Foram semanas de intensa evangelização sobre os perigos da vitória de Trump nas eleições americanas. A esmagadora maioria dos comentadores, e até dos jornalistas, não conseguiram evitar um tom crítico, por vezes até trocista, a cada vez que algum episódio de campanha era apresentado. Não temos em Portugal o hábito de ter meios de comunicação com um estatuto editorial alinhado com determinada corrente de pensamento, partido político ou grupo de interesses. Durante algum tempo isto levava ao engano os consumidores porque partiam erradamente do princípio de que os relatos eram fiéis à realidade. Mais difícil se torna quando o normal contraditório quase não existe. Mas hoje, tal a avalanche de comentários reveladores de escolhas bem vincadas, será tempo de assumir perante o público de que lado estamos.