%.

Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguiram a mesma tendência, ainda que de forma mais expressiva e recuaram 4,4 pontos-base para 4,523%.

01.08.2025

Dólar recua com dados fracos de emprego nos EUA e apostas em cortes nas taxas de juro

Dólar dos EUA segue para valorização semanal

O dólar até começou o dia em alta, mas segue agora a cair esta sexta-feira, penalizado por dados abaixo do esperado do mercado laboral norte-americano, que reforçaram as expectativas de cortes nas taxas de juro por parte da Reserva Federal ainda este ano.

O índice DXY, que mede o desempenho da divisa norte-americana face a um cabaz de seis moedas rivais, desvaloriza 1,14% para 98,833 pontos, atingindo mínimos de sete semanas.

Os dados publicados revelaram que a economia dos EUA , bem abaixo dos 100 mil esperados pelos analistas. Além disso, os números de junho foram revistos em forte baixa, de 147 mil para apenas 14 mil. A taxa de desemprego subiu para 4,2%, tal como antecipado.

É pior do que qualquer um esperava e a revisão em baixa dos meses anteriores é o golpe final”, afirmou Helen Given, diretora de “trading” da Money USA, à Reuters.

Com estes números, os mercados voltaram a reforçar as apostas em cortes nos juros. Os contratos futuros sobre a Fed apontam agora para dois cortes até ao final do ano, com o primeiro já em setembro.

O euro avança 1,29% para 1,1562 dólares, recuperando do mínimo de sete semanas atingido mais cedo, nos 1,1389. Apesar da subida, a moeda única ainda acumula perdas próximas de 3% na semana.

“O euro foi penalizado pela reação negativa ao acordo comercial entre os EUA e a União Europeia, visto por muitos investidores como aquém do ideal do ponto de vista europeu, criando novos obstáculos para as economias do Velho Continente”, afirmou Ricardo Evangelista, CEO da ActivTrades Europe, acrescentando que a atenção do mercado cambial está agora centrada nos dados de emprego e na possível resposta da Fed.

O dólar também perde terreno face ao iene, recuando 1,80% para 148,04 ienes, e desliza 0,96% frente ao franco suíço, para 0,8045 francos, depois de atingir o valor mais elevado desde junho. O franco suíço é um dos mais afetados pelas , com uma taxa de 39% sobre importações suíças. O é outro dos países afetados, com tarifas de 35%.

Entre outras divisas, a libra valoriza 0,48% para 1,3271 dólares, enquanto o dólar canadiano ganha 0,54%, com o par USD/CAD a cair para 1,3781.

01.08.2025

Ouro dispara quase 2% após dados do emprego nos EUA abaixo do esperado

ouro

preço do ouro avança perto de 2% nesta sexta-feira, atingindo o nível mais alto em uma semana, impulsionado pelos dados de emprego dos Estados Unidos abaixo do esperado, que aumentaram as apostas em cortes de juros pela Reserva Federal ainda este ano.

A esta hora, o ouro sobe 1,61%, para 3.342,82 dólares por onça, após ter tocado os 3.351,61 dólares mais cedo, o nível mais elevado desde 25 de julho. Já a prata ganha 0,89%, a 37,04 dólares, o paládio valoriza 2,3%, a 1.217,91 dólares e a platina sobe 0,72%, para 1.301,40 dólares.

“A leitura do “payroll” ficou abaixo das expectativas, embora um pouco acima do que o mercado estava a projetar. Isso melhora a probabilidade de que a Fed venha a cortar juros ainda este ano”, afirmou Bart Melek, estrategista-chefe de “commodities” da TD Securities, citado pela Reuters. Destaca também que os cortes ganham força num contexto de “pressões inflacionistas causadas por tarifas e salários”, combinadas com dados fracos do mercado de trabalho.

O relatório do Departamento do Trabalho mostrou que a de trabalho adicionados, após uma revisão em baixa para 14 mil em junho. O número ficou significativamente abaixo das projeções.

