João Carvalho das Neves: «Posições dominantes ou posições dominadas»
O Governo vai sentir, cada vez mais, no futuro próximo, questões relacionadas com posições dominantes nos principais sectores da economia e vai ter de decidir se pretende, proteger o interesse dos consumidores a curto prazo, ou dar alguma chance ao capital nacional para ganhar uma base de crescimento internacional. O Governo vai certamente dar sinais de incerteza, até porque não tem definida qualquer estratégia nesse sentido, embora mais tarde ou mais cedo vai ter de tomar uma posição.
Veja-se por exemplo na Banca. Não há um único banco português com dimensão internacional. E se houvesse uma fusão entre os maiores, ficando com uma posição de domínio? Iria o Governo permitir? Se calhar hesitava e acabava por se opor. Mas opor-se porquê? Não tem a CGD para balizar a política de mercado?
E na distribuição? Jerónimo Martins e Sonae a formarem um grupo com perspectivas internacionais?
E nas telecomunicações? As fusões e aquisições na Europa verificadas nos últimos meses estão a mudar a face das telecomunicações na Europa. É mais do que evidente que mais tarde ou mais cedo as empresas com maiores quotas de mercado no sector serão alvo de aquisição por empresas estrangeiras de maior dimensão. A Vodafone Airtouch está muito activa, a BT também. Mas é claro que o mercado português é pequeno e, por isso, aquisições por cá só numa segunda fase. Por agora, o capital nacional que arrisque. As empresas que ganhem posição de mercado. Quando estiverem mais maduras, com menos risco, não tenho dúvidas que serão objecto de OPA por empresas estrangeiras.
João Carvalho das Neves
Economista e Revisor Oficial de Contas
Carvalho das Neves & Associados
Professor Associado, ISEG
O Governo vai sentir, cada vez mais, no futuro próximo, questões relacionadas com posições dominantes nos principais sectores da economia e vai ter de decidir se pretende, proteger o interesse dos consumidores a curto prazo, ou dar alguma chance ao capital nacional para ganhar uma base de crescimento internacional. O Governo vai certamente dar sinais de incerteza, até porque não tem definida qualquer estratégia nesse sentido, embora mais tarde ou mais cedo vai ter de tomar uma posição.
Veja-se por exemplo na Banca. Não há um único banco português com dimensão internacional. E se houvesse uma fusão entre os maiores, ficando com uma posição de domínio? Iria o Governo permitir? Se calhar hesitava e acabava por se opor. Mas opor-se porquê? Não tem a CGD para balizar a política de mercado?
E na distribuição? Jerónimo Martins e Sonae a formarem um grupo com perspectivas internacionais?
E nas telecomunicações? As fusões e aquisições na Europa verificadas nos últimos meses estão a mudar a face das telecomunicações na Europa. É mais do que evidente que mais tarde ou mais cedo as empresas com maiores quotas de mercado no sector serão alvo de aquisição por empresas estrangeiras de maior dimensão. A Vodafone Airtouch está muito activa, a BT também. Mas é claro que o mercado português é pequeno e, por isso, aquisições por cá só numa segunda fase. Por agora, o capital nacional que arrisque. As empresas que ganhem posição de mercado. Quando estiverem mais maduras, com menos risco, não tenho dúvidas que serão objecto de OPA por empresas estrangeiras.
João Carvalho das Neves
Economista e Revisor Oficial de Contas
Carvalho das Neves & Associados
Professor Associado, ISEG
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