Foi com perplexidade que assisti à conferência de imprensa das autoridades de Saúde às dez da noite de quarta-feira. Entre contradições, mensagens de sentido oposto e ralhetes a quem não esperou pelo Conselho Nacional de Saúde Pública para fechar escolas, museus e afins, sobrou pouca informação concreta e muito pedido de "confiança". O contraste entre a mensagem oficial e a de médicos pneumologistas que ouvi directamente nos últimos dias - assim como o que li de epidemiologistas portugueses e estrangeiros - chega para aguçar o cepticismo. Parece que a preocupação com os efeitos económicos de um fecho de escolas e afins está no mesmo plano do foco na contenção agressiva da covid-19.