Mariano Rajoy: a evolução na continuidade
Com Rajoy tudo muda; nada se transforma. Por isso o novo Governo espanhol é o espelho fiel de si próprio.
Os fiéis mantêm-se, os mais novos dentro do PP têm de esperar para conseguir protagonismo, as respostas num sector (a Justiça) confrontado com corrupção sem fim vão manter-se. Tudo vai ter a Rajoy: seja com a sua vice-presidente, Soraya Sáenz de Santamaria, seja com a ida de Maria Dolores de Cospedal para a Defesa (mantendo a liderança do PP). No El País, Rubén Amón, vê assim o novo executivo: "Se a política apaixonasse tanto como o futebol cada espanhol teria a sua própria equipa titular de Governo. Discutiríamos sobre a idoneidade do ministro do Interior (interior direito) ou sobre a versatilidade do dos Negócios Estrangeiros, mas não chegaríamos tão próximos do hooliganismo. Menos ainda com um mister, Mariano Rajoy, cuja autoridade ignorou qualquer recomendação plebiscitária. A lista é sua. O Governo é seu."
No El Mundo, Federico Jiménez Losantos afirma: "Muitos acreditaram, efectivamente, que Rajoy ia mudar. Não que pudesse e devesse fazê-lo - pelo bem da Espanha, do seu partido e dele mesmo, deveria - mas, pelo menos, poderia tentá-lo. Pois bem, ontem deixou claro que isso não lhe importa. Só deixou cair um amigo, Margallo, porque este se atreveu a preconizar-se seu sucessor. (…) Ao não mudar, Mariano nem sequer melhorou a situação dos leais e eficazes." A evolução na continuidade segue ao ritmo definido por Rajoy. No catalão La Vanguardia, Carmen del Riego, comenta: "Rajoy necessita de um PP em perfeita sintonia com o Governo. (…) Assim Rajoy fará um Governo com pessoas experimentadas, acostumadas à política e à política difícil, ao diálogo, à moderação, um Governo que ganhe a confiança dos grupos no Congresso e que isso permita que os grandes pactos que estão em cima da mesa sejam realidade." Será assim?
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