A novata ressalvou que ainda está no princípio da carreira, a veterana avisou que ainda está longe da reforma. "Tenho um enorme orgulho em fazer parte da família das 'Ferreirinhas'. O meu percurso está no início...", começou por dizer a cientista Raquel Oliveira. "Trata-se de uma consagração que vem um bocadinho cedo", atirou a economista Teodora Cardoso.
Já no entender do júri do Prémio Dona Antónia Adelaide Ferreira, nunca é tarde nem cedo para distinguir mulheres com alma de Ferreirinha - esta segunda-feira, 4 de Julho, em Gaia, Teodora e Raquel receberam este galardão, que pretende distinguir mulheres que tenham replicado "o excepcional exemplo" da lendária Ferreirinha.

Artur Santos Silva Presidente do Júri
Artur Santos Silva, presidente do júri, gracejou com o seu aparente "conflito de interesses" em ambas as escolhas. O "chairman" do BPI lembrou que Teodora Cardoso foi consultora da administração desta instituição financeira, e que Raquel Oliveira fundou o seu laboratório - Dinâmica dos Cromossomas - no Instituto Gulbenkian da Ciência, sendo que Santos Silva preside à Fundação Gulbenkian.
A engenheira bioquímica Raquel Oliveira ganhou o Prémio Dona Antónia na categoria Revelação, que "pretende servir de estímulo a uma carreira com relevância em fase de lançamento ou de desenvolvimento"; enquanto Teodora Cardoso, presidente do Conselho das Finanças Públicas, recebeu o Prémio Consagração de Carreira, que visa "constituir uma homenagem a uma obra realizada e merecedora de inequívoco reconhecimento público".

Criado em 1988 pela Sogrape, o galardão distinguiu assim este ano mais duas mulheres portuguesas "cujos valores pessoais e profissionais se identificam com o perfil da vida e obra de Dona Antónia Adelaide Ferreira". Herdeira de uma família abastada do Douro que assumiu a liderança dos negócios familiares no cultivo da vinha e na produção de vinho do Porto, após ter ficado viúva aos 33 anos, Dona Antónia ficou historicamente conhecida como a Ferreirinha.