Caos e desordem no mundo dos vinhos portugueses
Os excedentes, alegadas fraudes, os apoios do Estado e a importação de vinho espanhol são os temas por estes dias de todas as conversas de produtores, viticultores, empresários do setor vinícola e dirigentes associativos. Afinal, o que está em causa no mundo dos vinhos em Portugal? Quem está no meio conhece a realidade, mas não tem todas as respostas.
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"A produção de vinho não é suficiente para o conjunto do consumo no país e das exportações, e o país necessita importar vinho para compensar a diferença", resume Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, que não tem, contudo, dúvidas que um dos problemas atuais se prende "com o volume de importação, que é superior às necessidades, entrando vinho a um preço inferior aos nossos custos de produção". Os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) referentes à última década corroboram o cenário, ao indicarem que em Portugal o consumo e a exportação são superiores ao total produzido em todas as regiões, mas que o país continua a importar mais do que seria necessário. No ano passado o INE concluiu que a produção foi de 754 milhões de litros para um mercado que, entre exportação e consumo, absorveu 1.050 milhões. Essa diferença é compensada com a importação de vinho, a esmagadora maioria espanhol, mas ao longo da última década acima da procura.
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