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Banco de Inglaterra corta pela primeira vez juros desde 2020

O Comité de Política Monetária deliberou um corte de 25 pontos base, com cinco votos a favor e quatro contra, que preferiam manter a taxa de juro diretora em 5,25%. Ainda assim, o banco central alerta que este corte não significa o início de um ciclo, já que os juros terão de ficar em terreno restritivo, durante tempo suficiente.

Andrew Bailey (BoE) Forum BCE Sintra
Andrew Bailey (BoE) Forum BCE Sintra
01 de Agosto de 2024 às 12:26

O Banco de Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu cortar, pela primeira vez desde 2020, a taxa de juro de referência. O Comité de Política Monetária deliberou um corte de 25 pontos base, com cinco votos a favor e quatro contra, que preferiam manter a taxa de juro diretora em 5,25%.

Este cenário já estava contemplado pelos investidores, que apontavam para uma probabilidade de 63,1% de corte da taxa de referência, com 50% de hipóteses de a redução ser de 25 pontos-base.

Esta decisão surge depois de a autoridade monetária britânica ter deliberado, durante sete reuniões consecutivas, a manutenção dos juros no nível mais elevado em 16 anos.

O banco central acredita que só agora passou a ser "adequado reduzir ligeiramente o nível de endurecimento da política monetária", porque "o impacto de choques externos anteriores diminuiu e registaram-se alguns progressos na moderação dos riscos de enraizamento da inflação".

Ainda assim, a autoridade monetária alerta que este alívio não é, necessariamente, o primeiro passo para um novo ciclo, já que - a seu ver - "a política monetária terá de continuar a permanecer restritiva durante tempo suficiente", de forma a garantir que a inflação se mantém na meta dos 2%.

Asssim, para o futuro o BoE vai continuar "a acompanhar de perto os riscos de enraizamento da inflação e decidirá o nível adequado de endurecimento da política monetária em cada reunião". 

Quando o Reino Unido começou a subir os juros de referência, em dezembro de 2021, vinha de um contexto de baixas taxas – que nessa altura estavam num mínimo histórico de 0,1%. O início do ciclo de aumentos deu-se no âmbito dos esforços para controlar a inflação – que tinha começado a subir no rescaldo da pandemia de covid-19 e que se agravou com a guerra na Ucrânia.

Inflação deve subir na segunda metade do ano

Em maio e junho, a inflação manteve-se na meta do Banco de Inglaterra, ou seja, nos 2%. No entanto, na segunda metade do ano, taxa homóloga deve subir ligeiramente acima deste patamar, de acordo com as projeções do banco central que acompanham o comunicado com a mais recente decisão de política monetária da instituição.

Isto, porque "uma vez que a queda dos preços da energia no ano passado ficam de fora da comparação anual, salientando de forma mais clara a persistência das pressões inflacionistas", explica o BoE. 

Ja olhando para a evolução da economia britânica, a instituição liderada por Andrew Bailey reconhece que "o PIB tem aumentado acentuadamente até agora", mas alerta que "o dinamismo que está subjacente [a este crecimento] parece mais fraco"

Em suma, o BoE acredita que nos próximos tempos "deverá surgir uma margem disponível para a economia, à medida que o PIB descer abaixo do potencial e o mercado de trabalho continuar" a ver os números cairem. No que diz respeito aos preços, "o enraizamento inflacionista interno deve desaparecer nos próximos anos, devido à política monetária restritiva", antecipa o Banco de Inglaterra.

Por outro lado, a autoridade monetária alerta que o desaparecimento desta persistência da inflação não é garantido, devido ao que chama de "efeitos de segunda ordem". "Uma procura mais forte do que o esperado e os fatores estruturais como uma taxa de desemprego mais elevada poderão afetar de forma mais persistente os salários e os preços internos". Além disso, o grau de endurecimento da política monetária poderá ficar abaixo do previsto", acrescenta o BoE.

(Notícia atualizada às 12:52 horas).

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