O fundo que segura Portugal no euro
Há ventos favoráveis a soprar da Europa, apesar da indefinição governativa no país mais poderoso da União, a Alemanha. A proposta da Comissão Europeia, com alavancagem do Presidente francês, de criar um fundo monetário europeu é uma iniciativa que pode consolidar o euro e ser um seguro para países mais frágeis da moeda única como Portugal. O novo fundo pode evitar situações de colapso como a que passámos em 2011.
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Segundo informação divulgada pelo El País o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) será transformado num novo fundo destinado a salvaguardar a estabilidade financeira na Europa. Será esta instituição europeia a ficar encarregada de resgatar um Estado quando tiver problemas nos mercados com uma linha de crédito barato a troco de ajustes e reformas, ou seja, com o papel que teve a troika em Portugal, eventualmente com juros mais baratos e um ajustamento mais suave.
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O poder de fogo deste mecanismo deverá ser os 500 mil milhões de euros que tem actualmente o MEE, acrescidos de 20%, ou seja, um total de 600 mil milhões.
Para Portugal é uma almofada importante, porque apesar de agora as coisas correrem bem, este país continuará muito dependente de condições precárias para manter a sua estabilidade económica.
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Ainda por cima o BCE vai deixar gradualmente de ter uma almofada tão protectora.
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O Fundo Monetário se for orientado para o crescimento da economia europeia pode ser um instrumento poderoso para garantir estabilidade e criação de riqueza e de empregos.
Mas não podemos viver à conta do guarda-chuva europeu. Neste país que só reza por Santa Bárbara quando ouve a trovoada, não há uma grande tradição de pensar a prazo para evitar as tragédias que se tornam habituais. Na prática, quase todos os governos só pensam mesmo em ganhar eleições e evitam situações eventualmente incómodas para os resultados eleitorais, empurrando os problemas com a barriga, misturando tudo com competentes e eficazes campanhas de propaganda.
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O problema é quando se chega a uma situação de ruptura financeira, o que no caso português já aconteceu três vezes em menos de 40 anos. Na arquitectura do novo fundo, há um direito de veto exclusivo para os três maiores países da União: Alemanha, França e Itália. Portugal se precisar de um resgate não passará de um protectorado tutelado pelo directório que manda na Europa.
Saldo positivo: Belmiro De Azevedo
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Construiu um império. Foi um "self-made man", mas de uma estirpe rara em Portugal, um engenheiro com boa formação académica que pega num grupo industrial de aglomerados de madeira e transforma num império de centros comerciais. Gestor com vocação industrial fez fortuna na distribuição e teve o mérito de ser independente do Estado. Dos grandes grupos surgidos nos últimos 40 anos, a Sonae foi o mais distante do poder político. Deixa um legado importante.
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Saldo negativo: campanha de propaganda
A sessão de perguntas ao Governo, em Aveiro, feita por cidadãos que receberam vales de compras, acabou por ser um tiro no pé. Nada de novo e o ruído gerado pela iniciativa acabou por penalizar a imagem do Executivo. O primeiro-ministro nem precisava destas campanhas de propaganda. Apesar das tragédias dos fogos e de alguns desastres e erros de "casting", a vida até corre bem a António Costa. O Governo está seguro, apesar dos sinais de divórcio na geringonça.
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Algo completamente diferente: O adeus do imperador de futebol Júlio César
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Júlio César, um guarda-redes que foi dos melhores do mundo, disse adeus ao Benfica. Sai porque já não tinha motivação para ser suplente. É assim a vida, mas nesta hora da despedida dos relvados portugueses, importa realçar a qualidade de um profissional que honrou a Liga portuguesa. Tal como o seu rival Iker Casillas, a sofrer as agruras do banco do FC Porto, mas que ostenta todos os títulos importantes. Honra às grandes estrelas que deixam saudades, mas o futebol continua com novas promessas. Faz parte da vida e da magia deste desporto.
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