Começou sem avisar em 2019 e certamente não terminará antes de 2022. Entretanto mudou o mundo, transformou o certo em incerto, o futuro em presente, o que pensávamos ser essencial em acessório, a proximidade em distância. A ordem internacional também conheceu fortes perturbações que conduziram a uma menor atenção a velhos conflitos, a uma crise económica de que ninguém ainda conhece a extensão das consequências, à incapacidade de tratar do global porque o local passou a ser prioridade, a um desfazer do multilateralismo em nome de relações bilaterais em que os interesses nacionais ou regionais deixam no isolamento completo quem mais precisa e quem menos tem.