Espanha continua à procura de Governo. Encontrará?
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Oito meses depois não há luz no fundo do túnel. Já se fala em novas eleições. Aguentará Espanha? Aguentarão os espanhóis que continuam a viver uma grave crise económica e social? Parece que nada faz demover os interesses dos partidos. Enric González, no El Mundo escreve: "Enquanto Rajoy sonha aniquilar a oposição com umas novas eleições e Sánchez sonha com obrigar o PP a assumir sozinho os problemas gravíssimos (pensões, desigualdade, terrorismo), ambos contribuem para estimular as tentações e para desacreditar o sistema. Que, recordemos, é mau, mas não tão mau como qualquer das alternativas."
O impasse desespera. Francesc de Carreras, no El País, põe o dedo na ferida: "O espectáculo que estão a dar os quatro principais partidos políticos - especialmente três, já que Podemos ficou com muito pouca, quase nula, margem de possibilidades - é lamentável e patético. Mais de um ano a dizer que entrávamos numa nova etapa da política espanhola, mais aberta e plural, que superávamos o bipartidarismo; uma nova etapa que exigia pactos, venha a dar voltas à cultura do pacto, e no final nem etapa nova, nem pactos, nem cultura, nem nada. Só o ridículo, pelo menos de momento, e desprestígio da política e dos políticos." Os partidos são o alvo, como mostra Lluis Foix, no catalão La Vanguardia: "É um facto que os interesses dos partidos estão à frente desde há oito meses sobre os interesses gerais do país. Mariano Rajoy ganhou as eleições, mas não tem uma maioria suficiente para garantir a investidura. Acaba de dizer que se não tiver segura a primeira votação não se vai apresentar. Que corra o tempo outra vez, que os interesses dos partidos continuem por cima das urgências que tem a sociedade nestes tempos incertos." E as sanções europeias? Ninguém parece levá-las a sério.
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