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África do Sul: Uma nova madrugada?

África voltou a estar na radar dos Estados Unidos da América, o que significa uma mudança de posicionamento do próprio Donald Trump. A substituição de Jacob Zuma por Cyril Ramaphosa na liderança da África do Sul faz parte do novo jogo de xadrez que se disputa neste continente.

Miguel Baltazar
16 de Março de 2018 às 12:00
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A África do Sul, um quarto de século depois do fim do "apartheid", continua a navegar à deriva, entre um passado colonial doloroso e um outro, pós-colonial, onde a autoridade moral dos que combateram a supremacia branca se desvaneceu. Não há idades de ouro para celebrar. Hoje o ANC (Congresso Nacional Africano), herdeiro do legado de Nelson Mandela, é visto, em muitos círculos, não como o partido da mudança anunciada, mas como um clube de figuras bem relacionadas que permitiu o enriquecimento de alguns. Enquanto a sociedade espera. A resignação do Presidente Jacob Zuma e a sua substituição pelo veterano da política do ANC (e, depois, empresário milionário), Cyril Ramaphosa, abre uma espécie de derradeira oportunidade para o partido que está no poder desde que a maioria negra ascendeu às rédeas das decisões. Talvez não seja um acaso esta mudança, que além da complexidade da política interna, pode ter que ver com o movimentado jogo de xadrez das grandes potências em África desde que a China começou a apostar a sério no continente, através de uma agressiva política de empréstimos e de concretização de infra-estruturas. A nova administração norte-americana, de Donald Trump, parecia estar motivada para desistir de África que via apenas como uma fonte de gastos. Ramaphosa foi saudado como um "líder pró-mercado" e o rand teve uma valorização após ter acedido ao poder. Ou seja, o Ocidente, que desconfiava de Zuma, vê no novo Presidente sul-africano um aliado neste novo jogo de poder em África.

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