Brexit: o acordo ou o caos
Para Theresa May, é o acordo possível. Contra os extremos. É uma conciliação, uma oferta de alguma paz num país dividido e a caminhar para uma guerra civil política. Mas, como disse Donald Tusk, este acordo não é “win-win”: é “loose-loose”. Todos se arriscam a perder muito. A começar pela própria May, que tem a sua liderança fragilizada pela onda de críticas e demissões.
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Ou este acordo ou o caos. Este foi o dilema colocado por Theresa May defronte do n.º10 de Downing Street na quarta-feira à noite, depois de cinco horas de reunião do seu gabinete governamental. Não era uma escolha fácil, nem mesmo para os que gostam de apostar em Las Vegas o dobro de nada. E aí incluem-se os defensores radicais do Brexit. May conseguiu o apoio maioritário do seu governo (mas com várias baixas, como foi evidente na resignação do responsável pelas negociações com Bruxelas, Dominic Raab, e do seu ministro para a Irlanda do Norte, Shailesh Vara), mas as feridas continuam lá, expostas. E ontem à tarde tornaram-se ainda mais visíveis, não só com as demissões, mas também com as cartas enviadas ao líder do Comité 1922 (grupo parlamentar dos conservadores na Câmara dos Comuns) em que é pedida uma moção de não confiança à líder do partido. May tem a sua liderança ameaçada.
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