Na quarta-feira, a , com Jerome Powell a dizer que “ainda é cedo” para antecipar uma decisão sobre cortes já em setembro. Mesmo assim, os mercados já antecipam duas reduções até ao final do ano.

Além dos dados económicos, a procura por ativos de refúgio também aumentou após o anúncio de por parte dos EUA sobre importações de países como Canadá, Brasil, Índia e Taiwan, o que provocou tensão nos mercados globais.

01.08.2025

Petróleo recua após ganhos semanais. Investidores atentos a tarifas e tensões geopolíticas

petroleo combustiveis

Os preços do petróleo seguem a recuar esta sexta-feira, após perdas superiores a 1% na véspera, com os investidores a avaliarem o impacto das novas tarifas comerciais norte-americanas e potenciais sanções sobre o mercado energético global.

A esta hora, o Brent desvaloriza 1,21% para 70,83 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WT) desliza 1,18%, para 68,44 dólares.

Apesar da correção, os contratos caminham para encerrar a semana com ganhos de 4,6% (Brent) e 6,5% (WTI), impulsionados, em parte, pelo alívio gerado pelos acordos comerciais entre os EUA e parceiros como a União Europeia, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido. Segundo Suvro Sarkar, do DBS Bank, o progresso nas negociações com a China poderá representar “um novo impulso de confiança para o mercado”.

Na quinta-feira, o Presidente norte-americano, Donald Trump, assinou uma ordem executiva impondo , como o Canadá, a Índia e Taiwan. As tarifas entram em vigor na próxima sexta-feira.

O mercado também reagiu esta semana à possibilidade de sanções secundárias sobre compradores de petróleo russo. Trump ameaçou impor penalizações de 100% às nações que continuem a importar crude da Rússia, numa tentativa de reforçar a De acordo com analistas do JP Morgan, estas medidas colocam em risco cerca de 2,75 milhões de barris diários de exportações marítimas russas, sobretudo para a China e a Índia, os dois maiores consumidores de petróleo a seguir aos Estados Unidos.

Por outro lado, a OPEP+ poderá decidir este domingo um novo aumento de produção para setembro. Fontes citadas pela Reuters apontam para uma subida potencial de até 548 mil barris por dia, embora o volume final ainda esteja em discussão dentro do grupo.

01.08.2025

Wall Street negoceia com perdas pesadas após relatório do emprego. Amazon tomba 6%

Os principais índices do lado de lá do Atlântico negoceiam com perdas a esta hora, à medida que os investidores pesam um fraco relatório do emprego contra os impactos das tarifas anunciadas pelo Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, na economia.

O S&P 500 perde 1,24% para os 6.260,59 pontos, o Dow Jones cede igualmente 1,24% para 43.584,08 pontos e o Nasdaq Composite recua 1,64% para 20.775,68 pontos.

O crescimento do emprego nos EUA arrefeceu acima do previsto. Assim, o mercado de trabalho norte-americano parece estar a entrar numa fase de abrandamento numa altura em que a incerteza económica generalizada pressiona a confiança dos investidores.

A economia dos EUA criou 73 mil empregos em julho, um valor abaixo dos 104 mil antecipados pelos analistas, revelou esta sexta-feira o Gabinete de Estatísticas Laborais dos EUA.

A nova leitura da criação de emprego em maio passou dos 144 mil para 19 mil e os dados de junho caíram de 147 mil para 14 mil. Assim, no que toca ao rumo da política monetária, o cenário muda drasticamente e o mercado já aposta que a Reserva Federal (Fed) norte-americana corte duas vezes as taxas de juro até final do ano.

“O relatório de sexta-feira sobre o emprego foi mais fraco do que o esperado, o que mostra que os empregadores ainda parecem estar à margem da incerteza macroeconómica elevada”, disse à Bloomberg Glen Smith, da GDS Wealth Management. "O abrandamento da criação de emprego tem vindo a verificar-se há vários meses e esta tendência poderá levar a Reserva Federal a reduzir as taxas de juro já no próximo outono”, acrescentou o especialista.

