Os juros da dívida pública italiana seguem em forte alta no mercado secundário, com a taxa de juro associada às obrigações transalpinas no prazo de referência a 10 anos a disparar 9,6 pontos base para 1,855%. Trata-se da maior subida desde Dezembro de 2017 e da maior taxa de juro desde 28 de Março.
Em Milão, o índice bolsista FTSE MIB recua 2,39% para 21.912,14 pontos (mínimo de 30 de Abril), na maior queda desde 2 de Março. Os juros da dívida e a bolsa de Milão estão a reagir negativamente ao agravar da incerteza política em Itália, numa altura que ganha força a possibilidade de haver novas eleições. Esta segunda-feira, no final da terceira ronda de auscultação aos partidos com vista à formação de um governo, e perante a impossibilidade de o parlamento saído das eleições de 4 de Março assegurar uma solução governativa com apoio maioritário, o presidente da República, Sergio Mattarella, sugeriu a formação de um governo "neutral". Contudo, os líderes das duas formações mais votadas nas últimas eleições - Luigi Di Maio, líder do Movimento 5 Estrelas (o partido mais votado) e Matteo Salvini (líder da Liga, partido mais votado da coligação pré-eleitoral de direita, por sua vez a formação com mais votos), recusam um cenário de "governo tecnocrático" e apelam ao regresso às urnas o quanto antes. Confrontado com a indisponibilidade do PD para integrar ou viabilizar um governo protagonizado pelo anti-sistema 5 Estrelas e a rejeição de Di Maio a coligar-se à direita se Salvini não deixar cair Silvio Berlusconi (Força Itália), Sergio Mattarella apelou o compromisso do parlamento com um governo de "garantia" que ficaria em funções até Dezembro de forma a permitir a aprovação do Orçamento do Estado para 2019 e uma nova lei eleitoral. É que, tal como mostram as sondagens, se houver novas eleições com a actual lei eleitoral (Rosatellum, que configura um sistema misto: proporcional e maioritário) tudo indica que manter-se-á o actual bloqueio político, já que o Rosatellum não favorece a criação de maiorias parlamentares. Di Maio e Salvini defendem a realização de eleições antecipadas o mais rápido possível, o que acontecer determinará que a legislatura termine antes sequer de ser inaugurada. Seria a primeira vez que tal sucede em Itália, país há muito conhecido pela instabilidade política. Tendo em conta o calendário constitucional, novas eleições não poderiam decorrer antes de 22 de Julho. Mattarella quer evitar eleições no Verão, época que favorece a abstenção. Como tal, pede, no mínimo, um compromisso que adie eleições até ao Outono. Por enquanto, o governo liderado por Paolo Gentiloni (PD) permanece em funções, contudo além do facto de ser um executivo de gestão, o PD já não dispõe de maioria no parlamento, o que fragiliza ainda mais a capacidade de actuação do primeiro-ministro.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site do Negócios, efectue o seu registo gratuito.
Os juros da dívida pública italiana seguem em forte alta no mercado secundário, com a taxa de juro associada às obrigações transalpinas no prazo de referência a 10 anos a disparar 9,6 pontos base para 1,855%. Trata-se da maior subida desde Dezembro de 2017 e da maior taxa de juro desde 28 de Março.
Em Milão, o índice bolsista FTSE MIB recua 2,39% para 21.912,14 pontos (mínimo de 30 de Abril), na maior queda desde 2 de Março. Os juros da dívida e a bolsa de Milão estão a reagir negativamente ao agravar da incerteza política em Itália, numa altura que ganha força a possibilidade de haver novas eleições.
Esta segunda-feira, no final da terceira ronda de auscultação aos partidos com vista à formação de um governo, e perante a impossibilidade de o parlamento saído das eleições de 4 de Março assegurar uma solução governativa com apoio maioritário, o presidente da República, Sergio Mattarella, sugeriu a formação de um governo "neutral".
Contudo, os líderes das duas formações mais votadas nas últimas eleições - Luigi Di Maio, líder do Movimento 5 Estrelas (o partido mais votado) e Matteo Salvini (líder da Liga, partido mais votado da coligação pré-eleitoral de direita, por sua vez a formação com mais votos), recusam um cenário de "governo tecnocrático" e apelam ao regresso às urnas o quanto antes.
Confrontado com a indisponibilidade do PD para integrar ou viabilizar um governo protagonizado pelo anti-sistema 5 Estrelas e a rejeição de Di Maio a coligar-se à direita se Salvini não deixar cair Silvio Berlusconi (Força Itália), Sergio Mattarella apelou o compromisso do parlamento com um governo de "garantia" que ficaria em funções até Dezembro de forma a permitir a aprovação do Orçamento do Estado para 2019 e uma nova lei eleitoral.
É que, tal como mostram as sondagens, se houver novas eleições com a actual lei eleitoral (Rosatellum, que configura um sistema misto: proporcional e maioritário) tudo indica que manter-se-á o actual bloqueio político, já que o Rosatellum não favorece a criação de maiorias parlamentares.
Di Maio e Salvini defendem a realização de eleições antecipadas o mais rápido possível, o que acontecer determinará que a legislatura termine antes sequer de ser inaugurada. Seria a primeira vez que tal sucede em Itália, país há muito conhecido pela instabilidade política.
Tendo em conta o calendário constitucional, novas eleições não poderiam decorrer antes de 22 de Julho. Mattarella quer evitar eleições no Verão, época que favorece a abstenção. Como tal, pede, no mínimo, um compromisso que adie eleições até ao Outono.
Por enquanto, o governo liderado por Paolo Gentiloni (PD) permanece em funções, contudo além do facto de ser um executivo de gestão, o PD já não dispõe de maioria no parlamento, o que fragiliza ainda mais a capacidade de actuação do primeiro-ministro.
Marketing Automation certified by E-GOI
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução na totalidade ou em parte, em qualquer tipo de suporte, sem prévia permissão por escrito da Cofina Media S.A. Consulte a Política de Privacidade Cofina.