Evitar que a covid-19 provoque uma crise alimentar
Mesmo nas economias em desenvolvimento, uma escalada nos preços dos bens alimentares ampliaria a disparidade entre ricos e pobres e exacerbaria assim a já bastante acentuada desigualdade de rendimentos. Ninguém deve ignorar a ligação histórica entre as crises alimentares e os tumultos sociais.
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Ainda antes da pandemia, havia sinais de que os preços mundiais dos alimentos poderiam em breve disparar. Os fenómenos meteorológicos extremos induzidos pelas alterações climáticas tornaram-se mais comuns. No ano passado, a febre suína africana eliminou mais de um quarto da população suína mundial, o que provocou na China um aumento interanual dos preços dos alimentos – que no acumulado deste ano já se cifra entre 15% e 22%. E, mais recentemente, a pior praga de gafanhotos dos últimos 70 anos destruiu as colheitas no Leste de África. No Quénia, o preço do milho (um bem alimentar de base) escalou mais de 60% desde 2019.
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