No plano comercial, Trump apresentou uma série de novas tarifas que estão a pressionar a negociação a esta hora. A mais recente investida do republicano definiu taxas alfandegárias mínimas de 10%, com tarifas de 15% ou mais para países com excedentes comerciais com os EUA. Além disso, , preveem que sejam aplicadas taxas aduaneiras de 35% ao Canadá e de 39% à Suíça.

No plano empresarial, os investidores estão hoje a reagir aos resultados da Amazon e da Apple, apresentados após o fecho dos mercados de ontem. A Apple segue a ganhar mais de 1,50% depois de ter , superando as estimativas de Wall Street. Já a Amazon tomba mais de 6% após ter.

Entre as restantes “big tech”, a Nvidia recua 2,46%, a Alphabet perde 1,32%, a Microsoft cede 0,47% e a Meta desvaloriza 1,71%.

01.08.2025

Euribor cai a três e seis meses e sobe a 12 meses

A taxa Euribor desceu hoje a três e seis meses e subiu a 12 meses face a quinta-feira, depois de ter terminado julho com a média mensal a avançar nos prazos mais curtos e a recuar no mais longo.

Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que recuou para 1,994%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,070%) e a 12 meses (2,147%).

Em relação às médias mensais da Euribor, estas inverteram a tendência dos últimos meses e subiram ligeiramente nos dois prazos mais curtos, mas de forma mais acentuada a seis meses.

Já a 12 meses, depois de se ter mantido em junho, a média da Euribor desceu, 0,002 pontos para 2,079%.

A média da Euribor em julho subiu 0,002 pontos para 1,986% a três meses e 0,005 pontos para 2,055% a seis meses.

A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou hoje, ao ser fixada em 2,070%, menos 0,005 pontos do que na quinta-feira.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a junho indicam que a Euribor a seis meses representava 37,74% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.

Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,28% e 25,58%, respetivamente.

No prazo de 12 meses, a taxa Euribor avançou, ao ser fixada em 2,147%, mais 0,021 pontos.

A Euribor a três meses recuou hoje, para 1,994%, menos 0,014 pontos do que na sessão anterior e ficou abaixo de 2% depois de quatro sessões consecutivas acima.

Na última reunião de política monetária, em 24 de julho, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas diretoras, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.

Enquanto alguns analistas antecipam a manutenção das taxas diretoras pelo menos até ao final deste ano, outros preveem um novo corte, de 25 pontos base, em setembro.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 10 e 11 de setembro em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

01.08.2025

Turbulência comercial volta a atirar Europa ao tapete. Novo Nordisk afunda mais de 4%

bolsas mercados graficos traders

A nova leva de tarifas apresentadas por Donald Trump, que contemplam o Canadá com taxas aduaneiras de 35% e a Suíça com 39%, estão a lançar choques pelos mercados globais e a Europa não está a escapar a este cenário. Os principais índices europeus negoceiam todos no vermelho, com várias praças a perderem mais de 1% esta manhã - isto depois de já terem terminado a sessão de quinta-feira com perdas, pressionadas por uma série de resultados trimestrais desapontantes. 

A esta hora, o Stoxx 600, "benchmark" para a negociação europeia, perde 1,12% para 539,99 pontos, perdendo a vantagem que acumulou no primeiro semestre do ano face aos índices norte-americanos Nasdaq Composite e S&P 500. A resposta dos mercados suíços às negociações falhadas entre Berna e Washington só deve chegar na segunda-feira, uma vez que a bolsa a SIX Swiss Exchange está encerrada devido a um feriado local. 

Entre as principais praças da região, Frankfurt cai 1,63%, Paris cede 1,57% e Milão perde 1,28%. Com desvalorizações mais modestas, Madrid desliza 0,57%, Londres cai 0,78% e Amesterdão regista um decréscimo de 0,88%. 

