Os 2 Dálmatas
Incapaz de realizar uma nova versão do filme "Os 101 Dálmatas", o Governo decidiu fazer uma curta-metragem chamada "Código do Animal de Companhia". O ministério de Assunção Cristas transformou-se num departamento policial liderado por uma versão nacional da conhecida Cruela.
Nada que nos admire: o Governo que mais proclama que é liberal, mais estalinista é na forma como tenta regular tudo e todos. O totalitarismo moral do ministério de Cristas sobre animais domésticos, e nomeadamente sobre cães e gatos, faz temer o pior. Um dia destes pede-se o cadastro de cada animal de estimação, que será passado pelo Estado em troca de um imposto ou taxa. Ou então veremos mais mil inspectores, contratados para o facto, em busca do cão e do gato ilegal.
O Governo é amoral com desempregados e idosos. Mas agora transfere-se também para o terreno da imoralidade. Os intelectuais que circundam Cristas e que inventaram este texto não devem gostar deles próprios, quanto mais de cães e gatos. Por isso recomendam a pena de morte, vulgo eutanásia, para animais que cheguem a um canil com "doenças".
A saúde pública é o pretexto para a chacina. A política sem coração, ou melhor de emoções de pedra, já estava à solta com a austeridade brutal. Agora transporta-se para animais indefesos e que são um reduto de amor para quem os tem e os pode ter. Tudo no código é idiota, até os argumentos.
O desejo de controlar o que fazem os cidadãos, ou o que têm dentro de sua casa, era um desígnio dos países totalitários. Agora transportou-se para o auto-proclamado mais liberal dos governos. Aquele onde há um sentimento que foi riscado do dicionário: compaixão. Em Portugal só poderia ser realizado um filme: "Os 2 Dálmatas".
Mais lidas