A diferença entre 2020 e 1999
A euforia que se vive no mercado americano, com o Nasdaq em máximos históricos, faz com que muitos comparem o actual momento com 1999 e o início de 2000, antes da implosão da bolha das acções da Internet. Apesar de reconhecer algumas semelhanças, há alguns factores que distinguem estes dois períodos.
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Em 1999, eram lançadas para o mercado empresas de internet sem qualquer sustentabilidade, apenas para se arrecadar muito dinheiro nas OPV e depois elas voavam rapidamente no meio da euforia. Hoje, o que estamos a assistir é à subida incessante de empresas que valem milhares de milhões ou, algumas mesmo que valem mais de um bilião de dólares! O PIB português, em 2019, foi de cerca de 212 mil milhões de euros e há quatro empresas na Bolsa americana que valem mais de um bilião de dólares.
São estas grandes empresas que estão a mover os índices norte-americanos. Em 2020, o S&P500 está positivo, mas cerca de 2/3 das suas acções desvalorizaram-se desde o início do ano. Se vos disser que o Facebook, Amazon, Google (Alphabet), Microsoft e Apple valem cerca de 23% do índice (composto por 500 empresas), perceberão a razão deste estranho acontecimento.
Será que 6 empresas (onde tenho que incluir a Tesla) dominarão o mundo e esta crise apenas veio acentuar esta diferença entre grandes e pequenos e o domínio das empresas tecnológicas? Ou teremos ido longe demais? Com as yields da dívida pública americana a 10 anos abaixo de 0,6%, alguém tem que estar errado, ou o mercado obrigacionista ou o mercado accionista.
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Apesar de 2020 não ser 1999, os sinais de euforia estão por todo o lado e estes momentos acabam sempre da mesma forma - a pior forma possível. Mas, nestas alturas de euforia, todos sabemos que os mercados podem subir sempre muito mais do que julgamos possível.
Artigo escrito em 24/07/20 às 12h20
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Fontes: https://www.nyse.com
Ulisses Pereira não detém qualquer dos ativos analisados. Deve ser consultado o disclaimer integral aqui,onde também pode ser consultada a lista com as anteriores análises de Ulisses Pereira. Artigo em conformidade com o antigo Acordo Ortográfico
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