Além de uma resposta individual a países que Trump considera não terem feito o suficiente para chegar a um acordo, o . Para os países aos quais os EUA vendem mais do que compram, continua em vigor a taxa de 10% definida em abril. No entanto, para as nações às quais o país tenha um défice comercial, as tarifas passam para os 15%. 

De acordo com cálculos feitos pela Bloomberg, e considerando estes novos desenvolvimentos, a média de taxas aduaneiras aplicadas aos produtos que chegam a território norte-americano passará agora para 15,2% - um aumento dos 13,3% praticados atualmente e um crescimento significativo comparado com os 2,3% de 2024. 

Todos os setores que compõe o Stoxx 600 estão a negociar em terreno negativo, com o setor ligado à saúde a apresentar um dos piores desempenhos. As farmacêuticas são as principais responsáveis por estas quedas, depois de Donald Trump ter pressionado uma série de empresas a baixarem os preços dos medicamentos nos EUA - sob pena de represálias. A título de exemplo, a Novo Nordisk afunda mais de 4% esta manhã, enquanto a AstraZeneca cede mais de 3%. 

"O entusiasmo do primeiro trimestre pelas ações europeias arrefeceu - agora parece que foi apenas uma anomalia -, com os mercados dos EUA a retomarem a liderança", afirmou Vincent Juvyns, estratega-chefe de investimentos da ING Belgium SA, à Bloomberg. "As empresas europeias geram um quarto dos seus lucros nos EUA. Tarifas mais altas inevitavelmente vão ter um impacto negativo nos próximos trimestres", conclui. 

Entre as principais movimentações de mercado, a Daimler Truck afunda 4,86% para 40,75 euros, isto depois de a fabricante alemã de veículos comerciais ter revisto em baixa as suas expectativas para o resto ano, citando o impacto das tarifas e da incerteza em relação ao futuro nas vendas do mercado norte-americano. 

01.08.2025

Juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravam em toda a linha

As “yields” da dívida soberana da Zona Euro subiram de forma generalizada esta sexta-feira, acompanhando a pressão global nos mercados obrigacionistas, impulsionada por dados resilientes nos EUA e pelo impacto das novas tarifas comerciais de Trump, que elevaram a perceção de risco.

Na Alemanha, os juros das “bunds” a dez anos, referência para a região, avançaram 2,9 pontos-base para 2,721%, com o movimento a ser replicado nas restantes principais economias europeias.

A dívida francesa com igual maturidade viu a sua rendibilidade subir 3,8 pontos-base para 3,383%. Em Itália os juros aumentaram 4,1 pontos para 3,547%.

Na Península Ibérica, a tendência também foi de agravamento. Os juros portugueses a dez anos subiram 3,0 pontos-base, fixando-se nos 3,143%. Em Espanha, a “yield” da dívida subiu 3,2 pontos para 3,302%.

Fora da Zona Euro, a pressão também se fez sentir: os juros das "gilts" britânicas dispararam 6,2 pontos-base para 4,629%.

A escalada nas “yields” europeias ocorre num momento em que os investidores reavaliam a trajetória da política monetária e os efeitos económicos dos recentes desenvolvimentos geopolíticos e comerciais, nomeadamente a decisão de Trump de aplicar tarifas punitivas a vários parceiros estratégicos.

01.08.2025

Dólar em ascensão com novas tarifas norte-americanas. Iene continua pressionado.

Dólar

O dólar mantém a trajetória de valorização esta sexta-feira, impulsionado por um misto de tensões comerciais e resiliência da economia dos EUA, preparando-se para registar o melhor desempenho semanal em quase três anos face às principais divisas globais.

O índice Dollar Index Spot avança 0,06% para 100,032 pontos, em máximos desde 29 de maio. No acumulado da semana, soma um ganho de 2,4%, o mais expressivo desde setembro de 2022.

