Foi o caso de Isaltino Morais - o autarca de Oeiras com contas não declaradas na Suíça, que acabou preso em 2013 por fraude fiscal e branqueamento de capitais com as acusações de corrupção e abuso de poder a caírem no tribunal de recurso - que Luís Rosa aponta como o seu primeiro sucesso de jornalismo de investigação na área dos crimes económico-financeiros. Não o fez com base num processo judicial, embora acredite que se pode fazer investigação jornalística, "como eu faço", a partir desses processos e da prova material e documental que aí se encontra - indo mais longe do que a reprodução do que o Ministério Público escreve nos autos. Hoje há muito trabalho feito a partir da documentação constante dos processos. Mas no caso de Isaltino Morais, que acabou reeleito como presidente da Câmara de Oeiras anos mais tarde, a história não foi construída com base no processo. Os extratos bancários das contas suíças foram revelados no jornal O Independente e entregues à Polícia Judiciária. A investigação durou quatro anos.