Irão: Uma nova era
Libertado das sanções (as militares ainda vão continuar), o Irão pode agora escoar o seu petróleo e gás e fazer crescer a sua pujante economia. O país tem agora quase tudo para se afirmar como uma potência regional e pode, em breve, tornar-se um dos novos BRICS.
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Quando terminou a II Guerra Mundial, surgiu nos seminários da cidade de Qom, o bastião religioso xiita, um panfleto, "The Unveiling of Secrets", que acusava a monarquia do Irão de traição. Sugeria que os monarcas não reparavam que "os estrangeiros pilhavam o património e recursos" do país. Propunha-se que o Irão fosse governado por uma assembleia de religiosos dirigidos por um homem sábio. Num Estado assim, não seriam necessárias eleições ou um Parlamento ou mesmo um exército regular. Uma milícia religiosa garantiria o cumprimento da lei. Na altura, fora de Qom, o panfleto não causou reacções. Mas, três décadas depois, o autor anónimo do texto, Ruhollah Khomeini, haveria de ser o epicentro de uma revolução contra a monarquia. E ele seria reconhecido como o líder da nova ordem. Clérigos radicais haveriam de tomar conta da rebelião popular contra o Xá do Irão e instaurariam a primeira República Islâmica. A revolução tinha um alvo definido: a modernização ocidental. E estava imbuída de uma aura espiritual que tentava influenciar o governo com a autoridade divina. Mas o novo regime apenas se apropriou do autoritarismo estatal do anterior Xá.
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