O movimento é catalisado por uma , que impôs taxas entre 10% e 41% sobre dezenas de países e territórios, afetando várias moedas. O dólar canadiano, por exemplo, cede 0,10%, com o par USD/CAD a subir para 1,3870, depois de o Canadá ter sido alvo de um aumento de tarifa de 25% para 35%. Já o franco suíço perde 0,18%, com o dólar a negociar a 0,8138 francos, pressionado por uma taxa de 39% sobre as exportações helvéticas.

O euro ganha ligeiramente 0,07% para 1,1423 dólares, ainda perto dos mínimos de quase dois meses, penalizado por um acordo comercial considerado desfavorável à União Europeia. A moeda única também sobe 0,13% face à libra (0,8654) e 0,24% perante o franco suíço (0,9296) mas recua 0,13% frente ao iene (171,86). Já a libra esterlina desvaloriza 0,06% para 1,3199 dólares.

A divisa nipónica continua pressionada após o Banco do Japão sinalizar que não tem pressa em retomar subidas de juros. O dólar cai 0,19% frente ao iene, para 150,47 dólares, depois de ter atingido os 150,91 dólares, o nível mais baixo da moeda japonesa desde março. O recuo levou o ministro das Finanças japonês a alertar que o governo está “alarmado” com os movimentos no câmbio.

Apesar de críticas renovadas de Trump ao presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, os mercados mantêm confiança no rumo da política monetária dos EUA, apoiada por dados económicos robustos. Os investidores aguardam agora pelos números do emprego norte-americano, que serão cruciais para calibrar as expectativas sobre as taxas de juro.

01.08.2025

Petróleo estabiliza com mercado dividido entre tarifas e risco no fornecimento russo

petroleo combustiveis

Os preços do petróleo mantêm-se estáveis esta sexta-feira, depois de terem recuado mais de 1% na sessão anterior, com os investidores a avaliarem o impacto de novas tarifas dos EUA sobre a economia global e o potencial de disrupções no fornecimento de crude russo.

A esta hora, o Brent perde 0,10% para 71,63 dólares por barril, enquanto o WTI cede 0,16% para 69,15 dólares. Ainda assim, ambos os contratos acumulam fortes ganhos semanais: o Brent valoriza cerca de 4,9% e o WTI avança 6,4%.

A pressão sobre os preços advém da recente ordem executiva de Donald Trump, que impôs , incluindo Canadá, Índia e Taiwan. Estas medidas levantam receios de travagem da atividade económica e consequente impacto negativo na procura por combustíveis.

"A resolução de acordos comerciais foi um dos principais motores da valorização recente do petróleo", explicou Suvro Sarkar, analista da DBS Bank, citado pela Reuters. "Progresso adicional nas negociações com a China poderá reforçar ainda mais a confiança no mercado”.

Por outro lado, as ameaças de Washington de impor tarifas secundárias de 100% aos compradores de crude russo, como China e Índia, têm sustentado os preços ao levantar preocupações quanto à oferta global. A JPMorgan estima que essas penalizações colocam em risco cerca de 2,75 milhões de barris diários de exportações russas por via marítima.

Ainda assim, parte desse eventual corte poderá ser compensado. “A desaceleração das importações indianas de petróleo russo pode reduzir a oferta, mas será em grande medida contrabalançada pela retoma da produção na Venezuela por parte da Chevron, pela produção recorde nos EUA e pelo aumento da oferta americana”, acrescentou Sarkar.

Também os dados recentes de inflação nos EUA, com preços em alta em junho devido às tarifas, reforçam a visão de que a Reserva Federal poderá adiar cortes de juros até pelo menos outubro. Taxas mais elevadas limitam o crescimento económico, o que poderá pesar na procura por petróleo.

Assim, o mercado continua a equilibrar fatores de suporte e de pressão, enquanto aguarda sinais mais claros sobre o rumo da política comercial e monetária dos EUA.

01.08.2025

Ouro sobe ligeiramente mas mantém perda semanal com dólar forte

ouro

O preço do ouro está a valorizar ligeiramente esta sexta-feira, apoiado pela incerteza provocada pela chegada a agosto, data marcada para o final das . Apesar da valorização, o metal precioso continua a caminhar para uma perda semanal, penalizado pela valorização do dólar.

