Uma ode aos desocupados
Ambos os filmes falam da mesma mentira moderna: a de que somos aquilo que fazemos. Que valemos na exata medida da nossa utilidade. Que descansar é suspeito, errar é fraqueza e parar é quase um crime moral.
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Há pessoas que se apresentam como quem mostra um cartão de visita invisível. Não dizem “sou o João” ou “sou a Maria”; dizem “sou advogado”, “sou gestora”, “sou produtivo”. Como se o verbo “ser” tivesse sido sequestrado pelo verbo “produzir” e a existência fosse uma folha de Excel.
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