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A rota da sede

O acordo de longo prazo assinado por Vladimir Putin em Xangai para o fornecimento de gás natural à China mostra, sobretudo, a vontade da Rússia, depois de anos em que tentou cicatrizar as feridas resultantes do colapso do império soviético, em renascer para voltar a ser uma força com que se deve contar. Ao mesmo tempo, a Europa parece começar a ser o velho parente aristocrático e pobre dos Estados Unidos, sem força militar séria e sem estratégia política para lá das suas fronteiras internas.

30 de Maio de 2014 às 14:40
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Um dos grandes filósofos russos do século XX, Nikolai Berdyaev, escreveu que, para a Rússia, "o problema do Ocidente e do Oriente" era "eterno". Para ele, a fonte de todos os conflitos internos russos tinha a ver com o seu espírito inconstante, devido ao confronto sistemático entre os elementos ocidentais e orientais que compõem a grande nação. Na Rússia, encontram-se dois continentes e a sociedade russa sempre viveu entre as duas culturas. Para Berdyaev, a Rússia só conseguiria afirmar o seu lugar no mundo até resolver este conflito interno. Mas a obstinação russa não deve ser negligenciada. A Rússia é a excepção à regra que dita que todos os impérios nascem, expandem-se, depois colapsam e, uma vez desintegrados, não voltam a reerguer-se. Se é verdade que os diferentes impérios russos caíram por quatro vezes (em 1240, 1600, 1918, 1991), não é menos verdade que também renasceram três vezes. Ver-se-á se haverá um quarto a renascer.

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