François Fillon: uma semana de revelações e desmentidos
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Os desmentidos parecem pouco consistentes e assim vai-se falando na possibilidade de ele vir a desistir. O que relança o debate sobre as presidenciais francesas. No Les Echos, Cecile Cornudet escreve: "Fevereiro é habitualmente o mês da cristalização das intenções de voto: desta vez inicia-se com uma deflagração. O candidato mais legítimo possível, François Fillon, eleito há apenas dois meses nas primárias, ameaça explodir em pleno voo. Agora tudo parece possível. Incluindo uma vitória de Marine Le Pen."
Na revista L'Obs, Baptiste Legrand questiona-se: "E se François Fillon fosse um chiraquiano (sucessor de Chirac)? O candidato dos republicanos reteve nestes últimos dias um dos hábitos preferidos do antigo Presidente da República: o de supermentiroso. Fillon bem pode denunciar uma operação de 'calúnia' visando abater a sua candidatura, mas a sua defesa é calamitosa. Às acusações de empregos fictícios, responde com aproximações. Alterou a cronologia. Mesmo com a melhor vontade do mundo é difícil acreditar na sua versão dos factos." Ou seja, Fillon afunda-se cada vez que fala. No L'Express, Christophe Barbier escreve: "François Fillon parece querer destruir a personagem que compôs durante as primárias. A força tranquila tornou-se agressividade militante, a comunicação simples transforma-se em mutismo vago ou em frases calamitosas." Ou seja, estamos a assistir àquilo que não se julgava possível: Fillon, o candidato da direita, pode muito bem esvair-se e com ele o sonho de um bloco que queria ser alternativa à esquerda e à extrema-direita.
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