Arábia Saudita e Irão: a cisão
Os caminhos da Arábia Saudita e do Irão e dos mundos sunita e xiita parecem inevitavelmente divergentes numa zona cada vez mais tensa e perigosa.
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O Ano Novo começou na Arábia Saudita com a execução de 47 condenados à morte. Muitos deles acusados de pertencer à Al-Qaeda ou ao Daesh. Mas alguns não se incluíam neste largo grupo, algo que provocaria a indiferença do mundo. Um dos executados foi o clérigo xiita Nimr Baqr al-Nimr, preso deste 2011 no auge da Primavera Árabe, por ser a voz audível da minoria na Arábia Saudita e que esteve directamente envolvido nos protestos no Leste do reino saudita, onde se situam grande parte das explorações de petróleo. Nimr, na altura, era conhecido por privilegiar o protesto vocal face ao armado. Nessa altura disse mesmo à BBC, que: "A arma da palavra é mais forte do que as balas, porque as autoridades vão lucrar de uma guerra de armas." Nada lhe valeu esta "moderação". Nimr foi executado numa acção que se sabia ir ter sérias repercussões no mundo xiita, dividindo ainda mais as duas grandes linhas do pensamento religioso islâmico. Riade parece assim, de forma clara, ter atirado achas para uma fogueira onde sunitas e xiitas se vão destruindo mutuamente seja no Iraque, no Iémen, na Síria ou no resto do Médio Oriente.
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