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António José Teixeira
12 de Outubro de 2018 às 13:00

Encobrir o encobrimento

A saga de Tancos começou por ser um vexame militar, tornou-se arma de arremesso partidário e ameaça contagiar as mais altas instâncias políticas. Quase todos, militares e civis, dizem não saber de nada. Possível, mas inverosímil. Ao desaparecimento sucedeu uma encenação de achamento, que precisaria de comprometer o poder político. Até quando?

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encobrimento. O novelo rocambolesco do assalto de Tancos e do achamento da Chamusca não pára de se complicar. O embaraço foi tal no Exército que, depois do desaparecimento, a tentação de recuperar o espólio a qualquer preço toldou o rigor militar. Pior - se é possível imaginar pior -, a operação de encobrimento parece ter visado arrastar o poder político para melhor o neutralizar. Uma alta patente, ao tempo chefe de gabinete do ministro da Defesa, está a assumir, aos poucos, ter recebido informação comprometedora, mas não "vislumbrou" nada que merecesse contar ao seu ministro. É possível, mas não é verosímil. O ministro não sabia. O primeiro-ministro também não. A informação que tem é que o ministro não tinha conhecimento. Que sabia o Presidente da República e comandante supremo das Forças Armadas? E o líder do PSD? Encobrir o encobrimento parece impensável, mas poderá ter acontecido. Enquanto esperamos pela Justiça, por que espera a Assembleia da República? 

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