As alianças entre forças políticas diferentes no contexto autárquico são, muitas vezes, vistas com desconfiança pelos aparelhos partidários, mas podem revelar-se um dos instrumentos mais eficazes para garantir governação estável, soluções práticas e respostas rápidas às necessidades das populações. Quando bem construídas, estas convergências rompem com a lógica tribal da política nacional e aproximam-se daquilo que a democracia local tem de mais nobre: a proximidade ao cidadão e a capacidade de resolver problemas concretos sem perder tempo em guerras ideológicas estéreis. Traçar linhas vermelhas entre pessoas que normalmente se conhecem e que muitas vezes até já pertenceram às mesmas forças políticas é algo que faz pouco sentido.