A esta hora, o ouro sobe 0,07% para 3.292,39 dólares a onça, recuperando parte do terreno perdido nos últimos dias. Ainda assim, o metal acumula uma desvalorização semanal de 1,2%, de acordo com a Reuters.

O índice do dólar (DXY) atingiu máximos desde 29 de maio, tornando o ouro mais caro para os investidores que usam outras moedas. “O ouro tem oscilado entre os 3.250 e os 3.450 dólares há cerca de dois meses, mas agora parece inclinar-se para o limite inferior e até pode quebrá-lo”, disse Edward Meir, analista da Marex, citado pela Reuters. O especialista atribui esta pressão ao tom mais restritivo da Reserva Federal, que na quarta-feira manteve os juros entre 4,25% e 4,50% e afastou expectativas de cortes em setembro.

A tensão aumentou nos mercados depois de Donald Trump ter assinado um decreto que impõe tarifas “recíprocas” entre 10% e 41% sobre importações de dezenas de países, numa tentativa de reforçar o seu braço negocial antes do fim do prazo para novos acordos comerciais. As taxas sobre , enquanto o México obteve um prazo de 90 dias para renegociar.

Edward Meir alerta que, “se os países não conseguirem rever estas tarifas em baixa, é possível que os preços do ouro voltem a subir com o agravamento das tensões comerciais”.

A esta hora, a prata desce 0,22% para 36,63 dólares a onça e a platina recua 0,13% para 1.290,33 dólares.

01.08.2025

Tarifas estão de volta e arrastam Ásia e Europa para o vermelho

Os novos desenvolvimentos comerciais arrastaram as principais praças asiáticas para o vermelho pela sexta sessão consecutiva e preparam-se para fazer o mesmo à Europa. Confrontado com a sua própria data limite para uma série de tarifas "recíprocas", , apontando agora para a próxima semana, dia 7 de agosto. Mas o decreto traz mais novidades: a tarifa de 15% é apresentada como o novo mínimo para os países com os quais os Estados Unidos consideram ter um défice comercial, enquanto os países com os quais Washington tem um excedente comercial vão enfrentar uma taxa aduaneira de 10%. 

Ainda na mira de Trump esteve o Canadá e Taiwan. O - justificando que o país não cooperou em travar o fluxo contínuo de fentanil e outras drogas e retaliou contra os EUA -, enquanto para a nação asiática ficou reservada uma taxa aduaneira de 20% (apesar de temporária). 

"Este anúncio traz clareza no papel, mas incerteza na prática", começa por explicar Charu Chanana, estratega-chefe de investimentos da Saxo Markets, à Bloomberg. "Embora os mercados conheçam agora os números, a falta de uma estrutura clara por detrás destas tarifas — com taxas aparentemente arbitrárias — apenas reforça a sensação de imprevisibilidade política. Isso torna as coisas ainda mais difíceis para as empresas e para os investidores, que perdem alguma margem de manobra", conclui. 

Num contexto mais adverso a nível tarifário, as praças asiáticas pintaram-se de vermelho, com a Coreia do Sul a liderar as perdas. O Kospi afundou 3,5%, a pior sessão desde abril, numa altura em que o governo do país prepara-se para aumentar os impostos às empresas e os investidores aproveitam o momento para procederem à retirada de mais-valias. 

Pela China, o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,8% e o Shanghai Composite cedeu 0,4%. Já no Japão, o abrangente Topix até conseguiu terminar à tona, com ganhos de 0,25%, mas o seleto Nikkei 225 foi arrastado para o vermelho e encerrou a desvalorizar 0,6%. Numa semana particularmente difícil para a Ásia, o MSCI AC Asia Pacific (índice que agrega uma série de cotadas da região) registou um saldo negativo de 2,2% - o pior desempenho desde que as tarifas de Trump lançaram choques pelos mercados em abril.

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