A incógnita turca
No próximo domingo, a Turquia vai a eleições. Enfrentam-se duas propostas diferentes para gerir um país que é central nas relações entre o Ocidente e o Oriente e entre a Europa e o Médio Oriente. Entre o projecto presidencialista de Recep Erdogan e o parlamentar, da oposição, há outras questões em debate.
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Num país também conhecido internacionalmente pelo saboroso paladar das "delícias turcas", as eleições para escolher o Presidente e o Parlamento, que decorrem no próximo domingo, dia 24, assemelham-se a tudo menos a um aprazível doce. Há sabor amargo no ar, como se tem visto na campanha, até porque voltaram à superfície muitos do problemas fundamentais da Turquia moderna. O último ano representou uma alteração substancial da situação política, económica e estratégica do país. Em Abril de 2017, os turcos votaram a favor de uma alteração constitucional que alterou o sistema de governo de um modelo parlamentar para um de executivo presidencial. A mudança foi definida pelo governamental AKP (Partido da Justiça e do Desenvolvimento), do Presidente Recep Tayyip Erdogan, e tinha como objectivo estabilizar a liderança e aumentar o desenvolvimento económico. Em Maio de 2017, Erdogan foi reeleito como presidente do AKP e iniciou-se a implementação do novo sistema. Mas os críticos de Erdogan argumentam que este novo sistema levou à erosão das instituições estatais e bloqueia a democracia. Causando também maiores problemas económicos ao país. Como pano de fundo surgem ainda a relação com a União Europeia, os milhões de refugiados e emigrantes, a guerra contra os curdos do PKK, o afastamento dos EUA e o conflito sírio.
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