Netflix e tensões comerciais derrubam Wall Street. Nasdaq cai mais de 1%
Apesar de até ter arrancado a sessão de forma indecisa, entre ganhos e perdas, Wall Street acabou por ficar pintada de vermelha. Os principais índices norte-americanos encerraram a negociação com perdas substanciais, com o tecnológico Nasdaq Composite a ceder mais de 1%, abalados pelos resultados trimestrais aquém do esperado por parte da Netflix e um novo capítulo nas relações comerciais conturbadas entre as duas maiores economias do mundo.
O S&P 500 encerrou a sessão com perdas de 0,53% para 6.699,40 pontos, enquanto o industrial Dow Jones cedeu 0,71% para 46.590,41 pontos. No entanto, a maior queda pertenceu mesmo ao Nasdaq Composite, que acabou por desvalorizar 0,93% para 22.740,40 pontos - pressionado ainda por um setor dos semicondutores em declínio.
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O sentimento de negociação foi ainda abalado por notícias que apontam para um agravar das tensões comerciais entre China e EUA. A administração Trump estará a ponderar restringir uma série de exportações tecnológicas para a nação asiática - uma lista que contém produtos como computadores portáteis bem como motores a jato, de acordo com a Reuters. Esta investida surge em retaliação contra a última ronda de restrições à exportação de terras raras por parte de Pequim, que levou o Presidente norte-americano, num primeiro momento, a ameaçar a China com tarifas de 100%.
"Ainda estamos com avaliações muito próximas de recordes e numa fase sazonalmente fraca", explica Ross Mayfield, analista de investimentos da Baird, à Reuters. "Por isso, acho que teremos mais dias como este, em que há ventos contrários suficientes para prejudicar a história otimista dos mercados", refere ainda.
Entre as principais movimentações de mercado, a Netflix afundou 10,07% para 1.116,37 dólares, depois de ter apresentado um lucro por ação de 5,87 dólares - bastante aquém das estimativas dos analistas que apontavam para os 6,94 dólares. Os resultados foram negativamente impactados por uma disputa fiscal no Brasil, que levou a gigante do streaming a apresentar lucros operacionais trimestrais de 3,24 mil milhões, cerca de 400 milhões abaixo das projeções da empresa.
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A pressionar Wall Street está ainda a Texas Instruments, que mergulhou 5,60% para 170,71 dólares. A fabricante de semicondutores abalou o setor dos semicondutores com uma previsão para o quarto trimestre do ano que ficou bastante aquém das expectativas. A empresa estima que o seu lucro por ação na reta final do ano fique entre os 1,13 e 1,39 dólares - abaixo do previsto pelo mercado, que apontava para os 1,41 dólares.
Já a Tesla caiu 0,82% para 438,97 dólares, num dia em que é a primeira das Sete Magníficas a prestar contas ao mercado.
Apesar dos resultados das três cotadas citadas anteriormente, esta "earnings season" está a ser especialmente positiva para as empresas norte-americanas. Das 78 cotadas do S&P 500 que já apresentaram contas, 87% conseguiram ficar acima das previsões do mercado, de acordo com dados do LSEG, citados pela Reuters. Os analistas antecipam agora que os lucros das empresas cresçam 9,2% no terceiro trimestre - uma revisão em alta da estimativa de 8,8% do início do mês.
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