Catalunha rumo à independência?
Catalunha avança para o referendo de 1 de Outubro sobre a independência. Aprovando a Lei do Referendo, Barcelona defronta assim Madrid.
Pelo meio os deputados do PP, PSC e Ciudadanos abandonaram o hemiciclo antes da votação e os "populares" deixaram nos seus lugares bandeiras de Espanha e da Catalunha. Uma deputada do Podemos retirou as espanholas. Arcadi Espada, no El Mundo, analisa: "Há quem ainda se pergunte porque os nacionalistas não detêm a sua corrida - e a nossa - rumo ao abismo. A resposta deu-a ontem a sessão do Parlamento catalão que acabou com 36 anos de autogoverno. É uma vergonha. A sessão foi o concentrado obsceno de cinco anos devastadores. Não que o nacionalismo tenha perdido ontem o respeito pelos cidadãos, algo que faz desde o início das hostilidades. É que perdeu o pouco respeito que tinha por si próprio. No campo económico, o nacionalismo acabou como Pujol: como um corrupto. (…) Nos dias que vão da manifestação de Agosto a esta sessão parlamentar, a Catalunha demonstrou ao mundo que é um país politicamente ridículo e incapaz. Um país de cobardes e suicidas."
No El Confidencial, Joan Tapia escreve: "Onde se produziu o tão negativo e anunciado choque de comboios. Mais bem dito, um duplo choque de comboios. Entre o separatismo catalão e o governo de Madrid, mas também entre duas visões da Catalunha, com uma força eleitoral não muito diferente e com os deputados da Catalunya Si Que es Pot (representados por Lluís Rabell e Joan Coscubiera, próximo de Ada Colau) abstendo-se para não se cindirem. Mostraram que nem tudo é branco ou negro. (…) O 1 de Outubro será duro, mas passará. E há que fazer todo o possível para que no dia 2 a situação não seja pior e se possa reconduzir. Há outra solução?" Já Enric Juliana Ricart, no catalão La Vanguardia, argumenta: "A vice-presidente Soraya Sáenz de Santamaria afirmou que uma ditadura sobrevoa a Catalunha. Adjectivos desse calibre só se usam quando se prepara uma acção muito contundente." Será?
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