O país onde nada muda
Quando, em 1892, Portugal implodiu financeiramente, julgou-se que o sistema político se reformaria, depois de ter chocado com a realidade. Acabaria por cair de podre em 1910.
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Entre esses anos nada se aprendeu, porque as elites continuaram a dividir entre si as benesses do Estado, os favores e as cumplicidades. Em 1896, o parlamentar José Dias Ferreira limpava o nevoeiro onde, depois da crise, tudo voltava a funcionar da mesma maneira: "Não é de hoje: é desde há anos que está travado um duelo entre o País e a oligarquia política". A classe política, que devorava o País, nada tinha aprendido. Talvez por isso Miguel de Unamuno, por esses dias, tivesse escrito: "É de suicidas o povo de Portugal, talvez ele seja um povo suicida".
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