Poupança das famílias nos bancos atinge novo recorde acima dos 193 mil milhões de euros
No final de abril de 2025, o stock de depósitos de particulares nos bancos residentes totalizava 193,1 mil milhões de euros, mais 506 milhões de euros do que em março. Apesar desta evolução, abril de 2025 foi o sexto mês consecutivo em que os depósitos de particulares desaceleraram.
Após um recuo em março, as poupanças das famílias guardadas nos bancos voltaram a aumentar em abril. No final do mês passado, o "stock" de depósitos de particulares nos bancos residentes totalizava 193,1 mil milhões de euros, mais 506 milhões de euros do que em março, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal.
"Relativamente a abril de 2024, o stock de depósitos de particulares cresceu 5,7%. Apesar desta evolução, abril de 2025 foi o sexto mês consecutivo em que os depósitos de particulares desaceleraram. Em março, a taxa de variação anual tinha sido de 5,9%. Esta tendência de desaceleração, observada desde novembro de 2024, estará relacionada com a redução verificada na remuneração destes depósitos e com o aumento que se tem verificado nos últimos meses nas subscrições líquidas de certificados de aforro", justifica o supervisor.
Os últimos dados disponíveis são referentes a março e indicam que a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares diminuiu, nessa altura, pelo 15.º mês consecutivo, para 1,69%. Já os certificados de aforro, apesar de terem visto a taxa-base cair desde abril, continuam a pagar mais do que os depósitos - a taxa será de 2,07% - e a captar as poupanças das famílias.
Apesar deste cenário, os depósitos renovaram máximos. A variação de abril resultou do aumento, de 940 milhões de euros, das responsabilidades à vista (constituídas quase na íntegra pelos depósitos à ordem), parcialmente compensado pela redução de 434 milhões de euros dos depósitos a prazo (que incluem os depósitos com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso).
Já o stock de depósitos das empresas nos bancos residentes totalizava, no final de abril, 70,2 mil milhões de euros, mais 637 milhões de euros do que no final de março de 2025. Relativamente ao mês homólogo, o crescimento foi de 7,6%, inferior ao registado em março (8,1%), mas mantendo-se acima da média da área do euro.
Crédito cresce ao ritmo mais elevado desde setembro de 2008
No que diz respeito ao crédito, em abril, o montante total de empréstimos a particulares cresceu 6,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Trata-se da maior taxa de variação anual desde setembro de 2008. O stock de empréstimos para habitação aumentou 789 milhões de euros relativamente a março, totalizando 105,2 mil milhões de euros no final de abril.
Em comparação com o mês homólogo, manteve-se a trajetória de aceleração: o crescimento foi de 6,0%, o mais elevado desde agosto de 2008. No final de abril, havia 1,96 milhões de devedores de crédito à habitação, mais 2 mil devedores do que no mês anterior.
O montante de empréstimos ao consumo e outros fins aumentou 121 milhões de euros relativamente a março, para 30,9 mil milhões de euros. O crescimento em relação ao período homólogo foi de 7,1%, superando o do mês anterior (7,0% em março). Os empréstimos para consumo apresentaram uma taxa de variação anual de 7,0% (7,3% em março), e os empréstimos para outros fins registaram o maior crescimento anual desde julho de 2008 (7,1%).
O stock de empréstimos para crédito pessoal totalizava 12,8 mil milhões de euros, mais 31 milhões do que em março, correspondendo a um crescimento de 7,4% relativamente ao mês homólogo. O crédito automóvel fixou-se em 8,6 mil milhões de euros, mais 56 milhões de euros do que em março, e apresentou uma taxa de variação anual de 10,1%. Os cartões de crédito atingiram 3,2 mil milhões de euros, mais 11 milhões de euros do que em março, e registaram uma taxa de variação anual de 7,7% (9,0% em março).
(Notícia atualizada às 11:25)
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