A surpresa chamada exportação
A rapidez com que as exportações subiram e o consumo privado caiu e, com ele, as importações revelam que a economia portuguesa mantém uma flexibilidade que não desapareceu, nem com a ausência de política cambial, nem com mais de uma década de mais direitos e apoios consagrados na lei.
Os maus ventos de Madrid e Bruxelas
Portugal tem um problema nas contas públicas, Irlanda tem (teve) um problema com a sua banca, tal como agora Espanha. O programa de ajustamento espanhol será aprovado dia 20 de Julho, em mais uma reunião do Eurogrupo.
Não se sabe exactamente qual será o montante do empréstimo, mas as informações disponíveis convergem para um montante da ordem dos 100 mil milhões de euros, esperando-se que 30 mil milhões de euros cheguem a Madrid ainda antes de Agosto para resolver os problemas mais urgentes. Mas exactamente porque não está construída toda a arquitectura de responsabilidades, a utilização desses recursos só poderá ser feita mediante autorização do Banco de Espanha, do BCE, da Comissão Europeia e do Eurogrupo.
O levantamento rigoroso das necessidades de capital da banca espanhola está agendado para Setembro. Nessa altura saber-se-á quais as entidades que são viáveis e precisam de aumentar capital, as que estão sólidas ou que podem encontrar recursos nos mercados e as que não são viáveis e terão de ser liquidadas.
Feito este retrato, incompreensível é o facto de Espanha estar a aplicar um programa de austeridade semelhante ao português, enviando a factura dos problemas da banca aos contribuintes espanhóis, ainda antes de se saber quais vão ser os bancos liquidados.
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